A pedagogia waldorf e a educação ambiental
um diálogo a partir de uma perspectiva ecofenomenológica
DOI:
https://doi.org/10.14295/remea.v38i1.11827Palavras-chave:
infância, experiência estética, educação antroposóficaResumo
O presente artigo coloca em diálogo a fenomenologia goetheana, steineriana, merleau-pontiana e autores contemporâneos com o intuito de refletir o quanto a ecofenomenologia pode contribuir para as pesquisas e práticas em educação ambiental no contexto das escolas waldorf. Identificou-se que a perspectiva ecocêntrica e a agência não humana são intencionalmente exploradas nas escolas waldorf, apesar desses conceitos não aparecerem explicitamente nas teorias que as fundamentam. As vivências na pedagogia waldorf podem ser um caminho de criação, imaginação, movimento e estética devido a sua concepção holística; e de profundo contato e respeito com a natureza.
Downloads
Referências
ANDRADE E SILVA, Dulciane Anjos de. Por uma educação voltada para o desenvolvimento da expressão oral dos educandos: um estudo sobre a pedagogia waldorf. 2010. Tese (Doutorado em Educação) - Programa de Pós-Graduação em Educação, Faculdade de Educação, Universidade Federal da Bahia, Salvador, 2010.
BRASIL. Resolução n. 2, de 15 de junho de 2012. Estabelece as Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação Ambiental. Diário Oficial da União, Brasília, n. 116, seção 1, p. 70, 18 jun. 2012.
BACH JR., Jonas. Fenomenologia de Goethe e educação: a filosofia da educação de Steiner. 1 ed. Curitiba: Lohengrin, 2017. 232 p.
BACH JR., Jonas. A fenomenologia da natureza de Goethe: conexões à educação ambiental. REMEA - Revista Eletrônica do Mestrado em Educação Ambiental, Rio Grande, v. 30, n. 1, p. 140-158, jan./jun. 2013. Disponível em: https://periodicos.furg.br/remea/article/view/3462/2224. Acesso em: 28 jan. 2019.
BACH JR., Jonas. A percepção ambiental na pedagogia waldorf pelas reflexões de Bachelard e sua relação com as bases da educação estética e ambiental. REMEA - Revista Eletrônica do Mestrado em Educação Ambiental, Rio Grande, v. 18, jan./jun. 2007. Disponível em: https://periodicos.furg.br/remea/article/view/3559/2122. Acesso em: 01 abr 2019.
BACH JR., Jonas; MARIN, Andreia Aparecida. A educação estética na pedagogia waldorf: o imaginário e a paisagem interior. Interfaces da Educação, Parnaíba, v. 3, n. 8, p. 19-34, 2012.
CARVALHO, Luiz Marcelo. A temática ambiental e o processo educativo: dimensões e abordagens. In: CINQUETTI, Heloisa Chalmers Sisla; LOGAREZZI, Amadeu. (Orgs.). Consumo e Resíduo: fundamentos para o trabalho educativo. São Carlos: Edufscar, 2006. p. 19-41.
CARVALHO, Isabel Cristina de Moura; MUHLE, Rita Paradeda. Intenção e atenção nos processos de aprendizagem. Por uma Educação Ambiental “fora da caixa”. Ambiente & Educação, Rio Grande, v. 21, n. 1, p. 26-40, 2016. Disponível em: https://periodicos.furg.br/ambeduc/article/view/6090. Acesso em: 31 mar. 2020.
DUARTE, Júlio Corrêa de Resende Dias; SATO, Michèle; PAZOS, Araceli Serantes. A educação ambiental do caminhar. REMEA - Revista Eletrônica do Mestrado em Educação Ambiental, Rio Grande, v. 35, n. 3, p. 94-113, dez./2018. Disponível em: https://periodicos.furg.br/remea/article/view/8111. Acesso em: 20 mar. 2019.
FIGUEIREDO, Carolina Gulyas. Ensino de ciências na pedagogia waldorf: intenções e ações. 2015. Dissertação (Mestrado em Educação para Ciência) - Pós-graduação em Educação para a Ciência, Faculdade de Ciências, Universidade Estadual Paulista, Bauru, 2015.
FIGUEIREDO, Andréia Nasser. Educação ambiental e áreas verdes urbanas: os vínculos e as relações afetivas em processos educativos em uma microbacia em urbanização. 2018. Tese (Doutorado em Ciências) – Pós-graduação em Ecologia e Recursos Naturais, Centro de Ciências Biológicas e da Saúde, Universidade Federal de São Carlos, São Carlos, 2018.
