Educação ambiental para a coexistência
superando a biofobia para um futuro sustentável
DOI:
https://doi.org/10.63595/ambeduc.v30i1.17978Palavras-chave:
animal não humano, aracnofobia, bioética, biofilia, educação ambientalResumo
Environmental Education for coexistence: overcoming biophobia for a sustainable future
O fenômeno da biofobia presume regras cognitivas que influenciam as percepções e reações aos estímulos potencialmente perigosos. Questionando a existência de condicionantes biológicos e sociais, objetivou-se caracterizar a representação social da biofobia e sua relação com a educação ambiental para a coexistência. Um questionário on-line, referente a 485 participantes, indicou medo predominante de aranhas, cobras, ratos e morcegos, alinhado a expectativas biofóbicas genéticas. Por outro lado, diversos animais foram associados a incômodos, cujo sentimento aversivo não impediu atividades sociais. As análises apoiaram as hipóteses do "pouco contato" e do "acesso à informação qualificada", ressaltando a bioética e a educação ambiental como meio de superação da biofobia. Essa abordagem favorece a transição de perspectivas antropocêntricas para biocêntricas, promovendo uma educação ambiental que estimula a coexistência e um futuro sustentável.
Downloads
Referências
ABADE, Armindo Meira; ROCHA, Adriana Cristina. O comportamento operante na perspectiva da análise comportamental: uma revisão bibliográfica. Revista Uningá, v. 56, n. S1, p. 10-21, 2019. Disponível em: https://doi.org/10.46311/2318-0579.56.eUJ94. Acesso em: 23 ago. 2024.
ALVAREZ, Evelyn N.; GARCIA, Alexys; LE, Pauline. A review of Nature Deficit Disorder (NDD) and its disproportionate impacts on Latinx populations. Environmental Development, v. 43, p. 100732, 2022. Disponível em: https://doi.org/10.1016/j.envdev.2022.100732. Acesso em: 23 ago. 2024.
ANDRADE, Laura Helena Silveira Guerra de; GORENSTEIN, Clarice. Aspectos gerais das escalas de avaliação de ansiedade. Rev. psiquiatr. clín.(São Paulo), p. 285-90, 1998. Disponível em: https://pesquisa.bvsalud.org/. Acesso em: 23 ago. 2024.
APA-American Psychiatric Association et al. DSM-5: Manual diagnóstico e estatístico de transtornos mentais. Porto Alegre: Artmed Editora, 2014.991p.
ARMFIELD, Jason M. Understanding animal fears: A comparison of the cognitive vulnerability and harm-looming models. BMC psychiatry, v. 7, p. 1-12, 2007. Disponível em: https://doi.org/10.1186/1471-244X-7-68. Acesso em: 23 ago. 2024.
ARMFIELD, Jason M.; MATTISKE, Julie K. Vulnerability representation: the role of perceived dangerousness, uncontrollability, unpredictability and disgustingness in spider fear. Behaviour Research and Therapy, v. 34, n. 11-12, p. 899-909, 1996. Disponível em: https://doi.org/10.1016/S0005-7967(96)00045-9. Acesso em: 23 ago. 2024.
BAPTISTA, Américo; CARVALHO, Marina; LORY, Fátima. O medo, a ansiedade e as suas perturbações. Psicologia, v. 19, n. 1/2, p. 267-277, 2005. Disponível em: https://doi.org/10.17575/rpsicol.v19i1/2.407. Acesso em: 23 ago. 2024.
CALLONI, Humberto. A nova ordem ecológica: a árvore, o animal e o homem. Ambiente & Educação: Revista de Educação Ambiental, v. 19, n. 2, p. 87-90, 2014.
COSTA-NETO, Eraldo Medeiros. Insetos como fontes de alimentos para o homem: valoração de recursos considerados repugnantes. Interciencia, v. 28, n. 3, p. 136-140, 2003. Disponível em: https://ve.scielo.org/scielo.php?pid=S0378-18442003000300004&script=sci_arttext. Acesso em: 23 ago. 2024.
CHARLES, Cheryl; LOUV, Richard. Children’s nature deficit: What we know and don’t know. Children and Nature Network, v. 32, 2009.
COSTA-NETO, Eraldo Medeiros Costa; RESENDE, Janete Jane. A percepção de animais como “insetos” e sua utilização como recursos medicinais na cidade de Feira de Santana, Estado da Bahia, Brasil. Acta Sci. Biol. Sci, v. 26, p. 143-149, 2004.
