PEDAGOGIA DO NÃO LUGAR

FICCIONANDO NARRATIVAS DE UM PROFESSOR NÃO BINÁRIO NA EDUCAÇÃO BÁSICA

Resumo

Habitar a escola como um professor dissidente da norma produz diferentes maneiras de pensarmos a docência e o processo de ensino-aprendizagem. Este texto traz reflexões sobre a presença do corpo não binário enquanto figura docente no contexto escolar, explorando as potencialidades e desafios dessa vivência. Para tanto, foram utilizadas ferramentas autoetnográficas articuladas ao conceito de Escrevivências. Propõe-se uma “pedagogia do não lugar”, que subverte as expectativas tradicionais do papel docente, negando imposições normativas para abrir caminho a novas formas de ser e existir enquanto professor. A discussão abrange como as normas cisheterossexuais contribuem para que a escola seja um lugar de vigilância e regulação do gênero e da sexualidade, bem como as possibilidades de tornar este um ambiente mais inclusivo e respeitoso. O compartilhamento do professor sobre si constrói relações de cumplicidade e confiança com estudantes, promovendo uma educação que valoriza a diversidade e questiona as normas estabelecidas.