HÄGGSTRÖM, Margaretha. Lived experiences of being-in-the-forest as experiential sharing with the more-than-human world. Journal of Environmental Education Research: Sweden, p. 1-14, jul./2019. Disponível em: https://www.tandfonline.com/doi/full/10.1080/13504622.2019.1633275. Acesso em: 23 ago. 2019.
IARED, Valéria Ghisloti. (Eco)Narrativa de uma caminhada na floresta australiana. REMEA - Revista Eletrônica do Mestrado em Educação Ambiental, Rio Grande, v. 36, n. 3, p. 198-212, dez./2019. Disponível em: https://periodicos.furg.br/remea/article/view/9528. Acesso em: 27 jan. 2020.
IARED, Valéria Ghisloti. A experiência estética no Cerrado para a formação de valores estéticos e éticos na educação ambiental. São Carlos, 2015. 173f. Tese (Doutorado em Ciências) - Centro de Ciências Biológicas e da Saúde, UFSCar. 2015.
IARED, Valéria. Ghisloti; OLIVEIRA, Haydeé Torres de. Walking ethnography e entrevistas na análise de experiências estéticas no Cerrado. Educação e Pesquisa, São Paulo, v. 44, 1-18, 2018. Disponível em: http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1517-97022018000100414&lng=en&nrm=iso. Acesso em: 27 jan. 2020.
IARED, Valéria. Ghisloti; OLIVEIRA, Haydeé Torres de. O walking ethnography para a compreensão das interações corporais e multissensoriais na educação ambiental. Ambiente e Sociedade, São Paulo, v. 20, n. 3, 99-116, 2017. Disponível em: http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1414-753X2017000300097&lng=pt&nrm=iso. Acesso em: 27 jan. 2020.
IARED, Valéria Ghisloti; OLIVEIRA, Haydeé Torres de; PAYNE, Phillip. The aesthetic experience of nature and hermeneutic phenomenology. The Journal of Environmental Education, Estados Unidos, v. 47, n. 3, p. 191-201, 2016. Disponível em: https://www.tandfonline.com/doi/full/10.1080/00958964.2015.1063472. Acesso em: 28 dez. 2019.
IARED, Valéria Ghisloti et al. Coexistência de diferentes tendências em análises de concepções de educação ambiental. REMEA - Revista Eletrônica do Mestrado em Educação Ambiental, Rio Grande, v. 27, jan. 2013. Disponível em: https://periodicos.furg.br/remea/article/view/3243. Acesso em: 27 jan. 2020.
JORGENSEN, Nanna Jordt; MARTINY-BRUUN, Asger. Painting trees in the wind: socio-material ambiguity and sustainability politics in early childhood education with refugee children in Denmark. Environmental Education Research, Reino Unido, v. 24, p. 1-14, abr./2019. Disponível em: https://www.tandfonline.com/doi/ref/10.1080/13504622.2019.1602755?scroll=top. Acesso em: 15 jul. 2019.
LORO, Alexandre Paulo. A experiência material de movimento nas aulas de educação física: reflexões e ações para a infância. Revista Eletrônica de Ciências da Educação, Campo Largo, v. 8, n. 1, p. 1-11, jun./2009. Disponível em: http://www.periodicosibepes.org.br/index.php/reped/article/view/686. Acesso em: 21 jan. 2020.
MARIN, Andreia Aparecida. Ética, estética e educação ambiental. Revista de Educação PUC-Campinas, Campinas, n. 22, maio 2012. Disponível em: http://periodicos.puc-campinas.edu.br/seer/index.php/reveducacao/article/view/198. Acesso em: 31 mar. 2020.
MARIN, Andreia Aparecida. A educação ambiental nos caminhos da sensibilidade estética. Revista Inter Ação, Goiânia, v. 31, n. 2, p. 277-290, 2007. Disponível em: https://www.revistas.ufg.br/interacao/article/view/1260. Acesso em: 27 dez. 2019.
MARIN, Andreia Aparecida; LIMA, André Pietsch. Individuação, percepção, ambiente: Merleau-Ponty e Gilbert Simondon. Educ. rev., Belo Horizonte, v. 25, n.3, p. 265-281, Dez, 2009. Disponível em: http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0102-46982009000300013&lng=en&nrm=iso. Acesso em: 10 abr. 2020.
MERLEAU-PONTY, Maurice. Fenomenologia da percepção. São Paulo: Martins Fontes, 1999. 672 p.
MERLEAU-PONTY, Maurice. O visível e o invisível. São Paulo: Perspectiva, 1992. 278 p.
MOTTA, Junior Cesar; COUSIN, Cláudia da Silva; KITZMANN, Dione Iara Silveira. A educação ambiental estética e as relações de pertencimento no processo de ambientalização curricular. Revista Pedagógica, Chapecó, v. 20, n. 45, p. 207-226, set./dez. 2018. Disponível em: https://bell.unochapeco.edu.br/revistas/index.php/pedagogica/article/download/3986/2649. Acesso em: 10 abr. 2020.
