Um Abaporu, a feiúra e o currículo: pesquisando os cotidianos nas conversas complicadas em uma escola pública do Rio de Janeiro

Autores

  • Maria Luiza Süssekind Professor Adjunto da Escola de Educação e do PPPGEdu da Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro/Unirio Pesquisador Líder do GPPF/Grupo de Pesquisa Práticas Educativas e Formação de Professores Coordenadora do GT de Currículo/ANPEd
  • Wilza Lima Santos Professora de Educação Professora de Artes da Educação Básica na Rede Municipal do Rio de Janeiro Professora de Artes do Curso de Formação de Professores Nível Médio do Estado do Rio de Janeiro

Palavras-chave:

Trabalho docente. Narrativas. Estudos do cotidiano. Currículos como conversas complicadas.

Resumo

Neste artigo, partindo indiciariamente da narrativa de uma professora sobre o presente trazido pelo mau estudante Jorge discutimos a cartografia do pensamento abissal e o papel do feio no sentido de refletir sobre a importância da ecologia das diferenças em práticas curriculares que se identificam com a luta processual e cotidiana pela justiça cognitiva. Nesse sentido e no contexto da crise paradigmática corrente, como pesquisadores e professores que pensam o cotidiano como criação permanente, sugerimos que o currículo pode ser entendido como uma conversa complicada e ecológica potencializando a desvisibilização de situações de valorização da diferença. Concluímos que as políticas de unificação curriculares são abissalizadoras do trabalho docente e do aprendizado dos estudantes e sufocam as diferenças nas conversas de sala de aula e, sobretudo, que as narrativas, conversas e práticas curriculares baseadas na ecologia e justiça cognitivas permitem a desconstrução de hierarquias, exclusões e invisibilidades.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Biografia do Autor

Maria Luiza Süssekind, Professor Adjunto da Escola de Educação e do PPPGEdu da Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro/Unirio Pesquisador Líder do GPPF/Grupo de Pesquisa Práticas Educativas e Formação de Professores Coordenadora do GT de Currículo/ANPEd

pos doutor em currículo pela UBC, Canada 2013.

Wilza Lima Santos, Professora de Educação Professora de Artes da Educação Básica na Rede Municipal do Rio de Janeiro Professora de Artes do Curso de Formação de Professores Nível Médio do Estado do Rio de Janeiro

Mestranda do PPPGEdu da Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro/Unirio

Referências

AGAMBEN, G. O Mistério do Mal. !a ed. Sao Paulo, Boitempo; Florianopolis, SC, EdUFSC, 2015. Trad. Silvana de Gaspari e Patricia Peterle. 78 p.

ALVES, N. Decifrando o pergaminho – o cotidiano na escola nas lógicas das redes cotidiana In: OLIVEIRA, I. B.; ALVES, N. Pesquisa no/do cotidiano das escolas, sobre redes de saberes. Rio de Janeiro: DP&A, 2001. p. 15 - 38.

ALVES, N. Artefatos tecnológicos relacionados à imagem e ao som na expressão da cultura de afro-brasileiros e seu “uso” em processos curriculares de formação de professoras na Educação Superior: o caso do Curso de Pedagogia da UERJ/Campus Maracanã. Projeto incorporado ao PROCIÊNCIA, agosto de 2005.

BECKER, H. F. Whose side are we on? [De que lado nós estamos?] LA: University of California Press, 1967. 276 p.

BUTLER, J. Relatar a si mesmo. Critica da violência ética. Belo Horizonte, Ed Autêntica, 2015. Trad. Rogerio Betoni. 198 p.

CAETANO, M. Movimentos curriculares e a construção da heteronormatividade. In: RODRIGUES, A. E BARRETO, M. (org) Currículos, gêneros e sexualidades: experiências misturadas e compartilhadas. Vitoria, UFES, 2012. 291 p.

ECO, U. História da Feiura. Rio de Janeiro, Record, 2007. Trad. Eliana Aguiar. 453 p.