COSTA-NETO, Eraldo Medeiros Costa; PACHECO, Josué Marques. A construção do domínio etnozoológico “inseto” pelos moradores do povoado de Pedra Branca, Santa Terezinha, Estado da Bahia. Acta Scientiarum. Biological Sciences, v. 26, n. 1, p. 81-90, 2004.
COSTA-NETO, Eraldo Medeiros Costa; DA PAZ SILVA, T. Fernandes. Percepção de insetos por moradores da comunidade Olhos D'água, município de Cabaceiras do Paraguaçu, Bahia, Brasil. Boletín de la SEA, n. 35, p. 261-268, 2004.
FAGUNDES, Beatriz. A teoria das representacoes socias nos estudos ambientais. Ra'e Ga, n. 17, p. 129-138, 2009.
FARIAS, Marina Kobai, STRAMANTINO Jaqueline; FISCHER, Marta Luciane (2022). Os animais como agenda para as cidades inteligentes: a interação dos curitibanos com a fauna silvestre urbana. Revista Inclusiones, v. 9, n.3, p. 18-47, Disponível em: https://doi.org/10.58210/fprc3390. Acesso em: 23 ago. 2024.
FISCHER, Marta Lcuiane; LIBRELATO, Rafael, CORDEIRO, Andresssa; ADAMI, Eliana. A percepção da dor como parâmetro de status moral em animais não humanos. Conexão Ciência (Online), v. 11, n. 2, p. 31-41, 2016. Disponível em: https://scholar.archive.org/work/345hi3m7arclzcliiox5g4z7yy/access/wayback/https://periodicos.uniformg.edu.br:21011/periodicos/index.php/conexaociencia/article/download/440/492. Acesso em: 23 ago. 2024.
FISCHER, Marta Luciane; SANTOS, Juliana Zacarkin. Ethical Conduct with Invertebrate Animals: Routes for Inclusive, Humanitarian, and Sustainable Education. Current World Environment, v. 16, n. 3, p. 679, 2021. Disponível em: http://dx.doi.org/10.12944/CWE.16.3.3. Acesso em: 23 ago. 2024.
GERDES, Antje BM; UHL, Gabriele; ALPERS, Georg W. Spiders are special: fear and disgust evoked by pictures of arthropods. Evolution and Human Behavior, v. 30, n. 1, p. 66-73, 2009. Disponível em: https://doi.org/10.1016/j.evolhumbehav.2008.08.005. Acesso em: 23 ago. 2024.
GRANADO, Laura Carmilo; PELÁEZ, Francisco Javier Ropero; GARCIA-MIJARES, Mirian. Estudo no contexto brasileiro de três questionários para avaliar aracnofobia. Avaliação Psicológica, v. 4, n. 2, p. 125-139, 2005. Disponível em: https://www.redalyc.org/pdf/3350/335027498005.pdf Acesso em: 23 ago. 2024.
KELLERT, Stephen R. Values and perceptions of invertebrates. Conservation biology, v. 7, n. 4, p. 845-855, 1993. Disponível em: https://doi.org/10.1046/j.1523-1739.1993.740845.x. Acesso em: 23 ago. 2024.
KELLERT, Stephen R.; WILSON, Edward Osborn (Eds.). The biophilia hypothesis. Island press, 1993
LOUV, Richard. Last child in the woods: Saving our children from nature-deficit disorder. Algonquin books, 2008
MORIS, Desmont. O contrato animal. Rio de Janeiro: Record, 1990
NEW, Timothy Richard; NEW, T. R. Introduction to invertebrate conservation biology. Oxford: Oxford University Press, 1995.
OLIVOS-Jara, Pablo, SEGURA-FERNÁNDEZ, Raquel, RUBIO-PÉREZ, Crsitina; FELIPE-GARCÍA, Beatriz. Biophilia and biophobia as emotional attribution to nature in children of 5 years old. Frontiers in psychology, v. 11: 1-14 2020 Disponível em: https://doi.org/10.3389/fpsyg.2020.00511 Acesso em: 23 ago. 2024.
ORR, David W. Earth in Mind: On Education, Environment and the Human Prospect. 1994..
Paraná. Boletim epidemiológico. Disponível em: file:///C:/Users/dell/Downloads/Boletim%20Epidemiol%C3%B3gico%20Vol.53%20N%C2%BA31.pdf, 2022. Acesso em: 23 ago. 2024.
