Alimentos, saberes e educação para o “bem viver”: os camponeses um passo adiante

Autores

DOI:

https://doi.org/10.14295/remea.v34i3.7181

Palavras-chave:

Movimentos Campesinos, Bem Viver, Saberes Populares

Resumo

Este estudo tem por objetivo demonstrar como os movimentos sociais do campo no Brasil, em especial as experiências históricas do Movimento Sem-Terra - MST e Via Campesina têm contribuído para a construção do conceito de Bem Viver como alternativa à produção convencional de alimentos, visando à melhoria das condições de vida e da saúde das comunidades campesinas. O texto utiliza como metodologia a pesquisa documental nos acervos produzidos pelos dois coletivos dos movimentos sociais citados. O método de análises tem por base os princípios da agroecologia como foco exploratório das lacunas e contradições criadas pelos paradigmas convencionais de produção agrícola e o princípio educativo do trabalho, fortalecendo uma “pedagogia da terra”, que recupera e produz saberes a partir de práticas ao Bem Viver. Este estudio tiene por objetivo demostrar cómo los movimientos sociales del campo en Brasil, en especial las experiencias históricas del Movimiento Sin Tierra-MST y Vía Campesina, han contribuido a la construcción del concepto de Bien Vivir como alternativa a la producción convencional de alimentos, Mejora de las condiciones de vida y de la salud de las comunidades campesinas. El texto utiliza como metodología la investigación documental en los acervos producidos por los dos colectivos de los movimientos sociales citados. El método de análisis se basa en los principios de la agroecología como foco exploratorio de las lagunas y contradicciones creadas por los paradigmas convencionales de producción agrícola y el principio educativo del trabajo, fortaleciendo una "pedagogía de la tierra", que recupera y produce saber a partir de prácticas al desarrollo Bien Vivir. This study aims to demonstrate how the social movements of the countryside in Brazil, especially the historical experiences of the Landless Movement - MST and Via Campesina, have contributed to the construction of the concept of Well Living as an alternative to conventional food production, aiming at the improving the living conditions and health of peasant communities. The text uses documental research as a methodology in the collections produced by the two collectives of the mentioned social movements. The method of analysis is based on the principles of agroecology as an exploratory focus of the gaps and contradictions created by the conventional paradigms of agricultural production and the educational principle of work, strengthening a "pedagogy of the earth", which recovers and produces knowledge from practices to Well live.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Biografia do Autor

Cezar Luiz De Mari, Departamento de Educação da UFV/MG

Docente do Departamento de Educação da UFV. Atua na graduação e pós-graduação nas áreas de fundamentos e política educacional.

Philippe Drumond Villas Boas Tavares

Mestre em Educação pelo Programa de Pós-Graduação em Educação do Departamento de Educação da Universidade Federal de Viçosa, na linha de pesquisa Educação, Estado e Sociedade. Membro fundador da International Gramsci Society, IGS-Brasil.

Valter Machado da Fonseca

Técnico em Mineração pela Escola Técnica Federal de Ouro Preto (MG) - ETFOP, Licenciado em Geografia pela Universidade Federal de Uberlândia (MG) -UFU, Mestre e Doutor em Educação pelo Programa de Pós-Graduação da Faculdade de Educação da Universidade Federal de Uberlândia - PPGED/Faced/UFU. Pós-doutorado em Educação do Campo e Agroecologia pela Faculdade de Educação da UFU. Atualmente é Professor Adjunto I da Universidade Federal de Viçosa (UFV).

Referências

ALTIERE, Miguel. A. Agroecologia, agricultura camponesa e soberania alimentar. Revista nera. ano 13. n. 16. Presidente Prudente/SP, 2010

______. Agroecology: the scientific basis of alternative agriculture. Colorado: Westview Press, Boulder, 1987.

ARAUJO, A. C. P; NOGUEIRA, Diogo P; AUGUSTO, Lia G. S. Impacto dos praguicidas na saúde: estudo da cultura de tomate. Revista Saúde Pública, São Paulo , v.34, no. 3, p. 309-313, 2000. Disponível em http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=s0034-89102000000300016&lng=en&nrm=iso. Acessado em 07 de jun. de 2015.

