SOBRE EXISTÊNCIAS: AS NARRATIVAS DE VIDA DE MULHERES TRANS E SEUS MODOS DE RESISTÊNCIA

Autores

DOI:

https://doi.org/10.14295/de.v7i2.9138

Resumo

Atualmente, a transexualidade é compreendida como um fenômeno que causa intenso sofrimento ao indivíduo, tendo em vista que há um sentimento de pertença a um determinado gênero que está em desacordo com o seu sexo biológico. A cirurgia transgenitalizadora, dessa maneira, é considerada a indicação terapêutica mais adequada. Diante desse contexto, em que a transexualidade é tomada como uma experiência universal e patológica, realizou-se uma pesquisa cujo objetivo geral foi o de compreender a forma como vão se construindo as trajetórias das pessoas transgêneros nas políticas públicas de saúde em um município do interior do Rio Grande do Sul. A partir da realização de 6 entrevistas narrativas com mulheres trans, nesse artigo buscamos reconstruir os aspectos cronológicos ou indexados de tais narrativas, apresentando suas histórias e experiências, fragmentos de vida que nos mostram que o corpo também é político, e que sendo construído sob relações de poder, pode sim resistir.

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Biografia do Autor

Itauane de Oliveira, Universidade do Vale do Rio dos Sinos (UNISINOS)

Psicóloga (UNISC), Residente em Saúde Mental (UNISINOS)

Moises Romanini, Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS)

Psicólogo (UFSM), Doutor em Psicologia Social e Institucional (UFRGS), Professor Adjunto do Departamento de Psicologia Social e Institucional da UFRGS

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Publicado

2020-02-20

Como Citar

de Oliveira, I., & Romanini, M. (2020). SOBRE EXISTÊNCIAS: AS NARRATIVAS DE VIDA DE MULHERES TRANS E SEUS MODOS DE RESISTÊNCIA. Diversidade E Educação, 7(2), 417–444. https://doi.org/10.14295/de.v7i2.9138

Edição

Seção

Artigos - Demanda contínua