A turma não leu o texto: reflexões a partir da educação popular e da sociologia da leitura na universidade

Autores

  • Thiago Ingrassia Pereira Universidade Federal da Fronteira Sul - Campus Erechim

DOI:

https://doi.org/10.14295/momento.v24i2.5509

Palavras-chave:

Universidade, Leitura, Educação Popular, Sociologia da Leitura.

Resumo

Este texto reflete o trabalho com leitura na formação universitária, partindo de um contexto concreto de uma nova instituição pública federal no Rio Grande do Sul. O principal objeto é problematizar os limites e as possibilidades do adequado acompanhamento das leituras em cursos de licenciatura noturnos, nos quais a maioria dos estudantes são trabalhadores durante o dia. A partir do referencial freireano e da sociologia da leitura, a experiência em sala de aula com as primeiras turmas da nova universidade indica desafios permanentes de reinvenção do trabalho didático. Realizar as leituras sugeridas nos planos de ensino não é apenas um ato individual e técnico, mas, sobretudo, insere-se em uma complexa teia de relações objetivas e subjetivas que sinalizam para um debate mais profundo sobre a construção de saberes acadêmicos. Assim, o ato de ler e entender textos universitários é tarefa a ser construída mediante o conhecimento da realidade que conforma o perfil dos estudantes.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Biografia do Autor

Thiago Ingrassia Pereira, Universidade Federal da Fronteira Sul - Campus Erechim

Sociólogo, Doutor em Educação (UFRGS). Professor da área de Fundamentos da Educação e do Programa de Pós-Graduação Profissional em Educação da UFFS/Erechim

Referências

BENINCÁ, Dirceu. Uma universidade em movimento. In: BENINCÁ, Dirceu (Org.). Universidade e suas fronteiras. São Paulo: Outras Expressões, 2011, p. 31-63.

BRANDÃO, Carlos Rodrigues. A pesquisa participante e a participação da pesquisa: um olhar entre tempos e espaços a partir da América Latina. In: BRANDÃO, Carlos Rodrigues; STRECK, Danilo Romeu (Orgs.). Pesquisa participante: a partilha do saber. Aparecida, SP: Ideias & Letras, 2006a, p. 21-54.

_____. O que é educação popular. São Paulo: Brasiliense, 2006b.

BRASIL. Constituição da República Federativa do Brasil. Brasília, 1988. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/constitui%C3%A7ao.htm. Acesso 20 de janeiro de 2012.

_____. Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (INEP). Censo da Educação Superior 2010. Brasília, 2010. Disponível em: http://inep.gov.br/web/censo-da-educacao-superior. Acesso em 19 de janeiro de 2012.

CANÁRIO, Rui. A escola tem futuro? Das promessas às incertezas. Porto Alegre: Artmed, 2006.

COULON, Alain. A condição de estudante: a entrada na vida universitária. Salvador: EDUFBA, 2008.

CURY, Carlos Roberto Jamil. Educação e contradição: elementos metodológicos para uma teoria crítica do fenômeno educativo. São Paulo: Cortez, 1989.

DEMO, Pedro. Metodologia para quem quer aprender. São Paulo: Atlas, 2008.

FARIAS, Letícia Gomes; BELARDINELLI, Lilhana; PEREIRA, Thiago Ingrassia. O Perfil Sociocultural dos Bolsistas do Programa Conexões de Saberes da UFRGS. In: TETTAMANZY, Ana Lúcia Liberato; BERGAMASCHI, Maria Aparecida; SANTOS, Nair Iracema Silveira dos; ARENHALDT, Rafael; CARDOSO, Susana (Orgs.). Por uma Política de Ações Afirmativas: problematizações do Programa Conexões de Saberes/UFRGS. Porto Alegre: Ed. UFRGS, 2008, p. 93-102.

FREIRE, Paulo. Pedagogia dos sonhos possíveis. São Paulo: Editora Unesp, 2001.

_____. Política e Educação. 7. ed. São Paulo: Cortez, 2003.

_____. Pedagogia do oprimido. 41. ed. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 2005.

_____. A importância do ato de ler: em três artigos que se completam. 47. ed. São Paulo: Cortez, 2006a.

_____. À sombra desta mangueira. 8. ed. São Paulo: Olho d’Água, 2006b.

_____. Professora sim, tia não: cartas a quem ousa ensinar. 18 ed. São Paulo: Olho d’Água, 2007a.

_____. Ação cultural para a liberdade: e outros escritos. 12. ed. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 2007b.

