MEMÓRIAS DA COLIGAY E O CURRÍCULO DE MASCULINIDADE DOS TORCEDORES DE FUTEBOL

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DOI:

https://doi.org/10.14295/de.v7i2.9537

Resumen

Nos estádios de futebol existem hierarquias de gênero bastante marcadas com conteúdos específicos e que limitam as possibilidades de vivências masculinas. Neste trabalho nos propomos a dialogar com torcedores do Grêmio Foot-Ball Porto Alegrense para tentar mapear como esses sujeitos dialogam com o currículo de masculinidade que atravessa as práticas torcedoras. Nos interessa especialmente, tentar escutar os entendimentos dos sujeitos sobre o permitido/autorizado para masculinidades não normativas a partir das memórias da torcida homossexual Coligay. Ainda é muito cedo para saber como episódios como o reaparecimento da Coligay atravessarão o currículo de masculinidade dos torcedores de estádio de futebol na Arena do Grêmio. O que parece certo é que agora, mais do que antes, há um jogo a ser jogado sobre as construções das masculinidades torcedoras nos estádios de futebol.

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Biografía del autor/a

Gustavo Andrada Bandeira, Universidade Federal do Rio Grande do Sul

Doutor e mestre em Educação pelo PPGEdu/UFRGS, especialista em Jornalismo Esportivo pela Fabico/UFRGS e licenciado em Pedagogia pela Faced/UFRGS. Técnico em Assuntos Educacionais na Escola de Administração/UFRGS e integrante do Grupo de Estudos de Educação e Relações de Gênero (Geerge).

Fernando Seffner, PPGEdu/UFRGS

Fernando Seffner tem licenciatura em História, é professor da Faculdade de Educação da UFRGS Departamento de Ensino e Currículo. Docente e orientador junto ao Programa de Pós-Graduação em Educação (PPGEDU) na linha de pesquisa Educação, Sexualidade e Relações de Gênero, com ênfase temática nas pedagogias de construção das masculinidades. Docente e orientador no Mestrado Profissional em Ensino de História - PROFHISTÓRIA, polo UFRGS.

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Publicado

2020-02-20

Cómo citar

Bandeira, G. A., & Seffner, F. (2020). MEMÓRIAS DA COLIGAY E O CURRÍCULO DE MASCULINIDADE DOS TORCEDORES DE FUTEBOL. Diversidade E Educação, 7(2), 310–326. https://doi.org/10.14295/de.v7i2.9537