MEMÓRIAS DA COLIGAY E O CURRÍCULO DE MASCULINIDADE DOS TORCEDORES DE FUTEBOL

Autores

DOI:

https://doi.org/10.14295/de.v7i2.9537

Resumo

Nos estádios de futebol existem hierarquias de gênero bastante marcadas com conteúdos específicos e que limitam as possibilidades de vivências masculinas. Neste trabalho nos propomos a dialogar com torcedores do Grêmio Foot-Ball Porto Alegrense para tentar mapear como esses sujeitos dialogam com o currículo de masculinidade que atravessa as práticas torcedoras. Nos interessa especialmente, tentar escutar os entendimentos dos sujeitos sobre o permitido/autorizado para masculinidades não normativas a partir das memórias da torcida homossexual Coligay. Ainda é muito cedo para saber como episódios como o reaparecimento da Coligay atravessarão o currículo de masculinidade dos torcedores de estádio de futebol na Arena do Grêmio. O que parece certo é que agora, mais do que antes, há um jogo a ser jogado sobre as construções das masculinidades torcedoras nos estádios de futebol.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Biografia do Autor

Gustavo Andrada Bandeira, Universidade Federal do Rio Grande do Sul

Doutor e mestre em Educação pelo PPGEdu/UFRGS, especialista em Jornalismo Esportivo pela Fabico/UFRGS e licenciado em Pedagogia pela Faced/UFRGS. Técnico em Assuntos Educacionais na Escola de Administração/UFRGS e integrante do Grupo de Estudos de Educação e Relações de Gênero (Geerge).

Fernando Seffner, PPGEdu/UFRGS

Fernando Seffner tem licenciatura em História, é professor da Faculdade de Educação da UFRGS Departamento de Ensino e Currículo. Docente e orientador junto ao Programa de Pós-Graduação em Educação (PPGEDU) na linha de pesquisa Educação, Sexualidade e Relações de Gênero, com ênfase temática nas pedagogias de construção das masculinidades. Docente e orientador no Mestrado Profissional em Ensino de História - PROFHISTÓRIA, polo UFRGS.

Referências

ANJOS, Luiza Aguiar do. De “são bichas, mas são nossas” à “diversidade da alegria”: uma história da torcida Coligay. 388 f. Tese (Doutorado) – Programa de Pós-Graduação em Ciências do Movimento Humano da Escola de Educação Física, Fisioterapia e Dança, UFRGS, Porto Alegre. 2018.

BANDEIRA, Gustavo Andrada. Uma história do torcer no presente: elitização, racismo e heterossexismo no currículo de masculinidade dos torcedores de futebol. Curitiba: Appris editora, 2019.

BANDEIRA, Gustavo Andrada. “Eu canto, bebo e brigo... alegria do meu cora¬ção”: currículo de masculinidades nos estádios de futebol. 128 f. Dissertação (Mestrado) – Programa de Pós-Graduação em Educação da Faculdade de Educação, UFRGS, Porto Alegre, 2009.

BORRILLO, Daniel. Homofobia: história e crítica de um preconceito. Belo Horizonte: Autêntica, 2010.

BUTLER, Judith. Relatar a si mesmo: crítica da violência ética. Belo Horizonte: Autêntica, 2015.

BUTLER, Judith. Corpos que pensam: sobre os limites discursivos do “sexo”. In: LOURO, Guacira Lopes (Org.). O corpo educado: pedagogias da sexualidade. Belo Horizonte: Autêntica, 2ª ed., 2001. p. 151-72.

CONNELL, R. W.; MESSERSCHMIDT, James W. Masculinidade hegemônica: repensando o conceito. Estudos Feministas, v. 21, n. 1. Florianópolis, jan./abr., p. 241-282, 2013.

DAMO, Arlei Sander. Do dom à profissão: uma etnografia do futebol de espetáculo a partir da formação de jogadores no Brasil e na França. 435 f. Tese (Doutorado) –Programa de Pós-Graduação em Antropologia Social do Instituto de Filosofia e Ciências Humanas, UFRGS, Porto Alegre, 2005.

DAMO, Arlei Sander. Para o que der e vier: o pertencimento clubístico no futebol brasileiro a partir do Grêmio Foot-Ball Porto Alegrense e seus torcedores. 247 f. Dissertação (Mestrado) – Programa de Pós-Graduação em Antropologia Social do Instituto de Filosofia e Ciências Humanas, UFRGS, Porto Alegre, 1998.

FOUCAULT, Michel. A ordem do discurso. 13ª ed. São Paulo: Loyola, 2006.

FOUCAULT, Michel. História da sexualidade I: a vontade de saber. Rio de Janeiro: Edições Graal, 2005.

GEERTZ, Clifford. A interpretação das culturas. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 1989.

HALL, Stuart. A centralidade da cultura: notas sobre as revoluções de nosso tempo. Educação & Realidade. Cultura, mídia e educação. FACED/UFRGS, v.22, n.2, jul./dez., p. 15-46, 1997.

LOURO, Guacira Lopes. Discursos de ódio. In: SEFFNER, Fernando; CAETANO, Márcio. (Org.). Discurso, discursos e contra-discursos latino-americanos sobre a diversidade sexual e de gênero. Rio Grande: Editora da FURG; Realize Editora, 2016, p. 271-282.

LOURO, Guacira Lopes. Pedagogias da sexualidade. In: LOURO, Guacira Lopes. (Org.). O corpo educado: pedagogias da sexualidade. 2. ed. Belo Horizonte: Autêntica, 2001, p. 7-34.

MEYER, Dagmar Estermann. Abordagens pós-estruturalistas de pesquisa na interface educação, saúde e gênero: perspectiva metodológica. In: MEYER, Dag¬mar Estermann; PARAÍSO, Marlucy Alves (Org.). Metodologias de pesquisas pós-críticas em educação. Belo Horizonte: Mazza Edições, 2012, p. 47-61.

MEYER, Dagmar Estermann. Corpo, violência e educação: uma abordagem de gênero. In: JUNQUEIRA, Rogério Diniz (Org.). Diversidade sexual na educação: problematizações sobre a homofobia nas escolas. Brasília: Ministério da Educa¬ção, Secretaria de Educação Continuada, Alfabetização e Diversidade, UNESCO, 2009, p. 213-233.

PARAÍSO, Marlucy Alves. Metodologias de pesquisas pós-críticas em educação e currículo: trajetórias, pressupostos, procedimentos e estratégias analíticas. In: MEYER, Dagmar Estermann; PARAÍSO, Marlucy Alves (Org.). Metodolo¬gias de pesquisas pós-críticas em educação. Belo Horizonte: Mazza Edições, 2012, p. 23-45.

SEFFNER, Fernando. Masculinidade bissexual e violência estrutural: tentativas de compreensão, modalidades de intervenção. In: UZIEL, Anna Paula; RIOS, Luis Felipe; PARKER, Richard G. (Org.). Construções da sexualidade: gênero, identidade e comportamento em tempos de aids. Rio de Janeiro: Pallas: Programa em Gênero e Sexualidade IMS/UERJ e ABIA, 2004, p. 85-104.

Downloads

Publicado

20-02-2020

Como Citar

Bandeira, G. A., & Seffner, F. (2020). MEMÓRIAS DA COLIGAY E O CURRÍCULO DE MASCULINIDADE DOS TORCEDORES DE FUTEBOL. Diversidade E Educação, 7(2), 310–326. https://doi.org/10.14295/de.v7i2.9537

Edição

Seção

Espaços Educativos