Eu sou agitado/a: a medicalização na educação

Autores

  • Ademir Henrique Manfré Universidade do Oeste Paulista

DOI:

https://doi.org/10.14295/momento.v28i2.8134

Palavras-chave:

Medicamentação. Educação Escolar. Formação de Professores

Resumo

Este artigo trata da temática medicalização e educação escolar. Objetiva analisar criticamente o processo exacerbado de crescente medicalização da subjetividade e os impactos provocados por tais intervenções no campo da formação escolar. O delineamento metodológico dessa investigação se sustenta nas contribuições analíticas advindas da Teoria Crítica da Escola de Frankfurt. Assim, as análises aqui propostas indicam que a medicalização crescente do processo educacional exige um posicionamento intelectual crítico de educadores e demais profissionais da Educação para o desenvolvimento de atitudes de resistência e de compreensão da produção de uma existência limitada na contemporaneidade. Concluindo, apresentamos elementos que apostam no pensamento crítico no que se refere aos processos de subjetivação contemporâneos, buscando outras percepções acerca do fenômeno medicalizante, apontando que a escola pode ser um lugar de resistência e que o professor vise experiências significativas.

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Biografia do Autor

Ademir Henrique Manfré, Universidade do Oeste Paulista

Meu nome é Ademir Henrique Manfré. Sou professor da Universidade do Oeste Paulista - UNOESTE estado de São Paulo. Leciono junto aos curso de licenciatura de formação de professores, ministrando as seguintes disciplinas: Psicologia do Desenvolvimento e da Aprendizagem, Psicologia da Educação, Filosofia da Educação, História da Educação I e II, Currículo e Escola, além de ministrar aulas no curso superior de Tecnologia de Design de Interiores. Desenvolvo pesquisas no campo da educação e formação de professores. Sou membro da equipe da Revista Colloquium Humanarum da citada universidade.

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Publicado

2019-10-12

Como Citar

Manfré, A. H. (2019). Eu sou agitado/a: a medicalização na educação. Momento - Diálogos Em Educação, 28(2), 182–201. https://doi.org/10.14295/momento.v28i2.8134

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