ENUNCIAÇÕES SOBRE GÊNERO NA EDUCAÇÃO INFANTIL EM TEMPOS DE CONSERVADORISMO

Autores

DOI:

https://doi.org/10.14295/de.v8i1.11442

Resumo

Este artigo discute narrativas de professoras regentes em atuação na educação infantil, problematizando se os efeitos performativos da enunciação “ideologia de gênero” afetaram (ou não) o trabalho docente com a infância. Deste modo, nos fundamentamos nos estudos de gênero pós-estruturalistas, principalmente com as autoras Butler, Scott, Finco, Felipe e Paechter. A produção de narrativas com as docentes da educação infantil pautaram-se pelos princípios de Arfuch, na operacionalização de entrevistas dialógicas. Entre os resultados, as docentes enunciaram incertezas no entendimento do conceito de gênero e apontaram a ausência de discussões sobre o tema na formação inicial, porém, interviam em situações que emergiam no cotidiano. Consideramos que, de certa forma, as professoras resistem ao conservadorismo imposto nesses tempos, mesmo que por vezes sejam também afetadas por ele.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Biografia do Autor

Mariane de Almeida Bahiana, Secretaria Municipal de Educação da cidade do Rio de Janeiro (SME-RJ)

Licenciada em Educação Física e Especialista em Educação Física escolar na Perspectiva Inclusiva (EEFD- UFRJ). Professora da rede municipal da cidade do Rio de Janeiro (SME-RJ)

Leandro Teofilo de Brito, Colégio Pedro II

Licenciado em Educação Física (EEFD-UFRJ); Mestre em Educação (FE-UFRJ); Doutor e Pós-doutor em Educação (FE-UERJ); Docente EBTT do Colégio Pedro II (CP2)

Michele Pereira de Souza da Fonseca, Universidade Federal do Rio de Janeiro

Licenciada em Educação Física (EEFD-UFRJ); Mestra e Doutora em Educação (FE-UFRJ). Professora Adjunta da Escola de Educação Física e Desportos da Universidade Federal do Rio de Janeiro (EEFD-UFRJ)

Referências

ANDRADE, Sandra dos Santos. A entrevista narrativa ressignificada nas pesquisas educacionais pós-estruturalistas. In: MEYER, Dagmar; PARAÍSO, Marlucy Alves (Orgs.). Metodologias de pesquisas pós-críticas em Educação. 2. ed. Belo Horizonte: Mazza Edições, 2014, p. 175-196.

ARFUCH, Leonor. La entrevista, una invención dialógica. Barcelona: Paidós, 1995.

BARREIRO, Alex et al. Ideologia de gênero? Notas para um debate sobre políticas e violências institucionais. Temáticas, Campinas, v. 24, n. 47/48, p. 223-246, 2016. Disponível em:<https://bit.ly/366xbJR>. Acesso em: 15 de mai. 2020.

BENTO, Berenice. Na escola se aprende que a diferença faz a diferença. Estudos feministas, Florianópolis, v. 19, n. 2, p. 548-559, 2011. Disponível em:<https://bit.ly/3bC7tOB>. Acesso em: 15 de mai. 2020.

BRASIL. Lei 9394/96. Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional. Disponível em: <https://bit.ly/2WwznHo>. Acesso em: 15 de mai. 2020.

BUJES, Maria Isabel Edelweiss. Infância e maquinarias. Rio de Janeiro: DP&A, 2002.

BUTLER, Judith. Corpos em aliança e a política das ruas. Notas para uma teoria performativa de assembleia.Tradução de Fernanda Siqueira Miguens. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2018.

BUTLER, Judith. Corpos que importam: os limites discursivos do “sexo”. Tradução de Veronica Daminelli e Daniel Yago Françoli. São Paulo: n-1 edições, 2019.

BUTLER, Judith. Lenguaje, poder e identidad. Madrid: Editora Sintesis, 2009.

DUQUE, Tiago. Apesar de conquista no STF “ideologia de gênero” seguirá como agenda moral. Justificando. Carta Capital, 2020. Disponível em: <https://bit.ly/3aYRnhN>. Acesso em: 8 de mai. 2020.

FANTE, Cleo. Fenômeno bullying: como prevenir a violência nas escolas e educar para paz. 2ª ed. Campinas: Verus, 2005.

