A POTÊNCIA DO CONCEITO DE SOFRIMENTO ÉTICO-POLÍTICO PARA PENSAR AS VIVÊNCIAS TRAVESTIS NA ESCOLA: TRILHAS INICIAIS
DOI:
https://doi.org/10.14295/de.v9i2.13558Resumo
Partindo do pressuposto epistemológico de que subjetividade e objetividade constituem-se dialética e concomitantemente, este artigo teórico objetivou apropriar-se do conceito de sofrimento ético-político, criado pela teórica da psicologia social brasileira Bader Sawaia, para refletir sobre as vivências travestis no âmbito escolar. As travestis, consideradas seres dissidentes por excelência, são interpeladas no processo educativo por uma série de violências institucionais (embebidas, muitas vezes, por discursos de ódio), que se expressam na dimensão subjetiva como sofrimento e adoecimento. Assim, acreditamos ser potente qualificar de ético-político o sofrimento sentido pelas travestis nesta realidade, já que ele permite compreender tal fenômeno de modo amplo, indicando que o sofrimento é singular, mas também social, histórico e articulado às injustiças sociais. Concluindo, acreditamos que, embora muitas vezes necessitem se assujeitar às normas impostas e sofram com isso, várias travestis conseguem elaborar estratégias de resistência, seja através do fortalecimento coletivo, seja pela própria estética emancipada da travestilidade.
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