Do Grupo de Consumo Responsável - GCR armazém de economia popular solidária ao Projeto E-coo
uma experiência libertadora e transformadora
DOI:
https://doi.org/10.63595/ambeduc.v30i2.19474Palavras-chave:
consumo responsável, economia solidária, práxis, Grupos de Consumo Responsável, cooperativismo de plataformaResumo
From the Responsible Consumption Group Armazém de Economia Popular Solidária to the eCOO Project: Challenges and potential in the construction of a social technology guided by the Solidarity Economy
A alienação constitui uma dimensão estrutural do modo de produção capitalista, submetendo os sujeitos a formas de consumo, produção e sociabilidade que reforçam a lógica da exploração e da mercantilização da vida. Em contraposição, experiências coletivas pautadas em práticas emancipatórias buscam reconfigurar essas relações, promovendo processos de conscientização e transformação social. Entre tais experiências, destacam-se os Grupos de Consumo Responsável (GCRs), que operam segundo os princípios da Economia Solidária, fundamentando-se em valores como justiça social, sustentabilidade ambiental e centralidade do ser humano e da natureza. Este trabalho tem por objetivo analisar a práxis desenvolvida no GCR Armazém de Economia Popular Solidária do município de Rio Grande (RS), enquanto iniciativa voltada à construção de circuitos alternativos de produção, comercialização e consumo, bem como refletir sobre sua continuidade e adaptação com a introdução da tecnologia social da plataforma Projeto eCOO, alinhada aos fundamentos do cooperativismo de plataforma. A metodologia adotada articula revisão bibliográfica com relato de experiência, ancorado em processos de pesquisa-ação participativa junto ao GCR. Os resultados indicam que a atuação do Armazém EPS reafirma o papel político-pedagógico dos GCRs, contribuindo para o desenvolvimento da consciência crítica dos sujeitos envolvidos e para a construção de práticas de consumo e produção que rompem com a lógica mercantil e promovem a justiça econômica e ambiental. A introdução da nova plataforma tecnológica preserva esses princípios, ampliando as possibilidades de articulação em rede e de fortalecimento das práticas solidárias.
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