A criança e o candomblé: considerações acerca de uma educação decolonial

Autores

DOI:

https://doi.org/10.14295/momento.v28i1.8792

Palavras-chave:

Candomblé, Decolonização, Educação para a infância

Resumo

As considerações deste artigo problematizam as perspectivas educacionais para a infância, tomando o Candomblé como fonte de aprendizagem. Se a ideia iluminista de “formação humana” continua sendo importante para a educação da criança, então propomos neste artigo ampliar o significado de “formação” para o envolvimento da espiritualidade na materialidade infantil. Com isso, há uma breve retomada das filosofias de Descartes e Rousseau para ilustrar a concepção ocidental e em seguida discutimos, no contexto de diáspora africana, noções de aprendizagem e educação para a infância no Candomblé. Tal proposta consiste na decolonização, caracterizada pelo envolvimento, acolhimento e africanidade. Uma decolonização que problematiza a noção de idade a partir da dinamicidade entre o tempo iniciático e o físico. Portanto, defendemos a ideia de “formação” pela aprendizagem contínua entre o adulto e a criança, o físico e o espiritual.

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Biografia do Autor

Dalzira Maria Aparecida Iyagunã, Universidade Federal do Paraná

Iyaloriṣá do Ile Aṣè Ojugbo Ògún. Doutoranda em Educação pela UFPR. Mestra em Tecnologia pela UTFPR. Bacharel em Relações Internacionais pela Uninter.

Luis Thiago Freire Dantas, Instituto Federal do Espírito Santo

Doutor e Mestre em Filosofia pela UFPR. Especialista em Educação das Relações Étnico-Raciais – NEAB/UFPR. Licenciado em Filosofia pela UFSE. Professor de Filosofia no IFES - Campus Linhares.

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Publicado

2019-04-25

Como Citar

Iyagunã, D. M. A., & Dantas, L. T. F. (2019). A criança e o candomblé: considerações acerca de uma educação decolonial. Momento - Diálogos Em Educação, 28(1), 42–56. https://doi.org/10.14295/momento.v28i1.8792

Edição

Seção

Dossiê temático

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