ARTICULAÇÕES DISCURSIVAS EM TORNO DA BASE NACIONAL COMUM CURRICULAR EM TENTATIVAS DE CONTROLE DA DOCÊNCIA NAS POLÍTICAS EM CURSO

Resumo

Em busca da hegemonia em complexas arenas de disputa pela produção de políticas de currículo pautadas em um modelo regulador, observamos em nossas pesquisas, articulações discursivas na tentativa de controlar tanto o currículo quanto a docência. Neste sentido, operando com os aportes pós-estruturalistas e ancoradas nas importantes contribuições da Teoria do Discurso de Laclau e Mouffe (2015), das redes políticas discutidas por Ball (2020) e das relevantes pesquisas sobre políticas de currículo e docência de Lopes e Macedo (2011), Lopes (2015 e 2017) e Macedo (2014) a presente pesquisa tem como objetivo analisar os discursos que almejam alcançar a hegemonia na tentativa de controlar a (form)ação docente. Estes têm sido construídos por uma ampla rede de articulação, que vem produzindo demandas, consensos e a fixação de sentidos para a docência. Nesta análise, procuramos dar destaque para os discursos produzidos pelo Movimento pela Base, que tem se mostrado uma atuante rede política durante o processo de articulação da BNCC e que não vem medindo esforços para dar andamento à política em curso. Em diferentes materiais publicados por este Movimento percebemos articulações discursivas que inferem na padronização do trabalho e formação docente, com a justificativa
de ser esse um fator importante para o alcance da educação de qualidade. Apontamos, ainda, que a política curricular em curso não tem considerado os movimentos contínuos dos professores na significação do seu trabalho com o currículo escolar.