Tornar-se cientista: narrativas de mulheres pesquisadoras no continente antártico

Autores

DOI:

https://doi.org/10.14295/de.v8iEspeciam.9804

Resumo

O presente artigo tem, como foco, analisar as dificuldades e os obstáculos encontrados nas narrativas de mulheres cientistas, em um ambiente inóspito, de difícil acesso e majoritariamente masculino, como o Continente Antártico. Por meio de entrevistas semiestruturadas, o estudo busca dar visibilidade às narrativas de três pesquisadoras coordenadoras e de cinco pesquisadoras alunas, com experiências em embarques, estação e/ou acampamentos, nas quais é possível perceber que, nas relações de gênero, a partir de uma materialidade biológica, discursos são construídos, em função de atributos ditos masculinos ou femininos. Tais discursos indicam as atividades que podem ou não ser executadas por mulheres cientistas, emergindo, nos enunciados, aspectos que configuram discriminações, preconceitos velados como cuidados, o “funil” maternidade e o modo “feminino” de fazer ciência.

PALAVRAS-CHAVE: Relações de gênero.  Antártica.  Ciência.

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Biografia do Autor

Maria Rozana R. Almeida, Universidade Federal do Rio Grande - FURG

Doutoranda em Educação em Ciências / Universidade Federal do Rio Grande - FURG

Paula Regina Costa Ribeiro, Universidade Federal do Rio Grande - Furg

Professora no Programa de doutorado em Educação em Ciências da Universidade Federal de Rio Grande - Furg.

Maria Teresa Machado Vilaça, Universidade do Minho - Braga/Portugal

Professora e Doutora em Educação  pela  Universidade do Minho – Braga – Portugal

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Publicado

08-03-2020

Como Citar

R. Almeida, M. R., Costa Ribeiro, P. R., & Machado Vilaça, M. T. (2020). Tornar-se cientista: narrativas de mulheres pesquisadoras no continente antártico. Diversidade E Educação, 8(Especial), 96–122. https://doi.org/10.14295/de.v8iEspeciam.9804