OFÍCIO DE COSTUREIRA ESPAÇO HISTÓRICO DE RESISTÊNCIA FEMININA:
CONSTRUINDO COMPETÊNCIAS
DOI:
https://doi.org/10.14295/de.v11i1.15237Resumo
Propõe-se neste artigo problematizar a naturalização de competências, o ofício de costureira foi escolhido como lócus da pesquisa porque a atividade envolve um conjunto de práticas naturalizadas associadas ao estereótipo feminino, sendo relevante ampliar a discussão para desvelar processos sócios históricos que determinam as desigualdades entre os gêneros na sociedade e na atuação profissional. A metodologia utilizada teve como aporte o método materialista histórico, em termos de técnicas e ferramentas realizou-se procedimentos referente a pesquisa exploratória, incluindo revisão da literatura e estudo de caso. O estudo de caso foi realizado em um Curso de Corte Costura mediante observação e entrevista com uma costureira em ofício. Objetivou-se demonstrar que a atividade de costurar não está ligada de forma inseparável do ser mulher, parte-se do princípio que os saberes intrínsecos ao ofício não são naturais são competências construídas em um processo não formal de qualificação profissional. O ofício de costureira é um espaço histórico de resistência feminina, constatou-se que, ainda que muitas costureiras tenham aprendido o ofício em casa sem frequentar quaisquer cursos de qualificação profissional formal, elas mobilizam saberes construindo um agir competente muito além das habilidades técnicas, elas administram seu próprio negócio tornando-se protagonistas de sua própria história.
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