POTTER, Van Rensselaer. Bioética global: construindo a partir do legado de Leopold. São Paulo: Loyola, 2018.
RAPCHAN, Eliane Sebeika; NEVES, Walter Alves. Primatologia, culturas não humanas e novas alteridades. Scientiae Studia, v. 12, p. 309-329, 2014.. Disponível em: https://doi.org/10.1590/S1678-31662014000200005. Acesso em: 23 ago. 2024.
SANTOS, Vera Lucia. Além do rural: os vínculos topo-biofílicos na interação visitantes e paisagem rural em Itu-SP. [doutorado] Curso de Pós-Graduação em Geografia, Rio Claro, São Paulo, 2005. Disponível em: https://repositorio.unesp.br/items/ea9259fb-e570-468a-a008-0b2bfbedb96d. Acesso em: 23 ago. 2024.
SILVA, Tania Fernadez Paz.; COSTA-NETO, Eraldo Medeiros. Percepção de insetos por moradores da comunidade Olhos D'água, município de Cabaceiras do Paraguaçu, Bahia, Brasil. Boletín de la SEA, n. 35, p. 261-268, 2004
SILVA-LEITE, Roberta Rocha; CAMPOS, Zilca; PAMPLIN, Paulo Augusto Zaitune. Uso de mapas mentais nas representações perceptivas de alunos do ensino fundamental do município de Ilha Grande, Piauí, Brasil: o caso do jacaré (Caiman crocodilus). Pesquisa em Educação Ambiental, v. 5, n. 1, p. 47-69, 2010. Disponível em: https://doi.org/10.11606/issn.2177-580X.v5i1p47-69. Acesso em: 23 ago. 2024.
SOGA, Masashi, GASTON, Kelvin J., FUKANO, Yuya.; EVANS, Maldwyn J. The vicious cycle of biophobia. Trends in Ecology & Evolution, v. 38, n. 6, p. 512-520, 2023. Disponível em: https://doi.org/10.1016/j.tree.2022.12.012. Acesso em: 23 ago. 2024.
TAYLOR, Nicola; SIGNAL, Tania D. Empathy and attitudes to animals. Anthrozoös, v. 18, n. 1, p. 18-27, 2005. Disponível em:. https://doi.org/10.2752/089279305785594342. Acesso em: 23 ago. 2024.
VAN DEN BERG, A. E.; TER HEIJNE, Marlien. Angst voor natuur: een theoretische en empirische verkenning. Landschap: tijdschrift voor landschapsecologie en milieukunde, v. 21, n. 3, p. 137-145, 2004. Disponível em: Landschap 3-2004 incl omslag.pdf. Acesso em: 23 ago. 2024.
WARBER, Sara L. et al. Addressing “nature‐deficit disorder”: A mixed methods pilot study of young adults attending a wilderness camp. Evidence‐Based Complementary and Alternative Medicine, v. 2015, n. 1, p. 651827, 2015. Disponível em:. . https://doi.org/10.1155/2015/651827 . Acesso em: 23 ago. 2024.
WILSON, Edward Osborn. Biophilia. Cambridge: Harvard University Press, 1994.
Downloads
Publicado
Como Citar
Edição
Seção
Licença
Copyright (c) 2025 Marta Luciane Fischer, Ana Carolina de Campos, Robiran José dos Santos Junior

Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution-NonCommercial-NoDerivatives 4.0 International License.
Os (as) autores(as) que publicam nesta revista concordam com os seguintes termos: Os (as) autores(as) mantém os direitos autorais e concedem à revista o direito de primeira publicação, com o trabalho simultaneamente licenciado sob a Licença Creative Commons Atribuição-NãoComercial-SemDerivações (CC BY-NC-ND 4.0) que permite o compartilhamento do trabalho com reconhecimento da autoria e publicação inicial nesta revista. Os (as) autores(as) têm autorização para assumir contratos adicionais separadamente, para distribuição não-exclusiva da versão do trabalho publicada nesta revista (ex.: publicar em repositório institucional ou como capítulo de livro), com reconhecimento de autoria e publicação inicial nesta revista. Os (as) autores(as) têm permissão e são estimulados a publicar e distribuir seu trabalho online (ex.: em repositórios institucionais ou na sua página pessoal) em qualquer ponto antes ou durante o processo editorial, já que isso pode aumentar o impacto e a citação do trabalho publicado.