ETNOPSICANÁLISE, POVOS E COMUNIDADES TRADICIONAIS

O PAPEL DA ESCUTA NA PRÁTICA DOCENTE DA EDUCAÇÃO DIFERENCIADA

Autores

DOI:

https://doi.org/10.14295/de.v11i1.15364

Resumo

Muitas abordagens contribuem com o reconhecimento das diferenças culturais nas escolas, sendo a psicanálise uma delas. A presente pesquisa testa a validade de um referencial teórico epistemológico para a educação diferenciada, contendo uma parte teórica, que analisa 12 trabalhos que abordam a etnopsicanálise. Mas, é também experimental, abrangendo a aplicação do referencial na prática docente de um componente curricular trabalhado com 25 estudantes de Licenciatura em Etnodesenvolvimento. O referencial obtido propõe a conjugação da antropologia e da psicanálise para a compreensão das diferentes maneiras de perceber e viver a realidade do outro, o que envolve a escuta participante. Conteúdos e modos operantes de cada cultura, que influenciam a organização das experiências dos sujeitos, foram selecionados pelos discentes no planejamento de uma atividade voltada ao Ensino Fundamental. Conclui-se que a etnopsicanálise, na formação de professores para a etnoeducação, subsidia o incentivo ao protagonismo social e político dos povos e comunidades tradicionais.

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Biografia do Autor

Valeria dos Santos Moraes Ornellas, Universidade Federal do Pará

Professora Adjunta da Universidade Federal do Pará, Faculdade de Etnodiversidade, campus Altamira; e coordenadora do Grupo de Etnoecologia Amazônica. Licenciada em Biologia, pela Universidade Federal do Paraná. Mestre em Ecologia, Universidade Estadual de Campinas; e Doutora em Meio Ambiente e Desenvolvimento (UFPR). Realizou um estágio pós-doutoral em Ecologia de Aves Marinhas e Educação Ambiental no LEPAC - Laboratório de Estudos e Pesquisas em Artes e Ciências (UNICAMP); e outro em Ecologia Cultural Quilombola e Etnoeducação no Laboratório de Manguezal do IECOS - Instituto de Estudos Costeiros/UFPA - Bragança. Também foi professora substituta no IECOS/UFPA, na área do ensino de Ciências e Biologia, integrando o GEPECA - Grupo de Estudo e Pesquisa em Educação Cientifica e Ambiental. Realizou uma Especialização em Psicanálise, estudando alguns caminhos epistemológicos baseados na Psicanálise Social para a educação diferenciada; e outra em Etnologia Indígena, com foco em etnoecologia de povos indígenas da região do rio Xingu (em andamento). Interessada no estabelecimento de diálogos filosóficos interculturais que promovam a ecopedagogia e a dimensão ética da sustentabilidade global, em âmbito internacional, vem trabalhando com estudos em filosofia e/ou ação prática socioambientalista na Índia, tendo obtido apoio de instituições do estado de Uttar Pradesh, incluindo a Banaras Hindu University. Tem experiência com ecologia de aves e mamíferos, avaliações de impactos ambientais, filosofia ecológica; e com comunidades caiçaras e de pescadores. Atua em torno de temas de Meio Ambiente e Sociedade, Etnodesenvolvimento e Educação Diferenciada, tendo atualmente como principais linhas de pesquisa: estudos de fauna, ecologia cultural, etnoecologia e educação ambiental. Está associada ao curso de Licenciatura em Etnodesenvolvimento, UFPA/Altamira, onde vem organizando ações participativas com comunidades extrativistas do Mosaico de Áreas Protegidas da Terra do Meio, além de colaborar com o Grupo de Estudos e Pesquisas sobre Práticas Etnos do Xingu - GEPPEX e o Grupo de Estudos Afro-Brasileiros e Indígenas - GEABI. Também desenvolve parceria com o LAMA - Laboratório de Manguezal (UFPA/Bragança) em torno de comunidades quilombolas da região de Bragança, Tracuateua e Santa Luzia. Participa do Conselho Consultivo da ESEC Terra do Meio e da Reserva Extrativista do Rio Xingu e está desenvolvendo pesquisa/extensão na mesma RESEX.

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Publicado

25-01-2024

Como Citar

dos Santos Moraes Ornellas, V. (2024). ETNOPSICANÁLISE, POVOS E COMUNIDADES TRADICIONAIS: O PAPEL DA ESCUTA NA PRÁTICA DOCENTE DA EDUCAÇÃO DIFERENCIADA . Diversidade E Educação, 11(1), 785–806. https://doi.org/10.14295/de.v11i1.15364

Edição

Seção

Dossiê: Violências e resistências na saúde, educação e mídias