NEUENFELDT, Derli Juliano; MAZZARINO, Jane Márcia. O corpo como lugar onde a experiência da educação ambiental nos toca. The body as a place touched by the environmental education experience. REMEA - Revista Eletrônica do Mestrado em Educação Ambiental, Rio Grande, v. 33, n. 1, p. 22-36, maio 2016. Disponível em: https://periodicos.furg.br/remea/article/view/5309/3592. Acesso em: 21 jun. 2019.
NÓBREGA, Terezinha Petrucia da. Corpo, percepção e conhecimento em Merleau-Ponty. Estudos de psicologia, Natal, v. 13, n. 2, p. 141-148, ago. 2008. Disponível em: http://www.scielo.br/pdf/epsic/v13n2/06. Acesso em: 21 jan. 2019.
PAYNE, Philippe. Early years education in the Anthropocene: An ecophenomenology of children’s experience. In: FLEER, Marilyn, VAN OERS, Bert (Eds.). International Handbook of Early Childhood Education. Dordecht: Springer, 2017. p. 117–160. Disponível em: https://link.springer.com/chapter/10.1007/978-94-024-0927-7_6. Acesso em: 21 jun. 2019.
PAYNE, Philippe et al. Affectivity in environmental education research. Pesquisa em Educação Ambiental, São Paulo, v. 13, p. 93-114, 2018. Disponível em: https://www.periodicos.rc.biblioteca.unesp.br/index.php/pesquisa/article/view/12463. Acesso em: 21 jun. 2019.
RIO DE JANEIRO. Tratado de Educação Ambiental para Sociedades Sustentáveis e Responsabilidade Global, de junho de 1992.
RODRIGUES, Cae. A ecomotricidade na apreensão da natureza: inter-ação como experiência lúdica e ecológica. Desenvolvimento e Meio Ambiente, Curitiba, v. 51, p. 8-23, 2019. Disponível em: https://revistas.ufpr.br/made/article/view/63007. Acesso em: 21 jan. 2020.
RODRIGUES, Cae. O vagabonding como estratégia pedagógica para a "desconstrução fenomenológica" em programas experienciais de educação ambiental. Educ. rev., Belo Horizonte, v. 31, n. 1, p. 303-327, mar. 2015. Disponível em: http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0102-46982015000100303&lng=en&nrm=iso. Acesso em: 08 abr. 2019.
RODRIGUES, Carolina de Souza; BONOTTO, Dalva Maria Bianchini. A dimensão estética da educação ambiental: perspectivas de professores e de arte-educadores. REMEA - Revista Eletrônica do Mestrado em Educação Ambiental, v. 26, fev. 2013. Disponível em: https://periodicos.furg.br/remea/article/view/3342. Acesso em: 10 abr. 2020.
SATO, Michele. ECOFENOMENOLOGIA: uma janela ao mundo. Revista Eletrônica do Mestrado em Educação Ambiental, Rio Grande do Sul, Ed. Especial, p. 10-27, jul./2016. Disponível em: https://periodicos.furg.br/remea/article/view/5957. Acesso em: 29 jan. 2020.
SOCIEDADE ANTROPOSÓFICA BRASILEIRA. Desenvolvimento Organizacional e Social, 2016. Disponível em: http://www.sab.org.br/portal/desenvolvimento-social/71-desenvolvimento-organizacional-e-social. Acesso em: 22 fev. 2019.
TOADVINE, Ted. Singing the world in a New Key: Merleau-Ponty and the ontology of sense. Janus Head, v.7, n.2, 273-283, 2004.
VALENTI, Mayla Willik; IARED, Valéria Ghisloti; OLIVEIRA, Haydée Torres de. Potencial das atividades de uso público do Núcleo Picinguaba do Parque Estadual da Serra do Mar (SP) para uma educação ambiental crítica. Ciênc. educ. (Bauru), Bauru, v. 21, n. 3, p. 709-724, Set. 2015. Disponível em: http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1516-73132015000300012&lng=en&nrm=iso. Acesso em: 27 jan. 2020.
WOOD, David. What is Eco-Phenomenology? In: BROWN, Charles; TOADVINE, Ted (Eds.). Eco-Phenomenology: back to the earth itself, New York: State University, 2003. p. 211-233.
Downloads
Publicado
Como Citar
Edição
Seção
Licença
Copyright (c) 2021 REMEA - Revista Eletrônica do Mestrado em Educação Ambiental
Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution-NonCommercial-ShareAlike 4.0 International License.
