CONSTRUÇÃO DE PRINCESAS EM FILMES DE ANIMAÇÃO DA DISNEY
DOI:
https://doi.org/10.14295/de.v9i1.12273Resumo
Este artigo analisa filmes animados da Disney enquanto fontes documentais de pesquisa, nos quais o objeto são doze princesas (enquanto personagens protagonistas e simbólicas dos femininos). Considerando-se que os filmes animados são eivados de representações histórico-culturais, o recorte temporal é de 1937 a 2016, abarcando filmes que compõem a franquia “Disney Princesa”, por meio de uma pesquisa qualitativa através da metodologia de revisão bibliográfica e análise do discurso sob a perspectiva das relações de gênero. Conclui-se que essas produções cinematográficas englobam um poder formativo e representativo da sociedade, no entanto, ainda com marcas patriarcais e machistas, de valorização à beleza dos corpos e ao casamento heteronormativo. Outrossim, alguns roteiros apresentam um discurso feminista sutil, com pautas ligadas ao empoderamento feminino, à diversidade, à representatividade, ao gênero e aos questionamentos interseccionais, abrindo caminhos para uma formação midiática e educacional mais justa, plural e equânime.
Downloads
Referências
A Bela Adormecida. Direção: Clyde Geronimi, Les Clark, Eric Larson e Wolfgang Reitherman. Produção: Walt Disney. Walt Disney Productions, 1959. 75 min, cor.
A Bela e a Fera. Direção: Gary Trousdale e Kirk Wise. Produção: Don Hahn. Walt Disney Pictures, 1991. 84 min, cor.
A Branca de Neve e os Sete Anões. Direção: David Hand, William Cottrell, Wilfred Jackson, Larry Morey, Perce Pearce e Ben Sharpsteen. Produção: Walt Disney. Walt Disney Productions, 1937. 83 min, cor.
A Pequena Sereia. Direção: Ron Clements e John Musker. Produção: John Musker e Howard Ashman. Walt Disney Pictures, 1989. 82 min, cor.
A Princesa e o Sapo. Direção: Ron Clements e John Musker. Produção: Peter Del Vecho e John Lasseter. Walt Disney Pictures, 2009. 97 min, cor.
ALADDIN. Direção: Ron Clements e John Musker. Produção: Ron Clements e John Musker. Walt Disney Pictures, 1992. 90 min, cor.
BEAUVOIR, Simone de. O Segundo sexo. Tradução de Sérgio Milliet. 2 ed. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 2009.
BUTLER, J. Problemas de gênero: feminismo e subversão da identidade. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2003.
CARVALHO, J. M. A Formação das almas: o imaginário da república no Brasil. São Paulo: Companhia das Letras, 1987.
CECHIN, Michelle Brugnera Cruz. O que se aprende com as princesas da DISNEY?. Zero a Seis, Florianópolis, v. 16, n. 29, p. 131 - 147, jan. 2014.
CINDERELA. Direção: Clyde Geronimi, Hamilton Luske e Wilfred Jackson. Produção: Walt Disney. Walt Disney Productions, 1950. 74 min, cor.
COLLINS, Patricia Hill. Intersectionality’s definitional dilemas. Annual Review of
Sociology, Palo Alto, n. 41, p. 1-20, 2015.
DE LAURETIS, T. “A Tecnologia do Gênero”. in: HOLLANDA, Heloisa Buarque de (org.), Tendências e Impasses – O Feminismo como crítica da cultura, Rio de Janeiro: Rocco, 1994.
ENROLADOS. Direção: Nathan Greno e Byron Howard. Produção: Roy Conli, John Lasseter e Glen Keane. Walt Disney Pictures, 2010. 100 min, cor.
FERRO, Marc. Cinema e História. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1992.
FOUCAULT, Michel. A arqueologia do saber. 8. Ed. Rio de Janeiro: Forense Universitária, 1969.
______. A ordem do discurso. São Paulo: Loyola, 1996
______. História da sexualidade 1: A vontade de saber. Lisboa: Relógio D´Água Editores, 1994.
GARCIA, Dantielli Assumpção; SOUSA, Lucília Maria Abrahão. A sororidade no
ciberespaço: laços feministas em militância. Estudos linguísticos, São Paulo, 44 (3);
p.991-1008, set. – dez. 2015.
GIROUX, Henry. A dysneização da cultura infantil. In: SILVA, Tomaz Tadeu da; MOREIRA, Antônio Flávio (orgs.). Territórios contestados: o currículo e os novos mapas políticos e culturais. Petrópolis: Vozes, 1995. p, 41-81.
HOOKS, Bell. Feminist theory: from margin to center. Boston: South End Press, 1984
KESTERING, Virginia Therezinha. Da princesa em perigo ao príncipe descartado: o amor romântico nos filmes de princesa da Disney. 2017. 162 f. Dissertação (Mestrado em Sociologia) - Universidade Federal de Minas Gerais, Belo Horizonte, 2017.
LE GOFF, Jacques. História [Documento e Monumento]. In.: ______. História e memória. 6. ed. Campinas; São Paulo: Editora da Unicamp, 1990.