FELIPE, Jane. Scripts de gênero, sexualidade e infâncias: temas para a formação docente. In: ALBUQUERQUE, Simone Santos de; FELIPE, Jane; CORSO, Luciana Vellinho. Para pensar a docência na educação infantil. Porto Alegre: Evangraf, p. 238-250, 2019.

LOPES, Alice Casimiro; MENDONÇA, Daniel de; BURITY, Joanildo A. A contribuição de Hegemonia e estratégia socialista para as ciências humanas e sociais. In: LACLAU, Ernesto; MOUFFE, Chantal. Hegemonia e Estratégia Socialista: por uma política democrática radical. São Paulo: Intermeios, 2015.

MARIANO, Marina; ALTMANN, Helena. Educação Física na Educação Infantil: educando crianças ou meninos e meninas? Cadernos Pagu, Campinas, n. 46, p. 411-438, 2016. Disponível em:<https://bit.ly/3cCb54i>. Acesso em: 15 de mai. 2020.

MISKOLCI, Richard. Exorcizando um fantasma: os interesses por trás do combate à “ideologia de gênero”. Cadernos Pagu, Campinas, n. 53, e185302, 2018. Disponível em:<https://bit.ly/2T8a64l>. Acesso em: 15 de mai. 2020.

PAECHTER, Carrie. Meninos e meninas: aprendendo sobre masculinidades e feminidades. Tradução, consultoria e supervisão de Rita Terezinha Schmidt. Porto Alegre: Artmed, 2009.

PARAÍSO, Marlucy Alves. Metodologias de pesquisas pós-críticas em educação e currículo: trajetórias, pressupostos, procedimentos e estratégias analíticas. In: MEYER, Dagmar; PARAÍSO, Marlucy Alves (Orgs.). Metodologias de pesquisas pós-críticas em Educação. 2. ed. Belo Horizonte: Mazza Edições, 2014, p. 25-47.

SALIH, Sara. Judith Butler e a teoria queer. Tradução de Guacira Lopes Louro. Belo Horizonte: Autêntica Editora, 2012.

SCOTT, Joan. Deconstruir igualdad-versus-diferencia: usos de la teoría posestructuralista para el feminismo. Revista Feminaria, Buenos Aires, v. 7, n. 13, p. 1-9, 1994. Disponível em:<https://bit.ly/2TaNIXZ>. Acesso em: 15 de mai. 2020.

SILVEIRA, Rosa M. Hessel. A entrevista na pesquisa em Educação - uma arena de significados. In: COSTA, Marisa Vorraber (Org.). Caminhos investigativos II. Outros modos de pensar e fazer pesquisa em Educação. Rio de Janeiro: DP&A, 2002, p. 119-141.

SOUSA FILHO, Alípio de. Editorial. “Ideologia de gênero”: quem pratica? Revista Bagoas, Natal, v. 9, n. 12, p. 9-14, 2015. Disponível em:<https://bit.ly/362WRXO>. Acesso em: 15 de mai. 2020.

VENCATO, Ana Paula. Diferenças na Escola. In: MISKOLCI, Richard; LEITE JÚNIOR, Jorge (Org.). Diferenças na Educação: outros aprendizados. São Carlos: EdUFSCAR, 2014, p.19-56.

VIANNA, Claudia; FINCO, Daniela. Meninas e meninos na Educação Infantil: uma questão de gênero e poder. Cadernos Pagu, Campinas, n. 33, p. 265-283, 2009. Disponível em:<https://bit.ly/2TaQ0q3>. Acesso em: 15 de mai. 2020.

VIDAL, Marinália Lemos Gonçalves; PUCCI, Renata. A constituição histórica do espaço da Educação Infantil: uma questão de gênero. Comunicações, Piracicaba, v. 27, n. 1, p. 307-327. Disponível em:<https://bit.ly/3bGBjle>. Acesso em: 15 de mai. 2020

Downloads

Publicado

16-08-2020

Como Citar

Bahiana, M. de A., Brito, L. T. de, & Fonseca, M. P. de S. da. (2020). ENUNCIAÇÕES SOBRE GÊNERO NA EDUCAÇÃO INFANTIL EM TEMPOS DE CONSERVADORISMO. Diversidade E Educação, 8(1), 48–69. https://doi.org/10.14295/de.v8i1.11442

Edição

Seção

Dossiê: Gênero, sexualidade e trabalho docente