ARRIGHI, Giovanni. A ilusão do desenvolvimento. Petrópolis/RJ: Vozes, 1997.

BORGES, L. J. (2009), MST: do produtivismo à agroecologia. 1º Seminário Nacional de Sociologia e Política da UFPR, 2009 Disponível em: http://www.humanas.ufpr.br/site/evento/sociologiapolitica/gtsonline/gt7%20online/mst-produtivismo-julianoborges.pdf. Acessado em 13 de out. de 2015.

COUTINHO JUNIOR, J. “O povo brasileiro não se alimenta, come algo que acha ser alimento”, afirma líderança do MPA. Brasil de fato, de 06 de novembro de 2015. Disponível em www.mst.org.br. Acessado em 15 de fev. de 2016.

FAO. Cúpula Mundial de Alimentação (Declaração de Roma sobre a Segurança Alimentar Mundial & Plano de Ação da Cúpula Mundial da Alimentação). (1996), Declaração de 17 de novembro. Disponível em: http://www.direitoshumanos.usp.br/, acessado em 24 de nov. de 2015.

GERAQUE, L. F. E. Sem controle, alimentos circulam no país com agrotóxico irregular. Folha de São Paulo, Caderno Cotidiano, 2015.

GLIESSMAN, S. R. Agroecology: researching the ecological basis for sustainable agriculture. New York: Springer-Verlag, 1989.

GUDYNAS, E.; COSTA, E. La renovación de la crítica al desarrollo y el buen vivir como alternativa. Utopía y Praxis Latinoamericana, Ano 16, no. 53, pp. 71-83, 2011.

JST (Jornal Dos Trabalhadores Rurais Sem Terra). São Paulo, n° 261, ano xxiv,, 2006a. Disponível em: . Acessado em 23 de jan. de 2016.

JST (Jornal Dos Trabalhadores Rurais Sem Terra). São Paulo, n° 263, ano xxiv, 2006b. disponível em: . Acessado em 23 de jan. de 2016.

JST (Jornal Dos Trabalhadores Rurais Sem Terra). São Paulo, n° 270, ano xxv, 2007.

Disponível em: . Acessado em 23 de jan. de 2016.

LUIZ, A. J. B. “Agrotóxicos são do mal? Boletim Informativo do Sistema FAEP”, no. 1323, 2015. Disponível http://www.sistemafaep.org.br/boletim/bi-1323-outubro. Acessado em 12 de out. de 2015.

LEFF, E. Agroecologia e saber ambiental. in: agroecologia e desenvolvimento sustentável, Porto Alegre, v.3, no.1, pp. 36-51, 2002.

_____. Ecologia, capital e cultura. Rio de Janeiro: Vozes, 2015

LESBASPIN, I. A sociedade do ‘bem viver’, 2001. Disponível em http://www.pucminas.br/documentos/ivo_les_pdf.pdf. Acessado em 22 de jan. de 2015.

PÁDUA, J. A. Um sopro de destruição: pensamento político e crítica ambiental no brasil escravista, 1786-1888. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 2002.

MDA (Ministério do Desenvolvimento Agrário). “Agricultura familiar produz 70% de alimentos do país, mas ainda sofre na comercialização”. Brasília: Portal Brasil, Caderno Economia e Emprego, 2011. Disponível em: http://www.brasil.gov.br/. Acessado em 04 de fev. de 2016.

MEIRELLES, L. ”Soberania alimentar e a construção de mercados locais para produtos da agricultura familiar”. Boletim Informativo, Edição Especial, v.1, 2008. Disponível em: www.centroecologico.org.br/boletim_download.php?id_boletim=96&tipo=pdf

Acessado em 28 de jan. de 2017.

MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra). Terra não se ganha, se conquista. Caderno de Formação nº 9. São Paulo, 1986.

