Atendimento psicológico e diversidade: contribuições do serviço-escola para a promoção de saúde ao público LGBTI+
DOI:
https://doi.org/10.14295/de.v7i1.9008Resumo
O presente artigo buscou investigar como o atendimento psicológico é conduzido ao público LGBTI+, tendo em vista o Código de Ética Profissional para nortear seu exercício clínico que estabelece normas de atuação para os psicólogos em relação à questão da orientação sexual. Baseado nos estudos sobre a sexualidade e os gêneros e, em especial, os relativos à diversidade sexual, promoveu-se uma discussão ética sobre as vicissitudes do que é oferecido pelos Serviços-Escola de Psicologia. Para tanto, foi realizada uma pesquisa descritiva, de caráter documental e tratada pela análise de categoria de Flores. Após a interpretação dos dados, conclui-se que o serviço oferecido foi conduzido de forma ética visando a promoção de saúde do paciente. Entretanto, notou-se uma precariedade nos relatos e uso equivocado da nomenclatura, o que preconiza a necessidade da inclusão de disciplinas relacionadas à gênero e diversidade.
Downloads
Referências
APA, American Psychological Association. Report of the Task Force on Gender Identity and Gender Variance. Washington, DC: Author, 2009.
_____, et al. DSM-5: Manual diagnóstico e estatístico de transtornos mentais. Artmed Editora, p.96-117, 2014.
Assembleia Geral da ONU. Declaração Universal dos Direitos Humanos. Disponível em: <http://www.onu-brasil.org.br/documentos_direitoshumanos. php>. Acesso em 15/05/2019, v. 16, 1948.
BENTO, B. Luta globalizada pelo fim do diagnóstico de gênero. Corpo, gênero e sexualidade: instâncias e práticas de produção nas políticas da própria vida. Rio Grande: FURG, p. 89-108, 2011.
_______, B. O que é transexualidade. Brasiliense, 2017.
_______. Sexualidade e experiências trans: do hospital à alcova. Ciência & Saúde Coletiva, v. 17, p. 2655-2664, 2012.
BERNARDES, J. S. O debate atual sobre a formação em psicologia no Brasil: análise de documentos de domínio público. Estudos e Pesquisas em Psicologia, 3(2), 2004.
BRITZMAN, D. O que é esta coisa chamada amor – identidade homossexual, educação e currículo. Revista Educação e Realidade, Porto Alegre, v. 21, n. 1, p. 71-96, jan./jun. 1996.
BUTLER, J. Problemas de gênero: feminismo e subversão da identidade. Tradução de Renato Aguiar. Rio de janeiro: Civilização Brasileira, p.69, 2003.
________, J. Corpos em aliança e a política das ruas: notas para uma teoria performativa de assembleia. 1ª ed, Civilização Brasileira. Rio de Janeiro, 2018.
CASTAÑEDA, M. A experiência homossexual: explicações e conselhos para os homossexuais, suas famílias e seus terapeutas. Tradução de Brigitte Hervot e Fernando Silva Teixeira Filho. São Paulo: A Girafa, 2007.
CFP. Conselho Federal de Psicologia. Código de Ética Profissional do Psicólogo, Brasília, agosto de 2005.
________. Conselho Federal de Psicologia. Ementa: estabelece normas de atuação para os psicólogos em relação à questão da Orientação Sexual. Brasília, 1999.
________. Conselho Federal de Psicologia. Ementa: a Psicologia não será instrumento de promoção do sofrimento, da intolerância e da exclusão. Brasília, 2017.
________. Conselho Federal de Psicologia. Ementa: STF concede ao CFP liminar mantendo íntegra e eficaz a Resolução 01/99, Brasília, 2019.
COIMBRA, C. Guardiões da ordem: uma viagem pelas práticas psi no Brasil do “milagre”. Rio de Janeiro: Oficina do Auto, 1995.
COOKLIN, A. & BARNES, G. G. Os tabus e a ordem social: novos encontros para a família. In: E. Imber-Black (org.). Os segredos na família e na terapia familiar. Tradução de Denise Batista. Porto Alegre: Artes Médicas, 1994.
CUNHA, T. R. S. & BENETTI, S. P. C. Caracterização da clientela infantil numa clínica-escola de Psicologia. Boletim de Psicologia, 59(130), p. 117-127, 2009.
DIAS, M. B. Um histórico da patologização da transexualidade e uma conclusão evidente: a diversidade é saudável. Revista Gênero & Direito, v. 3, n. 2, p. 11-23. 2014.
FLORES, J. G. Análisis de datos cualitativos – Aplicaciones a La investigación educativa. Barcelona: PPU, 1994.
FOUCAULT, M. L’ordre du discours. Éditions Gallimard, Paris, 1970.
__________, M. Microfísica do poder. 28ª ed, Editora Paz e Terra, São Paulo, 2014.
ESCH, C. F., & JACÓ-VILELA, A. M. A regulamentação da profissão e os currículos de formação psi. In A. M. Jacó-Vilela, A. C. Cerezzo, & H. B. C. Rodrigues (Orgs.), Clio-Psyché hoje: fazeres e dizeres psi na história do Brasil. Rio de Janeiro: Relume Dumará; FAPERJ, 2001, p. 17-24.
