AMEFRICANIDADES NO ENSINO

por uma educação ambiental antirracista e feminista

Autores

DOI:

https://doi.org/10.14295/momento.v33i3.16628

Palavras-chave:

Amefricanidades, Educação Ambiental, Feminismo, Práticas Pedagógicas, Educação para a diversidade

Resumo

O machismo e o racismo constituem-se como duas das maiores problemáticas da sociedade brasileira contemporânea. Visto que a desconstrução dessas raízes machistas e racistas deve ocorrer principalmente pelo mecanismo educacional, foi realizada a promulgação das Leis n. 10.639/2003 e n. 11.645/2008, que dispõem de diretrizes que buscam inserir o ensino de culturas e histórias africana e indígena em sala de aula. O objetivo geral desta pesquisa foi analisar a relevância da promoção da inclusão das "amefricanidades" no contexto educacional e as suas interações com a Educação Ambiental, compreendendo de que forma as problemáticas sociais apresentadas ainda são perpetuadas no ensino, apesar da legislação. Foi utilizada a metodologia da leitura imanente, revisando resultados produzidos por outros autores científicos, literários e legislações pertinentes. Os resultados encontrados demonstraram que, na prática, a finalidade das Leis n. 10.639/2003, n. 11.645/2008 e n 9795/99 tem sido sonegada, o que obscurece qualquer pretensão de desconstrução da ideologia machista e racial no Brasil e prejudica a construção de uma educação ambiental antirracista e feminista. Concluiu-se a pesquisa indicando a nociva manutenção da política ideológica do branqueamento e a denegação do racismo, a qual precisa ser urgentemente revertida com vistas para a proteção dos valores sacramentados nas leis brasileiras, de igualdade e de respeito às diversidades de quaisquer naturezas.

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Biografia do Autor

Quezia De Jesus Silva Marques, Universidade Federal do Rio Grande - FURG, Rio Grande, Rio Grande do Sul/Brasil

Graduanda em História pela Universidade Federal do Rio Grande (FURG). Participante ativa do Núcleo de Estudos e Pesquisas sobre Ensino de Filosofia e Educação Filosófica - Regional Extremo Sul (NESEF-Extremo Sul) e pesquisadora do Grupo de Estudos em Filosofias Emergentes (GEFE). Membro do Programa de Apoio Pedagógico ao Estudante Indígena e Quilombola (APEIQ/FURG).

Maria Eduarda dos Santos de Sá da Silva, Universidade Federal do Rio Grande - FURG, Rio Grande, Rio Grande do Sul/Brasil

Estudante de História Licenciatura da Universidade Federal do Rio Grande (FURG). Pesquisadora na área de feminismos pelo grupo de pesquisa em Filosofias Emergentes (GEFE).

Alana da Neves Pedruzzi, Universidade Federal do Rio Grande - FURG, Rio Grande, Rio Grande do Sul/Brasil

Doutora (2019) e Mestre em Educação Ambiental (2015) pelo Programa de Pós-Graduação em Educação Ambiental (PPGEA/FURG). Bacharel em História (2011) pela Universidade Federal do Rio Grande - FURG e Licenciada em Filosofia pela Universidade Federal de Pelotas (2018). Professora Adjunta do Instituto de Educação - FURG e docente permanente do Programa de Pós-Graduação em Educação Ambiental (PPGEA/FURG). Vice-líder do Núcleo de Estudos e Pesquisas sobre Ensino de Filosofia e Educação Filosófica - Regional Extremo Sul (NESEF-Extremo Sul) e pesquisadora do Grupo de Estudos em Filosofias Emergentes (GEFE).

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Publicado

2024-12-16

Como Citar

Marques, Q. D. J. S., Silva, M. E. dos S. de S. da, & Pedruzzi, A. da N. (2024). AMEFRICANIDADES NO ENSINO: por uma educação ambiental antirracista e feminista. Momento - Diálogos Em Educação, 33(3), 422–441. https://doi.org/10.14295/momento.v33i3.16628