OS PROFESSORES DE ARTES VISUAIS E A PANDEMIA DA COVID-19

Autores

  • Vinícius Luge Oliveira Universidade Federal de Roraima/Professor
  • Maria Cristina da Rosa Fonseca da Silva Universidade do Estado de Santa Catarina
  • Janine Alessandra Perini Universidade Federal do Maranhão

DOI:

https://doi.org/10.14295/momento.v30i01.13202

Palavras-chave:

Observatório, Ensino de Artes, Formação de Professores, Pedagogia Histórico-Crítica

Resumo

O artigo pretendeu analisar como os professores com formação em Artes Visuais vivenciaram a pandemia da Covid-19, nos aspectos pessoais e político-pedagógicos. A partir de um questionário on line com nove questões dissertativas e uma objetiva, respondidas por 70 professores de artes, buscou-se identificar os suportes recebidos, a estrutura disponibilizada para professores, que estratégias esses profissionais criaram para adaptar-se ao contexto da pandemia, como alunos responderam, quais conteúdos foram abordados e que mudanças o ensino remoto propiciou para o ensino das artes visuais. A partir de uma análise fundamentada no materialismo histórico-dialético, identificaram-se contradições existentes entre as necessidades pedagógicas requeridas e o suporte recebido pelos professores. Para analisar os dados, foram utilizados os estudos de Saviani (2020) e Duarte (2016), entre outros estudiosos da Pedagogia Histórico-Crítica (PHC), buscando problematizar os fundamentos filosóficos e metodológicos da didática da PHC (GALVÃO; LAVOURA; MARTINS, 2019), sem desconsiderar a análise das políticas educacionais que buscam implementar o neoliberalismo na educação. Como principais resultados, o estudo aponta o despreparo das escolas para desenvolver as atividades no contexto do ensino remoto, deixando o processo pedagógico à própria sorte dos professores. O estado emocional e a saúde dos professores também foram abaladas e as condições de acesso às tecnologias também ficaram sobre a responsabilidade docente. No caos representado pelo ensino remoto, poucas instituições promoveram debates acerca do processo pedagógico e as implicações deste cenário. Quanto a especificidade da formação em Artes Visuais, os professores apontam que a parte de formação prática artística foi muito prejudicada.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Biografia do Autor

Vinícius Luge Oliveira, Universidade Federal de Roraima/Professor

É bacharel e licenciado em Artes Visuais pela Universidade Federal de Santa Maria e Mestre em Educação pela mesma instituição, cursa atualmente o Doutorado em Artes Visuais, no Programa de Pós-Graduação em Artes Visuais da Universidade Estadual de Santa Catarina. É Professor Adjunto 2, do curso de Artes Visuais da Universidade Federal de Roraima. Participa dos Grupos de Pesquisa Cruviana, vinculado à UFRR e o Grupo Educação, Artes e Inclusão, vinculado à UDESC com pesquisas sobre o Ensino da Arte e a Formação de Professores na perspectiva marxista.

Maria Cristina da Rosa Fonseca da Silva, Universidade do Estado de Santa Catarina

Possui Educação Artística, UDESC (1988), mestrado em Educação e doutorado em Engenharia de Produção/ mídia e conhecimento (2004),  na UFSC. Em 2010 realizou  Estágio de Pós-doc na Universidad de Sevilla/Espanha. Em 2011, Estágio de Pós Doc na Universidad Nacional Del Arte – IUNA em Buenos Aires, Argentina. É professora titular do CEART/UDESC. Atua  no PPGAV, PPGE e PROFARTES da UDESC. Coordena o projeto  Observatório da Formação no âmbito do Ensino de Arte: estudos comparados Brasil e Argentina.

Janine Alessandra Perini, Universidade Federal do Maranhão

Professora de Artes Visuais da Universidade Federal do Maranhão, Campus São Bernardo. Doutora em Artes Visuais pelo PPGAV/ UDESC. Possui Mestrado em “Artes Visuais”, pela UDESC (2012), especialização em “O Ensino da Arte: Fundamentos Estéticos e Metodológicos” pela UNIVILLE (1998), especialização em “Arteterapia” pelo INPG (2007), graduação em Educação Artística pela UNIVILLE (1998) e graduação em Licenciatura em Pedagogia pela UNIFACVEST (2020). Participa dos grupos de pesquisa: Educação, Arte e Inclusão, UDESC e Grupo de Estudos e Pesquisas Interdisciplinares sobre as Cidades – CITADINO, UFMA.