LOURO, Guacira. Cinema & Sexualidade. Educação & Realidade. Porto Alegre, v. 33, n. 1, p. 81-98, jan./jul. 2008.
LUGONES, María. Hacia un feminismo descolonial. La manzana de la discórdia, v.6, n.2, 2011, pp.105-119.
MAIA, Ana Claudia Bortolozzi et al. Padrões de beleza, feminilidade e conjugalidade em princesas da disney: uma análise de contingências. Diversidade e Educação, [S.l.], p. 123 - 142, mar. 2020. ISSN 2358-8853. Disponível em: <https://periodicos.furg.br/divedu/article/view/9812/7255>. Acesso em: 26 out. 2020.
MENDES, Mariza B. T. Em busca dos contos perdidos. O significado das funções femininas nos contos de Perrault. São Paulo: Editora UNESP/Imprensa Oficial do Estado de São Paulo, 2000.
MEIRELHES, Willian. O cinema como fonte para o estudo da História. História e Ensino. Londrina: 1997.
MITCHELL-SMITH, I. The united princesses of America: ethnic, diversity and cultural purity in Disney's medieval past. In: PUGH, T.; ARONSTEIN, S. The Disney Middle Ages: a fairy-tale and fantasy past. Nova York: Palgrave Macmillan, 2012. p. 209-224.
MOANA – Um mar de aventuras. Direção: John Musker e Ron Clement. Produção: Osnat Shurer. Califórnia: Walt Disney Pictures, 2016. 103 min, cor.
MONTEIRO, Clara; ZANELLO, Valeska. Tecnologias de gênero e dispositivo amoroso nos filmes de animação da Disney. Revista Feminismos, Salvador, v. 2, n. 3, set./dez. 2014. Disponível em: <http://www.feminismos.neim.ufba.br/index.php/revista/article/view/159>. Acesso em: 20 out. 2020.
PERROT, Michelle. Minha história das mulheres. Tradução de Ângela M S. Correa. São Paulo: Contexto, 2008.
QUEIROZ, Maria Helena Tuanne et al.. "Era uma vez: as princesas dos filmes da Disney do século XX e XXI e o “mito” da aparência e do corpo perfeito". Anais XII
CONAGES... Campina Grande: Realize Editora, 2016.
RABELO, Josiane Oliveira. A construção da subjetividade feminina: uma reflexão a partir dos contos de fadas dos irmãos Grimm. 2016. 105 p. Dissertação (Mestrado em Educação) - Universidade Tiradentes, Aracaju, 2016.
SABAT, Ruth. Infância e gênero: o que se aprende nos filmes infantis? In: Anais da 24ª Reunião Anual da Associação Nacional de Pós-Graduação e Pesquisa em Educação ANPED, Caxambu, MG: 2001.
SCOTT, Joan. Gênero, uma categoria útil de análise histórica: educação e realidade. Porto Alegre, v. 20, n.2, p. 71-99, jul./ dez., 1995.
THOMPSON, E. P.. A Miséria da Teoria. Trad. Waltensir Dutra. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1982.
XAVIER FILHA, Constantina. Sexualidade(s) e gênero(s) em artefatos culturais para a infância: práticas discursivas e construção de identidades. In: XAVIER FILHA, Constantina (Org.). Educação para a sexualidade, para a equidade de gênero e para a diversidade sexual. Campo Grande, MS: Editora da UFMS, 2009.
MULAN. Direção: Tony Bancroft e Barry Cook. Produção: Pam Coats. Walt Disney Pictures, 1998. 87 min, cor.
POCAHONTAS. Direção: Mike Gabriel e Eric Goldberg. Produção: James Pentecost. Walt Disney Pictures, 1995. 81 min, cor.
TARDIN, Elaine Borges; BARBOSA, Murilo Tebaldi; LEAL, Polliana da Costa Alberone. Mulher, trabalho e a conquista do espaço público: reflexões sobre a evolução feminina no Brasil. Revista Transformar, n. 7, 2015.
TELES, M. A.; MELO, M. O que é violência contra a mulher (Coleção Primeiros Passos, 314). São Paulo: Brasiliense, 2003.
VALENTE. Direção: Mark Andrews e Brenda Chapman. Produção: Katherine Sarafian. Pixar Animation Studios, 2012. 93 min, cor.
Downloads
Publicado
Como Citar
Edição
Seção
Licença
Concedo a Revista Diversidade e Educação o direito de primeira publicação da versão revisada do meu artigo, licenciado sob a Licença Creative Commons Attribution (que permite o compartilhamento do trabalho com reconhecimento da autoria e publicação inicial nesta revista).
Afirmo ainda que meu artigo não está sendo submetido a outra publicação e não foi publicado na íntegra em outro periódico e assumo total responsabilidade por sua originalidade, podendo incidir sobre mim eventuais encargos decorrentes de reivindicação, por parte de terceiros, em relação à autoria do mesmo.
Também aceito submeter o trabalho às normas de publicação da Revista Diversidade e Educação acima explicitadas.