ENCRUZILHADAS

ESÙ, MASCULINIDADES NEGRAS, AFETIVIDADE E VILANISMO

Autores/as

DOI:

https://doi.org/10.63595/dedu.v13i2.19574

Resumen

RESUMO

O presente artigo propõe uma análise crítica das masculinidades negras no Brasil a partir da articulação entre os conceitos de afetividade, estigmatização racial e resistência simbólica, tomando como eixo central a figura de Esù. Fundamentado na perspectiva dialógica de Bakhtin e nas contribuições de autores como Fanon, Mbembe e Noguera, o estudo evidencia como o patriarcado e o racismo organizaram as subjetividades, projetando sobre o negro o estigma da violência e da desumanização. A análise da música "Esù", de Baco Exu do Blues, permite compreender como a produção cultural contemporânea tensiona o imaginário colonial, reconfigurando a masculinidade negra como campo de reexistência e criação. A figura de Esù torna-se símbolo da fluidez, da insurgência e da potência criadora que desafia as normatividades raciais e de gênero. Conclui-se que desmistificar a imagem do "homem negro vilão" é um imperativo para a construção de novas possibilidades de subjetivação, reconhecimento e emancipação social.

PALAVRAS-CHAVE: Masculinidades. Racismo. Exu. Afetividade.

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Biografía del autor/a

Wilson de Oliveira Lima, CEFET/RJ

É mestre em Relações Étnico-Raciais pelo Programa de Pós-Graduação em Relações Étnico-Raciais do Centro Federal de Educação Tecnológica Celso Suckow da Fonseca (CEFET/RJ). Pós-graduado em Terapia Cognitivo-Comportamental e bacharel em Psicologia pelo Centro Universitário Celso Lisboa. Terapeuta certificado em Psicoterapia Experiencial e Facilitador de Grupos pelo TFE Brasil, possui certificação de Nível C em Terapia Focada nas Emoções (TFE) pela Sociedade Internacional de Terapia Focada nas Emoções (ISEFT) e pelo TFE Brasil. Atua como colaborador da Comissão de Igualdade Racial da OAB/Barra e da Comissão de Direitos Humanos da OAB/RJ. Desenvolve práticas clínicas e formativas a partir de uma perspectiva antirracista e interdisciplinar, com foco nas relações étnico-raciais, na saúde mental e nas experiências emocionais de pessoas negras. Integra projetos e ações voltados à promoção da equidade racial, da escuta sensível e da transformação das práticas psicoterapêuticas a partir de uma ética do cuidado e da reexistência.

Roberto Carlos da Silva Borges, CEFET/RJ

É Diretor de Relações Internacionais da Associação Internacional de Investigadores e Investigadoras Negros e Negras da América Latina e do Caribe (AINALC) e membro do grupo de trabalho Afrodescendência e Propostas Contra-Hegemônicas do Consejo Latinoamericano de Ciências Sociales (CLACSO). É também Diretor Pedagógico do Centro Afrocarioca de Cinema e um dos organizadores do Encontro de Cinema Negro Zózimo Bulbul - Brasil, África e Cariba. Presta assessoria e consultoria em questões ligadas ao racismo e ao antirracismo. É um dos criadores do Programa de Pós-Graduação em Relações Étnico-raciais do Cefet-rj e é professor titular no mesmo programa. Ocupou a função de Primeiro Secretário da Associação Brasileira de Pesquisadores Negros e Negras (ABPN) por dois mandatos consecutivos; foi pró-reitor de Políticas Afirmativas e Estudantis na Universidade da Integração Internacional da Lusofonia Afro-brasileira (Unilab); foi Assessor Especial da Ministra Nilma Lino Gomes na Secretaria de Política de Promoção da Igualdade Racial (Seppir) e no Ministério das Mulheres, da Igualdade Racial e dos Direitos Humanos; foi Diretor de Ensino no Centro Federal de Educação Tecnológica Celso Suckow da Fonseca (Cefet-RJ) e participou do Grupo de Transição de Igualdade Racial do Governo do Presidente Luís Inácio Lula da Silva. Atua na área Interdisciplinar, com foco nas relações raciais, no antirracismo, no cinema negro, no discurso religioso e nas práticas identitárias.

Publicado

2025-12-13

Cómo citar

DE OLIVEIRA LIMA, Wilson; DA SILVA BORGES, Roberto Carlos. ENCRUZILHADAS: ESÙ, MASCULINIDADES NEGRAS, AFETIVIDADE E VILANISMO. Diversidad y Educatión, [S. l.], v. 13, n. 2, p. 84–101, 2025. DOI: 10.63595/dedu.v13i2.19574. Disponível em: https://periodicos.furg.br/divedu/article/view/19574. Acesso em: 15 dic. 2025.

Número

Sección

Dossiê Masculinidades nos espaços-tempos educacionais