“Os homens são naturalmente melhores em matemática do que as mulheres”: um discurso que persiste

Autores

  • Lucas Alves Lima Barbosa Universidade Federal de Lavras

Resumo

O presente trabalho faz parte de minha pesquisa de conclusão de curso “Sujeitos masculinos e femininos na Educação Matemática: uma análise de gênero sob a ótica discursiva de docentes matemáticos”, para obtenção do título de licenciado em Matemática.

     Esta pesquisa foi inundada pela inspiração foucaultiana desde seus estágios mais embrionários. Souza (2008) nos conta que Michel Foucault, ao escolher suas temáticas depesquisa, se voltava para grandes questões, enigmas e tabus de seu tempo; para as feridas, inquietações e angústias que se constituam então como elementos disparadores de discussões muito profundas.

     Como professor de Matemática em atuação na rede pública de Educação Básica mesmo antes da obtenção do título de licenciado – e como estudioso das questões de gênero – algumas das questões-feridas-incômodos que me conduziram a pensar nessa proposta de pesquisa foram: Até que ponto o discurso ainda vivo de que garotos aprendem Matemática com mais facilidade do que as garotas se traduz como sendo uma “verdade”? O que essa “verdade” tem produzido? A serviço de quem tem atuado? Como têm sido estabelecidas as relações entre homens, mulheres e Matemática? De que modo a Matemática subjetiva os que com ela se envolvem? Qual o espaço das meninas e mulheres nos contextos de aprendizagem matemática? O que é permitido que elas saibam? O que é permitido que elas conheçam? Em um esforço de síntese, como se configuram, enfim, as relações de gênero nos ambientes de aprendizagem matemática?

Downloads

Não há dados estatísticos.

Biografia do Autor

Lucas Alves Lima Barbosa, Universidade Federal de Lavras

Licenciado em Matemática pelo Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Sul de Minas Gerais (2015) com foco de pesquisa em Educação, Ensino de Matemática e questões de gênero. É mestrando em Educação pela Universidade Federal de Lavras, membro do grupo de pesquisa Fesex (Relações entre filosofia e educação para a sexualidade na contemporaneidade: a problemática da formação docente) e professor de Educação Básica na rede pública do estado de Minas Gerais.

Referências

ALMEIDA, M. F; MOURA, A. R. L. Desconstrução: As relações de gênero e a Educação Matemática nos anos iniciais do Ensino Fundamental. Anais do XI Encontro Nacional de Educação Matemática, Curitiba, 2013.

ANDRADE, M. S. Gênero e desempenho em matemática ao final do ensino médio: quais as relações? Estudos em Avaliação Educacional, v. 27. São Paulo, 2003.

CARVALHO, M. P. Pierre Bourdieu sobre Gênero e Educação. Revista Ártemis, vol 01/dez. João Pessoa, 2004.

EVES, H. Introdução à história da matemática. Tradução: Hygino H. Domingues. 5ª ed. Campinas: Editora da Unicamp, 2011.

LARROSA, J. Tecnologias do eu e educação. In: SILVA, T. T. (org.). O sujeito da educação: estudos foucaultianos. Petrópolis: Vozes, 1994.

SINGH, S. O último teorema de Fermat: A história do enigma que confundiu as maiores mentes do mundo durante 358 anos - 9ª ed. Rio de Janeiro: Record, 2002.

SANTOS, J; CARDOSO, L. R. Relações de Gênero na Educação Matemática dos anos iniciais do Ensino Fundamental. Anais do VI Colóquio Internacional “Educação e Contemporaneidade”. São Cristóvão, 2012.

SOUZA, K. C. S. S. As mulheres na matemática. Trabalho de Conclusão de Curso, Universidade Católica de Brasília - UCB/DF, 2006.

SOUZA, M. C. R. F. Gênero e Matemática(s) - jogos de verdade nas práticas de numeramento de alunas e alunos da educação de pessoas jovens e adultas. Tese de Doutorado. Belo Horizonte: Faculdade de Educação UFMG, 2008.

SOUZA, M. C. R. F; FONSECA, M. C. F. R. Conceito de Gênero e Educação Matemática. Bolema, ano 22, nº 32. Rio Claro, 2009.

SOUZA, M. C. R. F; FONSECA, M. C. F. R. Relações de gênero, Educação Matemática e discurso: enunciados sobre mulheres, homens e matemática. Belo Horizonte: Autêntica Editora, 2010.

WALKERDINE, V. O raciocínio em tempos pós-modernos. Educação & Realidade. 20(2). Porto Alegre: jul/dez, 1995

Downloads

Publicado

07-03-2017

Como Citar

Barbosa, L. A. L. (2017). “Os homens são naturalmente melhores em matemática do que as mulheres”: um discurso que persiste. Diversidade E Educação, 4(8), 33–41. Recuperado de https://periodicos.furg.br/divedu/article/view/6738