ESCOLA, GÊNERO E ABJEÇÃO: DESDOBRAMENTOS A PARTIR DA ALEGORIA NA ANIMAÇÃO X-MEN EVOLUTION

Autores

DOI:

https://doi.org/10.14295/de.v8i1.11366

Resumo

Super-heróis fazem do cotidiano de crianças, jovens e adultos, sendo, muitas vezes, taxados de cultura inútil. No entanto, alguns educadores têm defendido o seu uso no processo de aprendizagem. No que diz respeito à sexualidade, em especial a aquelas dissidentes da cisheteronormatividade, há poucos heróis que tratam esse assunto de forma explicita. Tal abordagem muitas vezes se dá sob a forma de alegorias. É o caso dos X-men que foram concebidos por Stan Lee como uma alegoria de minorias sociais da vida real. Esse artigo tem como proposta discutir, a partir do conceito de abjeção da filósofa Judith Butler, como os mutantes são uma alegoria da vivência de alunos LGBTQI+ na escola através da série animada X-men Evolution. Acreditamos que os X-men possam vir a ser um instrumento importante para educadores trabalharem a questão da homofobia e transfobia em sala de aula.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Referências

BEAZLEY, Mark; YOUNGQUIST, Jeff; BRADY, Matt. Enciclopédia Marvel. São Paulo: Panini Comics, 2005.

BENTO, Berenice. Na escola se aprende que a diferença faz a diferença. Rev. Estud. Fem., Florianópolis , v. 19, n. 2, Ago. 2011.

BRAGA JR, Amaro Xavier. Por uma sociologia da imagem desenhada: reprodução, estereótipo e actância nos quadrinhos de super-heróis da Marvel Comics. 2015. Tese (Doutorado em Sociologia) - Universidade Federal de Pernambuco, Recife, 2015b.

BUTLER, Judith. Problemas de gênero. Feminismo e subversão da identidade. 14ª ed. Rio de Janeiro, Civilização Brasileira, 2017.

CAMPOS, Jeferson. X-men e a alegoria da luta dos direitos humanos dos negros e a “heroicidade” de Martin Luther King e Malcon X. Revista Eletrônica da FEATI, v.1, n.12, p.190-194. Jan-jul, 2016.

CLAREMONT, Chris; LEE, Stan. Chris Claremont e Stan Lee falam sobre os X-Men. 2014. (20m23s). Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=yhxP5eeE_nA

CORNEJO, Giancarlo. A guerra declarada contra o menino afeminado. In: MISKOLCI, Richard. Teoria Queer: um aprendizado pelas diferenças. 3. ed. Belo Horizonte: Autêntica, 2017. p. 75-84.

DINIS, Nilson Fernandes. Homofobia e educação: quando a omissão também é signo de violência. Educ. rev., Curitiba , n. 39, p. 39-50, Abr. 2011.

DUMONT, Lígia Maria Moreira; RAMOS, Rubem Borges Teixeira. A leitura de histórias em quadrinhos da Marvel e da DC Comics e a etnometodologia: relevância e desdobramentos. Perspect. ciênc. inf., Belo Horizonte, v. 23, n. 3, p. 188-205, Set. 2018.

EISNER, Will. Quadrinhos e arte seqüencial. São Paulo: Martins Fontes; 1989.

HOPKINS, Patrick D. A Sedução do Normal: Quem não quer ser mutante? In: Irwin, W. (Org.). X-men e a filosofia: visão surpreendente e argumento fabuloso no X-universo mutante. (Trad. Marcos Malvezzi). São Paulo: Madras, 2009.

ILEA, Ramona. A cura mutante ou mudança social: Debatendo a deficiência. In: Irwin, W. (Org.). X-men e a filosofia: visão surpreendente e argumento fabuloso no X-universo mutante. (Trad. Marcos Malvezzi). São Paulo: Madras, 2009.

LEE, Stan. A Message From Stan Lee. 2017. (1m17s). Disponível em:

https://www.youtube.com/watch?v=sjobevGAYHQ&t=10s

LOURO, Guacira Lopes. O corpo educado. Pedagogias da Sexualidade. 4a. ed. Belo Horizonte: Autêntica Editora, 2018.

MANGUEIRA, J. V. A utilização dos X-men como identidade gay no livro No Presente, de Márcio El-Jaick. Darandina Revisteletrônica, v. 10, p. 1-13, 2017.

MARGONARI, Denise Maria; BRAGA JR, Amaro Xavier. O humor das tiras em quadrinhos na educação para a diversidade sexual. Revista Ibero-americana de Estudos em Educação, v. 10, p. 1603-1621, 2015.

MISKOLCI, Richard. Comentário. Cad. Pagu, Campinas , n. 28, p. 55-63, Junho, 2007 .

_________________. Teoria Queer: um aprendizado pelas diferenças. 3. ed. Belo Horizonte: Autêntica, 2017.

_________________. Marcas da Diferença no Ensino Escolar. 1. reim. São Carlos: EdUFSCar, 2014. v. 1.

MOISÉS, Massaud. Dicionário de termos literários. 12. Ed. São Paulo: Cultrix, 2004.

PORCHAT, Patrícia. Psicanálise e Transexualismo: Desconstruindo gêneros e patologias com Judith Butler. Curitiba: Juruá, 2014.

_________________. Gênero é um outro. In: Luzinete Simões Minella; Gláucia de Oliveira Assis; Suzana Bornéo Funck. (Org.). Políticas e Fronteiras: Desafios Feministas. 1ed. Tubarão: Editora Copiart, 2014, v. 2, p. 295-308.

PRADO, Marco Aurélio Máximo; MACHADO, Frederico Viana. Preconceito Contra Homossexualidades: A Hierarquia da Invisibilidade. 2. ed. São Paulo: Cortez, 2012.

PRINS, Baukje.; MEIJER, Irene Costera. Como os corpos se tornam matéria: entrevista com Judith Butler. Rev. Estud. Fem., Florianópolis , v. 10, n. 1, p. 155-167, Jan. 2002.

RAMALHO, Felipe de Castro; BELO, Fábio. Identidade de gênero não-inteligível e o cinema de animação: o caso de Lenny, de O Espanta Tubarões. BAGOAS - ESTUDOS GAYS: GÊNEROS E SEXUALIDADES, v. 11, p. 268/03-290, 2017.

RAMOS, Paulo. A leitura dos quadrinhos. São Paulo: Contexto, 2010.

RISTUM, Marilena. Bullying Escolar. In: Simone Gonçalves Assis; Patrícia Constantino; Joviana Quintes Avanci. (Org.). Impactos da Violência na Escola - refletindo com os professores sobre o enfrentamento da violência. Rio de Janeiro: FiIOCRUZ-MEC, 2010, v. , p. 95-119.

WESCHENFELDER, Gelson Vanderlei; FRADKIN, Chris; YUNES, Maria Angela Mattar. Super-heróis como Recursos para Promoção de Resiliência em Crianças e Adolescentes. Psic.: Teor. e Pesq., Brasília, v. 33, e33425, 201

Downloads

Publicado

16-08-2020

Como Citar

Carvalho, M. A. de, & Ribeiro, P. R. M. (2020). ESCOLA, GÊNERO E ABJEÇÃO: DESDOBRAMENTOS A PARTIR DA ALEGORIA NA ANIMAÇÃO X-MEN EVOLUTION. Diversidade E Educação, 8(1), 577–593. https://doi.org/10.14295/de.v8i1.11366