DISCURSOS, SILENCIAMENTOS E DORES:

O “FAZER FALAR” NOS INQUÉRITOS POLICIAIS DE ESTUPRO DE VULNERÁVEL NO ALTO SERTÃO SERGIPANO

Autores

DOI:

https://doi.org/10.14295/de.v11i1.15433

Resumo

O presente artigo tem como objetivo analisar o debate institucional estabelecido em torno da construção de Inquéritos Policiais – IP, registrados como casos de “estupro de vulnerável”, em uma delegacia regional, situada na região do Alto Sertão de Sergipe. O foco analítico recairá na forma como os/as operadores/as do direito lidam com esse tipo de crime e como as investigações são estabelecidas para a elaboração das peças do IP. Da mesma forma, busca-se empreender como as narrativas de vítimas e autores são construídos nos Inquéritos, e como o fato é registrado no âmbito institucional. Os dados dessa pesquisa foram produzidos a partir de quarenta e nove IP pesquisados, catalogados e analisados, entre os anos de 2012 e 2017. Destes, selecionamos seis inquéritos, que foram o foco desse exercício analítico. Os resultados apontam para um constante silenciamento dos casos de violência sexual que atingem vulneráveis, crimes que só são registrados em delegacias, após terem ocorrido mais de uma vez. A maior parte das denúncias são registradas pelas genitoras das vítimas. Em muitos casos, há denúncias anônimas através do Disque 100, o que evidencia a importância dessa política pública. Há por parte dos autores do crime a negação do mesmo, jogando a responsabilidade para a vítima. Os/as operadores/as do Direito, em processo de investigação, buscam sempre pela materialidade dos fatos. O Conselho Tutelar e o CREAS são equipamentos procurados tanto pelas famílias quanto pela delegacia para apoio às famílias e vítimas.

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Biografia do Autor

Patrícia Rosalba Salvador Moura Costa, Universidade Federal de Sergipe/ Campus do Sertão

Realizou estágio pós-doutoral na Universidade Pablo Olavide (UPO) na Espanha com Bolsa CAPES (2016), fez Doutorado em Ciências Humanas pela Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC/2012). Concluiu o Mestrado em Sociologia pela Universidade Federal de Sergipe (UFS/2006). Realizou a Graduação em Licenciatura e Bacharelado em Ciências Sociais pela (UFS/2003). Atualmente é professora do Campus do Sertão da Universidade Federal de Sergipe e Diretora de Licenciaturas e Bacharelado da Universidade Federal de Sergipe na Pró-Reitoria de Graduação (PROGRAD/UFS). Atua como professora permanente no Mestrado em Antropologia da UFS

Claudiene Santos, Universidade Federal de Sergipe

Departamento de Biologia (DBI)

Programa de Pós Graduação em Cinema e Narrativas Sociais/PPGCINE

 

Thiago Barcelos Soliva , Universidade Federal do Recôncavo da Bahia

Graduação em Ciências Sociais pela Universidade Federal Fluminense (2009), mestrado em Sociologia e Antropologia pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (2012) e Doutorado em Ciências Humanas (Antropologia Cultural) pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (2016). Professor do Centro de Ciências da Saúde  no Bacharelado Interdisciplinar em Saúde, na cidade de Santo Antônio de Jesus, Bahia. Professor permanente do Programa de Pós-Graduação em Ciências Sociais: Cultura, Desigualdades e Desenvolvimento, do Centro de Artes, Humanidades e Letras da Universidade Federal do Recôncavo da Bahia, na cidade de Cachoeira, Bahia. Membro da Red del Laboratorio Iberoamericano para el Estudio Sociohistórico de las Sexualidades (RED LIESS).

Elielma Santos Macedo , Universidade Federal de Sergipe

Mestranda em Antropologia pelo Programa de Pós-Graduação em Antropologia da Universidade Federal de Sergipe-

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Publicado

25-01-2024

Como Citar

Salvador Moura Costa, P. R., Santos, C., Barcelos Soliva , T. . ., & Santos Macedo , E. (2024). DISCURSOS, SILENCIAMENTOS E DORES: : O “FAZER FALAR” NOS INQUÉRITOS POLICIAIS DE ESTUPRO DE VULNERÁVEL NO ALTO SERTÃO SERGIPANO. Diversidade E Educação, 11(1), 756–784. https://doi.org/10.14295/de.v11i1.15433

Edição

Seção

Dossiê: Violências e resistências na saúde, educação e mídias