Referências

ANTUNES, Ricardo. Século XXI: nova era da precarização estrutural do trabalho? In.: BRAGA, Ruy; ANTUNES, Ricardo. Infoproletários: Degradação real do trabalho virtual. São Paulo: Boitempo, 2009.

DUARTE, Newton. Os conteúdos escolares e a ressurreição dos mortos: Contribuição à teoria histórico-crítica do currículo. Campinas: Autores Associados, 2016.

DUARTE, N., MAZZEU, F. J. C., & DUARTE, E. C. M. (2020). O senso comum neoliberal obscurantista e seus impactos na educação brasileira. Revista on Line De Política E Gestão Educacional, 24(esp1), 715–736. https://doi.org/10.22633/rpge.v24iesp1.13786.

FONSECA DA SILVA, Maria Cristina. Formação nas licenciaturas em artes: Políticas como projetos de dominação. In.: CATELAN, F. B.; LOPES, V. F. ANAIS do 29° Congresso Nacional da Federação de Arte/ Educadores do Brasil [e] 7° Congresso Internacional de Arte/ Educadores: nortes da resistência: lugares e contextos da arte educação no Brasil. Manaus: Federação de Arte/Educadores do Brasil, 2019.

FONTES, Virgínia. A transformação dos meios de existência em capital – expropriações, mercado e propriedade. In.: Boschetti, Ivanete (Org). Expropriação e direitos no capitalismo. São Paulo, Cortez Editora, 2018, pp. 17-61.

FREITAS, Luiz Carlos de. A reforma empresarial da educação: Nova direita, velhas ideias. São Paulo, Expressão Popular, 2018.

GALVÃO, A. C.; LAVOURA, T. N.; MARTINS, L. M. Fundamentos da didática histórico-crítica. Campinas: Autores Associados, 2019.

HILLESHEIM, G.B.D. Mercado de arte e sua interface com o trabalho docente: estratégias do capitalismo cultural. Tese defendida junto ao PPGAV/ UDESC. Florianópolis, 2018.

MARTINS, L. M. O desenvolvimento do psiquismo e a educação escolar: contribuições à luz da psicologia histórico cultural e da pedagogia histórico-crítica. Campinas-SP: Autores Associados, 2013.

MARX, Karl. O capital: crítica da economia política; Livro I - o processo de produção do capital. São Paulo: Boitempo Editorial, 2013.

MARX, Karl. Cadernos de Paris; Manuscritos econômicos-filosóficos. São Paulo: Expressão Popular, 2015.

NEVES, Lúcia Maria Wanderley. O professor como intelectual estratégico na disseminação da nova pedagogia da hegemonia. In.: 36a Reunião Nacional da ANPEd – 29 de setembro a 02 de outubro de 2013, Goiânia-GO.

PRONKO, Marcela. Modelar o comportamento: novas estratégias do Banco Mundial para a educação na periferia do capitalismo. In.: Rev. Trabalho, Política e Sociedade, Vol. IV, nº 06, p. 167-180, Jan.-Jun./2019. Disponível em: http://costalima.ufrrj.br/index.php/RTPS/article/view/248. Acesso em: 04 mai. 2021.

SAVIANI, Demerval; GALVÃO, Ana Carolina. Educação na pandemia: a falácia do ensino remoto. Revista universidade e sociedade #67. Brasília: Sindicato nacional dos docentes das instituições de ensino superior – ANDES-SN, 2021. Disponível em: https://www.andes.org.br/img/midias/0e74d85d3ea4a065b283db72641d4ada 1609774477.pdf. Acesso em: 04 maio. 2021.

SAVIANI, Demerval. Políticas educacionais em tempos de golpe: retrocessos e formas de resistência. Roteiro, v. 45, p. 1-18, 3 jun. 2020.

VIGOTSKI, Lev. Imaginação e criança na infância. São Paulo: Expressão Popular, 2018.

Downloads

Publicado

2021-08-05

Como Citar

Luge Oliveira, V., Fonseca da Silva, M. C. da R., & Perini, J. A. . (2021). OS PROFESSORES DE ARTES VISUAIS E A PANDEMIA DA COVID-19 . Momento - Diálogos Em Educação, 30(01). https://doi.org/10.14295/momento.v30i01.13202