v. 12 n. 1 (2024): Dossiê: Juventudes Contemporâneas – articulações com os Estudos Culturais, Gênero e Sexualidade
Ao partimos da compreensão das juventudes como um construto cultural, histórico, aberto, plural, polissêmico, na medida em que é atravessada por diversos marcadores culturais, no âmbito das relações sociais, interessa-nos congregar nesse dossiê pesquisas sobre as juventudes contemporâneas tendo como áreas de concentração: os Estudos Culturais em Educação, os Estudos de Gênero e Sexualidades, bem como, as análises de autores/as pós-estruturalistas, como Michel Foucault. A fim de contribuir com os estudos nessa área, propomos envolver investigações sobre as juventudes que problematizem as práticas pedagógicas, as instâncias educativas, os artefatos culturais que repercutem e atuam na sua constituição, investindo principalmente, nos ensinamentos produzidos e veiculados sobre corpo, gênero e sexualidade. Compreender e examinar os lugares da cultura, tais como: brinquedos, academias, filmes, séries, músicas, escolas, literatura , revistas, jornais, propagandas, internet, políticas públicas etc. como locais que forjam sujeitos e subjetividades tornam-se interesses desse dossiê: Que saberes e práticas são acionados na produção das juventudes contemporâneas? Quais são os ensinamentos e imperativos que os artefatos analisados buscam constituir para as juventudes? Quais características, comportamentos, habilidades e capacidades esses indivíduos necessitam incorporar? Como o gênero e a sexualidade atravessam e constituem as juventudes? Que atravessamentos e incorporações de gênero e sexualidade estão presentes nas próprias instituições, campos de saber, símbolos e normas relacionadas às juventudes? Quais as implicações do consumo e da cultura do consumo nos processos educativos que formam os sujeitos jovens contemporâneos? Como operam as estratégias biopolíticas e os modos de governar as condutas dos indivíduos interpelados nas sociedades neoliberais? Como gênero e sexualidade, em intersecção com outros marcadores sociais, como raça, escolaridade, religião, pertencimento social, tornam-se centrais nas disputas cotidianas? De que formas podem-se produzir críticas, tensionamentos e intervenções capazes de ampliar compreensões binárias e heteronormativas para as juventudes?