CERTEAU, M. de. A invenção do cotidiano 1: As artes de fazer. Trad: Ephraim Ferreira Alves. Rio de Janeiro: Vozes, 1994. 316 p.

GEERTZ, C. Uma nova luz sobre Antropologia. Petrópolis: Zahar, 2001. Trad. Vera Ribeiro. 247 p.

GINZBURG, C. Mitos, Emblemas e Sinais. São Paulo: Cia Letras, 1989. Trad. Frederico Caroti. 281 p.

______. O queijo e os vermes. São Paulo, Cia Letras, 2006. 1a ed. 1987. Trad. Maria Betânia Amoroso. 255 p.

LARROSA, J. Escritos sobre experiência. Belo Horizonte: Autêntica, 2015. Trad. Cristina Antunes, João Wanderley Geraldi. 148 p.

OLIVEIRA, I. B. Boaventura e a Educação, Belo Horizonte, Ed Autêntica, 2006.

PINAR, W. F. What is curriculum theory? [O que é teoria do currículo?] New Jersey: Lawrence Erlbaum, 2012. 274 p.

______. The method of currere. [O método do currere] Manuscrito. AAACS, DC, 1975.

______. A equivocada educação do publico nos Estados Unidos, In: GARCIA, R. L. e MOREIRA, A. F. B. (orgs) Currículo na Contemporaneidade: incertezas e desafios. São Paulo: Cortez, 2008.

RODRIGUES, DALLAPICULA e BARRETO Expressão de sujeitos e efeitos de poder nas marcas culturais e nas politicas da vida. In: RODRIGUES, A. E BARRETO, M. (org) Currículos, gêneros e sexualidades: experiências misturadas e compartilhadas. Vitoria, UFES, 2012. 291 p.

SANTOS, B.S. Para além do pensamento abissal: das linhas globais a uma ecologia de saberes. São Paulo: CEBRAP, 2007.

______. (Org.). Conhecimento prudente para uma vida decente: um discurso sobre as ciências revisitado. São Paulo: Cortez, 2004. 821 p.

______. Reconhecer para libertar: os caminhos do cosmopolitismo multicultural. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2003.

______. A crítica da razão indolente: contra do desperdício da experiência. São Paulo: Cortez, 2001. 415 p.

______.; MENESES, M. P. (Orgs). Epistemologias do Sul. São Paulo: Cortez, 2010. 637 p.

SILVA, Rodrigo Torquato da . Escola-Favela e Favela-Escola: esse menino não tem jeito. 1. ed. Petrópolis: De Petrus et Alii, 2012. v. 1. 208p.

SÜSSEKIND, M. L. Teatro de ações: arqueologia dos estudos nosdoscom os cotidianos. Relatos das práticas pedagógicas emancipatórias nas escolas. Tese (Doutorado em Educação) - Universidade do Estado do Rio de Janeiro, UERJ, Rio de Janeiro, 2007. 235 p.

______. Quem é William F. Pinar? Petrópolis: de Petrus Et Alli, 2014a.

______. As (im)possibilidades de uma Base Comum Nacional. Revista e-Curriculum (PUCSP), v. 13, p. 1-0000, 2014b.

______. As artes de pesquisar nosdoscom os cotidianos. In: OLIVEIRA, I. B. de; GARCIA, A. (Orgs.). Aventuras de conhecimento: utopias vivenciadas nas pesquisas em educação. Rio de Janeiro: De Petrus/Faperj, 2014c, v. 1. p. 101-118.

Downloads

Publicado

2016-10-24

Como Citar

Süssekind, M. L., & Santos, W. L. (2016). Um Abaporu, a feiúra e o currículo: pesquisando os cotidianos nas conversas complicadas em uma escola pública do Rio de Janeiro. Momento - Diálogos Em Educação, 25(1), 273–288. Recuperado de https://periodicos.furg.br/momento/article/view/5625

Edição

Seção

Artigos

Artigos Semelhantes

1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 > >> 

Você também pode iniciar uma pesquisa avançada por similaridade para este artigo.