TORNAR-SE CIENTISTA: NARRATIVAS DE MULHERES PESQUISADORAS NO CONTINENTE ANTÁRTICO

Autores

DOI:

https://doi.org/10.14295/de.v8iEspeciam.9804

Resumo

O presente artigo tem, como foco, analisar as dificuldades e os obstáculos encontrados nas narrativas de mulheres cientistas, em um ambiente inóspito, de difícil acesso e majoritariamente masculino, como o Continente Antártico. Por meio de entrevistas semiestruturadas, o estudo busca dar visibilidade às narrativas de três pesquisadoras coordenadoras e de cinco pesquisadoras alunas, com experiências em embarques, estação e/ou acampamentos, nas quais é possível perceber que, nas relações de gênero, a partir de uma materialidade biológica, discursos são construídos, em função de atributos ditos masculinos ou femininos. Tais discursos indicam as atividades que podem ou não ser executadas por mulheres cientistas, emergindo, nos enunciados, aspectos que configuram discriminações, preconceitos velados como cuidados, o “funil” maternidade e o modo “feminino” de fazer ciência.

PALAVRAS-CHAVE: Relações de gênero.  Antártica.  Ciência.

 

 

Downloads

Não há dados estatísticos.

Biografia do Autor

Maria Rozana R. Almeida, Universidade Federal do Rio Grande - FURG

Doutoranda em Educação em Ciências / Universidade Federal do Rio Grande - FURG

Paula Regina Costa Ribeiro, Universidade Federal do Rio Grande - Furg

Professora no Programa de doutorado em Educação em Ciências da Universidade Federal de Rio Grande - Furg.

Maria Teresa Machado Vilaça, Universidade do Minho - Braga/Portugal

Professora e Doutora em Educação  pela  Universidade do Minho – Braga – Portugal

Referências

Referências

BANCO MUNDIAL. Relatório de Desigualdade Global de Gênero 2016 do Fórum Econômico Mundial. Disponível em:

http://www3.weforum.org/docs/Media/GGGR16/GGGR16_PTBR.pdf>. Acesso em: 27 nov. 2018.

BANCO MUNDIAL. Relatório sobre o desenvolvimento mundial de igualdade de gênero e desenvolvimento. Disponível em:

http://siteresources.worldbank.org/INTWDR2012/Resources/7778105-1299699968583/7786210-1315936231894/Overview-Portuguese.pdf. Acesso em: 27 nov. 2018.

BANDEIRA, Lourdes. A contribuição da crítica feminista à ciência. In. Revista de Estudos Feministas. Florianópolis, 16(1): 288, janeiro-abril, 2008.

BEAUVOIR, Simone de. O segundo sexo: fatos e mitos. 3.ed. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 2016.

BITENCOURT, Silvana Maria. Maternidade e Carreira: Reflexões de Acadêmicas na Fase do Doutorado. Jundiaí: Paco Editorial, 2013.

BOURDIEU, Pierre. A dominação masculina: a condição feminina e a violência simbólica. 15 ed. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil. 2019

______. A dominação masculina. In. Revista Educaçao & Realidade. 20(2):133-184 jul./dez. 1995

CHASSOT, Attico. A Ciência é masculina? É sim, senhora! 2.ed. São Leopoldo: Editora UNISINOS, 2009.

COLLING, Ana Maria. Tempos diferentes, discursos iguais: a construção do corpo feminino na história. Dourados: Ed. UFGD, 2014.

CORAZZA, Sandra Maria. Labirintos da pesquisa, diante dos ferrolhos. In: COSTA, Marisa Vorraber (org). Caminhos investigativos. Novos olhares na pesquisa em educação. Rio de Janeiro: DP&A, p. 105-131, 2002

FOUCAULT, Michel. Vigiar e Punir: nascimento da prisão. 42. Ed. Petrópolis: Vozes, 2014.

______. História da sexualidade 1: a vontade de saber. São Paulo: Paz e Terra, 2015.

______. História da Sexualidade 3: o cuidado de si. São Paulo: Paz e Terra, 2014.

______. A ordem do discurso. 24 ed. São Paulo: Loyola, 2014

HENNING, Paula Corrêa. Efeitos de sentidos em discursos educacionais contemporâneos: Produçao de saber e moral nas ciências humanas. Tese de Doutorado, p. 282. Unisinos, 2008.

KELLER, Evelyn Fox. Reflexiones sobre Género y Ciencia. Valência: Edicions Alfons el Magnànim Generalitat Valenciana, 1991.

______. Qual foi o impacto do feminismo na ciência? Cadernos Pagu. Jul/Dez p. 13-34. 2006. Disponível em: http://www.scielo.br/pdf/cpa/n27/32137.pdf. Acesso em: 28 jan. 2019.

LIMA, Betina Stefanello. Teto de vidro ou labirinto de cristal? As margens femininas das ciências. Dissertação de Mestrado, p. 133. UnB, 2008.

LOPES, Maria Margaret. “Aventureiras” nas Ciências: Refletindo sobre gêneros e História das Ciências Naturais no Brasil. Cadernos Pagu. 345-368. 1998. Disponível em: http://taurus.unicamp.br/bitstream/REPOSIP/119840/1/ppec_4689345-3335-1-SM.pdf. Acesso em: 28 jan. 2019.

NUNES, Marcomede Rangel. O Brasil na Antártica. Rio de Janeiro: Régis Aló, 2005.

ONU MULHERES. Princípios de Empoderamento de Mulheres. Cartilha da Onu Mulheres. Disponível em:

http://www.onumulheres.org.br/wp-content/uploads/2016/04/cartilha_ONU_Mulheres_Nov2017_digital.pdf. Acesso em: 13 nov. 2018.

PARAÍSO, Marlucy Alves. A ciranda do currículo, com gênero, poder e resistência. Currículo sem fronteiras, v.16, n.3, p. 388-415, set./dez. 2016. Disponível em: http://www.curriculosemfronteiras.org/vol16iss3articles/paraiso.pdf. Acesso em: 28 jan. 2019.

SCHIENBINGER, Londa. O Feminismo mudou a Ciência? Bauru, SP: EDUSC, 2001

SCOTT, Joan W. Gênero: uma categoria útil de análise histórica. Educação & Realidade. Porto Alegre, Vol. 20. Nº 2. 1995. Disponível em:

https://seer.ufrgs.br/educacaoerealidade/article/view/71721. Acesso em: 17 dez. 2018.

SIMÕES, Stefany Lucchesi. A participação das mulheres na questão antártica. Boletim Geocorrente. 2016.

Disponível em: https://www.egn.mar.mil.br/arquivos/boletins/boletim-28. Acesso em: 18 jan. 2018.

TABAK, Fanny. O laboratório de pandora: estudos sobre a ciência no feminino. Rio de Janeiro: Garamond, 2002.

Downloads

Publicado

2020-03-08

Como Citar

R. Almeida, M. R., Costa Ribeiro, P. R., & Machado Vilaça, M. T. (2020). TORNAR-SE CIENTISTA: NARRATIVAS DE MULHERES PESQUISADORAS NO CONTINENTE ANTÁRTICO. Diversidade E Educação, 8(Especiam), 96–122. https://doi.org/10.14295/de.v8iEspeciam.9804