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uma perspectiva intercultural para a educação em Ciências
DOI:
https://doi.org/10.14295/ambeduc.v26i1.13063Palabras clave:
PortuguêsResumen
Os pescadores artesanais constituem grupos sociais que atribuem significado complexo ao meio marinho e seus fenômenos complementares, constituindo um repertório de conhecimentos válidos que não podem ser desconsiderados na escola. Essa é uma posição teórico-política que reconhece a complexidade dos sistemas sociais e do conhecimento constituído em comunidades que estabelecem seu modo de vida em contato direto com os sistemas ecológicos, como pescadores, marisqueiras, quebradeiras de coco babaçu, entre outras. Nesse estudo etnográfico buscamos compreender os saberes relacionados ao ambiente e à pesca em uma comunidade de pescadores artesanais do Manguezal do Pina/Recife e suas possíveis relações com os conhecimentos e habilidades em geral presentes na educação escolar em ciências. O trabalho de campo foi apoiado em procedimentos de observação participante e registros em diários e entrevistas ao longo de 18 (dezoito) meses. Os resultados apresentam um quadro rico de saberes associados ao cotidiano da pesca e ao ambiente estuarino. A partir deles, fazemos uma discussão sobre a importância dos saberes locais na necessária ressignificação do ensino de ciências, apostando em seu potencial de contribuir tanto com a visibilidade e o reconhecimento dos conhecimentos provenientes de contextos socioculturais diversos do escolar, como também, demarcar uma perspectiva por onde se possa vislumbrar criticamente o ensino de ciências atual e inaugurar novos patamares de ação para uma educação intercultural.
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