Educação Ambiental extra-fronteiriça: fenomenologia da festa do Brasil e Japão
DOI:
https://doi.org/10.14295/remea.v0i0.7144Palavras-chave:
Comunidades tradicionais, Fenomenologia, Currículo Pós-CríticoResumo
Em tempos de crise socioambiental global impondo os padrões de vida e valores pela lógica do mercado e também pela ciência desenvolvimentista, além da crise política que assola o nosso país e o mundo, nós educadores ambientais enfrentamos o grande desafio de refletir e buscar conhecer as diferentes formas de ser e estar neste mundo. No presente artigo, buscamos compartilhar e refletir sobre as possibilidades para a construção de um mundo mais justo. Reconhecemos que a dinâmica global se imbrica nas emaranhadas reflexões locais, e, assim, repousamos nossos olhares nos contextos das festas tradicionais das comunidades banhadas pelas águas do Pantanal mato-grossense do Brasil e das festas da colheita de arroz celebradas no outono na Ilha de Noto no Japão. Entre o EU individual e o NÓS coletivo fenomenológico, buscamos seguir os nexos da beleza da vida instaurada pela complexidade. Sem o esgotamento pela sua categorização ou análise, mas na aproximação de um determinado espaço e tempo para enamorarmos juntos, compreendendo o contexto e, coletivamente, construir saberes e pensar nas possibilidades de currículos pós-críticos para um futuro mais justo. In times of global socio-environmental crisis imposing standards of life and values under the logic of the market, also by a science which gives privileges to the economical development, in addition to the political crisis that plagues our country and the world, we environmental educators face the great challenge of reflecting and seeking to know the different ways of being and being in this world. In this article, we seek to share and reflect on the possibilities for building a more just world. We recognize that the global dynamics are rooted in the tangled local culture, and thus we rest our eyes in the contexts of the traditional feasts of the communities bathed by the waters of the Mato Grosso´s Pantanal of Brazil, besides the rice harvest´s celebrations in the autumn in the Island of Noto In Japan. Between the individual I and the phenomenological collective WE, we seek to follow the connection of the beauty of life established by the complexity. Without exhaustion by categorization or analysis, but in the approximation of a certain space and time to enchant together, understanding the context and, collectively, build knowledge and think about the possibilities of post-critical curricula for a more just future.Downloads
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