v. 33 n. 3 (2024): Dossiê: A utopia de uma educação sensível para a formação mais humana
O contexto de emergência climática, especialmente a crise socioambiental, convida a humanidade a repensar seus modos de ser, fazer e conviver no âmbito das relações entre as pessoas e o meio onde habitam. Paulo Freire, patrono da educação brasileira, nos instiga a pensar, agir e esperançar rumo a utopia de nossa ontológica vocação de “ser mais”. Para tanto propõe uma educação potencializada pela amorosidade enquanto prática educacional e pelo compromisso com a transformação social. Já Pablo René Estévez, educador e escritor cubano, consciente da gravidade da crise socioambiental, há muito alerta para a necessidade da preservação e/ou regeneração do patrimônio estético, natural e social ameaçado pela perda da biodiversidade e da deterioração das condições materiais de existência de grande parte da humanidade. Ambos apontam para a necessidade de ruptura com a lógica capitalista, opressora e desumanizadora por meio de uma educação sensível, crítica e emancipatória.
Nesse sentido, propusemos o dossiê “A utopia de uma educação sensível para a formação mais humana”, com o objetivo de oferecer uma visão geral acerca da educação transformadora, humanizante e humanizada, a partir de uma educação sensível, abordando fundamentos, saberes e práticas pedagógicas desenvolvidas em contextos escolares e não escolares. Assim, damos visibilidade a estudos e pesquisas no campo das ciências humanas, da área da educação, que também têm como premissa a promoção de processos educativos criativos, sensíveis, éticos e estéticos, estimuladores de reflexões sobre o contexto vivido.