_____. Conscientização: teoria e prática da libertação – uma introdução ao pensamento de Paulo Freire. São Paulo: Centauro, 2008a.

_____. Pedagogia da Esperança: um reencontro com a Pedagogia do Oprimido. 15. ed. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 2008b.

GHIGGI, Gomercindo. Paulo Freire e a revivificação da educação popular. Educação. Porto Alegre, v. 33, n. 2, p. 111-118, mai/ago 2010.

INDICADOR DE ANALFABETISMO FUNCIONAL (INAF). Instituto Paulo Montenegro – IBOPE Inteligência. São Paulo, 2009. Disponível em: http://www.ipm.org.br/.../inaf_brasil2009_relatorio_divulgacao_final.pdf. Acesso 16 de janeiro de 2012.

INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA (IBGE). Censo 2010. Disponível em: http://www.ibge.gov.br. Acesso 21 de janeiro de 2012.

HORELLOU-LAFARGE, C.; SEGRÉ, M. Sociologia da leitura. Cotia, SP: Ateliê Editorial, 2010.

MARCONI, M. A.; LAKATOS, E. M. Fundamentos de metodologia científica. 7. ed. São Paulo: Atlas, 2010.

PEREIRA, Thiago Ingrassia. Classes populares no ensino superior brasileiro: desafios políticos e pedagógicos. In: BENINCÁ, Dirceu (Org.). Universidade e suas fronteiras. São Paulo: Outras Expressões, 2011a, p. 65-86.

_____. Construindo uma universidade pública e popular: intencionalidades políticas, pedagógicas e epistemológicas da proposta do grupo PET/Conexões de Saberes na UFFS/Erechim. In: ZITKOSKI, Jaime José; MORIGI, Valter (Orgs.). Educação popular e práticas emancipatórias: desafios contemporâneos. Porto Alegre: Corag, 2011b.

_____; SILVA, Luís Fernando Santos Corrêa da. As políticas públicas do ensino superior no governo Lula: expansão ou democratização? Revista Debates, Porto Alegre, v. 4, n. 2, jul-dez 2010. Disponível em: < http://seer.ufrgs.br/index.php/debates>. Acesso em 7 abril 2011.

REDIN, Euclides. Humildade. In: STRECK, Danilo Romeu; REDIN, Euclides; ZITKOSKI, Jaime José (Orgs.). Dicionário Paulo Freire. Belo Horizonte: Autêntica, 2008, p. 216-217.

RISTOFF, Dilvo. A tríplice crise da universidade brasileira. In: TRINDADE, Helgio. (Org.). Universidade em ruínas: na república dos professores. Petrópolis/Porto Alegre: Vozes/CIPEDES, 1999, p. 201-210.

SILVA, Jaílson de Souza. “Por que uns e não outros?”: caminhadas de jovens pobres para a universidade. Rio de Janeiro: 7 letras, 2003.

SILVA, Juremir Machado da. Aprender a (vi)ver. Rio de Janeiro: Record, 2006.

SOUZA, Rosa Fátima de. História da organização do trabalho escolar e do currículo no século XX: ensino primário e secundário no Brasil. São Paulo: Cortez, 2008.

STRECK, Danilo Romeu. Pesquisar é pronunciar o mundo. In: STRECK, Danilo Romeu; EGGERT, Edla; SOBOTTKA, Emil A. (Orgs.). Dizer a sua palavra: educação cidadã, pesquisa participante e orçamento público. Pelotas: Seiva, 2005, p. 11-30.

ZAGO, Nadir. Prolongamento da escolarização nos meios populares e as novas formas de desigualdades educacionais. In: PAIXÃO, Lea Pinheiro; ZAGO, Nadir. (Orgs.). Sociologia da Educação: pesquisa e realidade brasileira. Petrópolis, RJ: Vozes, 2007, p. 128-153.

Downloads

Publicado

2016-09-25

Como Citar

Pereira, T. I. (2016). A turma não leu o texto: reflexões a partir da educação popular e da sociologia da leitura na universidade. Momento - Diálogos Em Educação, 24(2), 91–110. https://doi.org/10.14295/momento.v24i2.5509

Edição

Seção

Artigos

Artigos Semelhantes

1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 > >> 

Você também pode iniciar uma pesquisa avançada por similaridade para este artigo.