_____. Página inicial do sítio eletrônico do MST, seção: Quem Somos? 2015. Disponível em: http://www.mst.org.br/quem-somos/#full-text. Acessado em 17 de mai. de 2015.

_____. Agroecologia, soberania alimentar e cooperação. Coleção Sempre é Tempo de Aprender. Caderno n. 2, 2010.

_____. Quem Somos? Site Oficial do MST., 2015 Disponível em http://www.mst.org.br/. Acessado em 14 de dez. de 2015.

_____. Brasil tem o pior cenário do mundo em relação aos agrotóxicos, adverte especialista. 2015. Disponível em: www.mst.org.br. Acessado em 18 de fev. de 2016.

PALMA, D. C. de A. (2011), Agrotóxicos em leite humano de mães residentes em Lucas do Rio Verde -MT. 2011, 103 f. Dissertação (Mestrado em Saúde Coletiva). Instituto de Saúde coletiva, Programa de Pós-Graduação em Saúde Coletiva, Universidade Federal de Mato Grosso. Cuiabá/MT, 2011.

PASCHOAL, A. Agrotóxicos são do mal, sim! Carta Maior. 2015. Disponível em: http://www.cartamaior.com.br/?/Editoria/Meio-Ambiente/Agrotoxicos-sao-do-mal-sim-/3/35047. Acessado em 11 de fev. de 2016.

QUIJANO, A. El Fantasma del Desarrollo en América Latina. in: Acosta, A. (comp.), “El desarrollo en la globalización. el resto de américa latina”. Caracas: Nueva Sociedad e Ildis, p. 11-27, 2000.

RIBEIRO, D. D.; FREITAS, L.F. Agroecologia: realidades e possibilidades produtivas. in: Agroecologia: práticas e saberes. Catalão (GO): Gráfica Modelo, 2012.

SOUZA, M. A. A pesquisa em educação e movimentos sociais do campo. Trabalho apresentado na 31ª Reunião Anual da ANPED (Associação de pós-graduação e pesquisa em educação), caxambu/MG, 2008. Disponível em: http:// 31reuniao.anped.org.br/trabalhos/mariaantoniadesouza.rtf‎. Acessado em 15 de ago. de 2013.

Via Campesina. (2007), Soberania alimentar, os agrocombustíveis e a soberania energética. Cartilha. Disponível em: http://www.mpabrasil.org.br/. Acessado em 13 de nov. de 2015.

SCHERER-WARREN, Ilse. Redes de movimentos sociais na américa latina: caminhos para uma política emancipatória? Cadernos CRH, vol.21 no. 54, Salvador, 2008.

SEVILLA, E. Agroecología y desarrollo rural sustentable: una propuesta desde latinoamérica (mimeo). in: sarandon, santiago (ed.) agroecología: el camino para uma agricultura sustentable. Rosario/Arg. (escrito para el primer manual argentino de agroecología), 2000.

SOBREIRO FILHO, J. A luta pela terra no pontal do paranapanema: história e atualidade. Revista Geografia em Questão. v.5 , no. 01, p. 83-114, 2012.

WEISSHEIMER, M. A. Ranking da Anvisa aponta alimentos contaminados por agrotóxicos. Revista Carta Maior, 2011. Disponível em:

http://www.cartamaior.com.br/?/Editoria/Meio-Ambiente/Ranking-da-Anvisa-aponta-alimentos-contaminados-por-AcM. A. (2011),ista Carta Maior, 2011.agrotoxicos%0D%0A/3/18208. Acessado em 10 de dez. de 2013.

Downloads

Publicado

2017-12-19

Como Citar

De Mari, C. L., Tavares, P. D. V. B., & Fonseca, V. M. da. (2017). Alimentos, saberes e educação para o “bem viver”: os camponeses um passo adiante. REMEA - Revista Eletrônica Do Mestrado Em Educação Ambiental, 34(3), 37–54. https://doi.org/10.14295/remea.v34i3.7181

Edição

Seção

Artigos