DISCURSOS, SILENCIAMENTOS E DORES:
O “FAZER FALAR” NOS INQUÉRITOS POLICIAIS DE ESTUPRO DE VULNERÁVEL NO ALTO SERTÃO SERGIPANO
DOI:
https://doi.org/10.14295/de.v11i1.15433Resumo
O presente artigo tem como objetivo analisar o debate institucional estabelecido em torno da construção de Inquéritos Policiais – IP, registrados como casos de “estupro de vulnerável”, em uma delegacia regional, situada na região do Alto Sertão de Sergipe. O foco analítico recairá na forma como os/as operadores/as do direito lidam com esse tipo de crime e como as investigações são estabelecidas para a elaboração das peças do IP. Da mesma forma, busca-se empreender como as narrativas de vítimas e autores são construídos nos Inquéritos, e como o fato é registrado no âmbito institucional. Os dados dessa pesquisa foram produzidos a partir de quarenta e nove IP pesquisados, catalogados e analisados, entre os anos de 2012 e 2017. Destes, selecionamos seis inquéritos, que foram o foco desse exercício analítico. Os resultados apontam para um constante silenciamento dos casos de violência sexual que atingem vulneráveis, crimes que só são registrados em delegacias, após terem ocorrido mais de uma vez. A maior parte das denúncias são registradas pelas genitoras das vítimas. Em muitos casos, há denúncias anônimas através do Disque 100, o que evidencia a importância dessa política pública. Há por parte dos autores do crime a negação do mesmo, jogando a responsabilidade para a vítima. Os/as operadores/as do Direito, em processo de investigação, buscam sempre pela materialidade dos fatos. O Conselho Tutelar e o CREAS são equipamentos procurados tanto pelas famílias quanto pela delegacia para apoio às famílias e vítimas.
Downloads
Downloads
Publicado
Como Citar
Edição
Seção
Licença
Copyright (c) 2023 Diversidade e Educação
Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution 4.0 International License.
Concedo a Revista Diversidade e Educação o direito de primeira publicação da versão revisada do meu artigo, licenciado sob a Licença Creative Commons Attribution (que permite o compartilhamento do trabalho com reconhecimento da autoria e publicação inicial nesta revista).
Afirmo ainda que meu artigo não está sendo submetido a outra publicação e não foi publicado na íntegra em outro periódico e assumo total responsabilidade por sua originalidade, podendo incidir sobre mim eventuais encargos decorrentes de reivindicação, por parte de terceiros, em relação à autoria do mesmo.
Também aceito submeter o trabalho às normas de publicação da Revista Diversidade e Educação acima explicitadas.