GIL, A. C. Métodos e técnicas de pesquisa social. 5.ed. São Paulo: Atlas, 2002.
________. Como elaborar projetos de pesquisa. 5. ed. São Paulo: Atlas, 2008.
GRAMINHA, S. S. V., & MARTINS, M. A. O. M. Estudo das características da população que procura o serviço de atendimento infantil no Centro de Psicologia Aplicada da FFCLRP - USP. Psico,1 (24), p. 119-130; 1993.
KAHHALE, E. M. Histórico do Sistema Conselhos de Psicologia e a interface com as questões LGBTs. In Conselho Regional de Psicologia da 6ª Região (Ed.). Psicologia e diversidade sexual. São Paulo: CRPSP, 2011, p. 20-24.
LEVANDOWSKI, D. C. Caracterização da população atendida por clínica-escola: breve revisão da literatura nacional. Torre de Babel, 5 (1/2), 87-110, 1998.
LOURO, G. L. Gênero, sexualidade e educação. Petrópolis/RJ: Vozes, 1997.
____________. et al. O corpo educado: pedagogias da sexualidade. Belo Horizonte: Autêntica, 1999.
MELO-SILVA, L. L.; SANTOS, M.A. & SIMON, C.P. (Orgs.). Formação em Psicologia: Serviços escolas em debate. São Paulo: Vetor, 2005. (pp. 171-196)
OMS, Organização Mundial da Saúde. Brasília, 2003.
OMS. CID-10: Classificação Estatística Internacional de Doenças Vol. 1, p. 2. Edusp, 1994.
PEREIRA, F. M.; PEREIRA NETO, A. O Psicólogo no Brasil: notas sobre seu processo de profissionalização. Psicologia em Estudo, Maringá, v. 8, n. 2, p. 19-27, 2003.
PERES, S.R.; SANTOS, M.A. & COELHO, H.M.D. Atendimento psicológico a estudantes universitários: Considerações acerca de uma experiência em clínica-escola. Estudos de Psicologia, 20 (3), p. 45-57, 2003.
PERFEITO, H.C.S. & MELO, S.A. Evolução dos processos de triagem psicológica em uma clínica escola. Estudos de Psicologia. 21(1), 33-42, Campinas, 2004.
POLIT, D. F.; BECK, C. T.; HUNGLER, B. P. Fundamentos de pesquisa em enfermagem: métodos, avaliação e utilização. Trad. de Ana Thorell. 5. ed. Porto Alegre: Artmed, 2004.
ROMARO, R.A. & CAPITÃO, C.G. Caracterização da clientela da clínica-escola de Psicologia da Universidade São Francisco. Psicologia: Teoria e Prática, 5 (1), p. 111-121, 2003.
ROSAS, P., ROSAS, A., & XAVIER, I. B. Quantos e quem somos. Conselho Federal de Psicologia, Quem é o psicólogo brasileiro?. São Paulo: EDICON, 1988, p.32-48.
RUBIANO, M. R. B. Apresentando a Sociedade Brasileira de Psicologia. Formação em psicologia: serviços-escola em debate. São Paulo: Vetor, 2005.
SALINAS, P. & SANTOS, M.A. Serviço de triagem em clínica-escola de Psicologia: A escuta analítica em contexto institucional. Psychê, 6 (9), 177-196, 2002.
SANDERS, G. L. O amor que ousa declarar seu nome: do segredo à revelação nas afiliações de gays e lésbicas. In: E. Imber-Black (Org.). Os segredos na família e na terapia familiar. Tradução de Denise Batista. Porto Alegre: Artes Médicas, 1994, p. 219-244.
TOLEDO L. G. & PINAFI T. A clínica psicológica e o público LGBT. Psicologia clínica. vol.24 no.1 Rio de Janeiro, 2012.
WEEKS, J. El malestar de la sexualidad. Significados, mitos y sexualidades modernas. Madrid: Talasa, 1993.
YAMAMOTO, O. H. Graduação e pós-graduação em psicologia: relações possíveis. Revista Brasileira de Pós-Graduação, 3(6), p. 270-281, 2006.
Downloads
Publicado
Como Citar
Edição
Seção
Licença
Copyright (c) 2019 Diversidade e Educação
Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution 4.0 International License.
Concedo a Revista Diversidade e Educação o direito de primeira publicação da versão revisada do meu artigo, licenciado sob a Licença Creative Commons Attribution (que permite o compartilhamento do trabalho com reconhecimento da autoria e publicação inicial nesta revista).
Afirmo ainda que meu artigo não está sendo submetido a outra publicação e não foi publicado na íntegra em outro periódico e assumo total responsabilidade por sua originalidade, podendo incidir sobre mim eventuais encargos decorrentes de reivindicação, por parte de terceiros, em relação à autoria do mesmo.
Também aceito submeter o trabalho às normas de publicação da Revista Diversidade e Educação acima explicitadas.