A questão da (auto) identificação de comunidades tradicionais em teses e dissertações em Educação Ambiental do Brasil
DOI:
https://doi.org/10.14295/remea.v38i2.12828Palavras-chave:
Pesquisa em educação ambiental, Comunidades tradicionais, Estado da arteResumo
O presente artigo tem por objetivo analisar teses e dissertações brasileiras em Educação Ambiental com comunidades/populações tradicionais, identificando as denominações usadas para os grupos sociais foco das produções e o respeito à autoidentificação das mesmas. Fez-se uma seleção das produções encontradas no banco do projeto “EArte Brasil” e no banco da Capes e da BDTD. A pesquisa qualitativa, do tipo “estado da arte” analisou vinte e nove teses e dissertações, das quais somente sete fazem referência à “autoidentificação” das comunidades. A designação feita por pessoas externas às comunidades pode determinar que os grupos sociais que recebem a denominação sejam vistos como “passivos”. Tais representações são comuns no contexto das Ciências Sociais herdeiras do colonialismo ocidental que deixa de reconhecer seu papel nos processos de dominação global. É necessário construir diálogos horizontais nas pesquisas para dar visibilidade à realidade das comunidades como parte da luta por justiça socioambiental.
Downloads
Referências
ARRUTI, José Maurício Andion. A emergência dos" remanescentes": notas para o diálogo entre indígenas e quilombolas. Mana, 1997, v. 3, n. 2, p. 7-38.
BARDIN, Laurence. Análise de conteúdo. Lisboa: Edições 70, 2009.
CAMPOS, Silmara Elena Alves de. Ser caiçara em Ilhabela: as construções de identidade nas tensões entre o passado e o presente. Dissertação de mestrado. Universidade Federal de São Carlos, 2008.
CASTRO, Roberta Rowsy Amorim; OLIVEIRA, Myriam Cyntia Cesar. Os termos “populações” e “comunidades” tradicionais e a apropriação dos conceitos no contexto amazônico. Mundo Amazónico, v. 7, n. 1-2, p. 47-70, 2016.
CARVALHO, Luiz Marcelo. A temática ambiental e a escola de 1º grau. 1989. Tese (Doutorado em Educação) - Faculdade de Educação, Universidade de São Paulo, São Paulo, 1989.
COSTA PEREIRA, José Verissimo da. Caboclo Amazônico. In: Tipos e Aspectos do Brasil. Rio de Janeiro: IBGE, 1975.
CUNHA, Manuela Carneiro da. Três peças de circunstância sobre o direito dos índios. In Cultura com aspas: e outros ensaios. São Paulo: Cosac Naify, 2009, p. 245-58.
CUNHA, Manuela Carneiro; ALMEIDA, Mauro. Quem são as populações tradicionais. Unidades de Conservação no Brasil. 2010.
DIEGUES, Antonio Carlos Sant'Ana. Etnoconservação: novos rumos para a conservação da natureza. Hucitec, 2000.
GONZALEZ, Lélia. Racismo e sexismo na cultura brasileira. Revista Ciências Sociais Hoje, Anpocs, 1984.
LIMA, Débora Magalhães. A construção histórica do termo caboclo: Sobre estruturas e representações sociais no meio rural amazônico. Novos Cadernos NAEA, [S.l.], v. 2, n. 2, dez, 1999.
MBEMBE, Achille. A Crítica da razão negra. Portugal: Antígona, 2014.
MEGID NETO, Jorge. Educação Ambiental como campo de conhecimento: a contribuição das pesquisas acadêmicas para sua consolidação no Brasil. Pesquisa em Educação Ambiental, São Carlos, v. 4, n. 2, p. 95-110, 2009.
MEGID NETO, Jorge; CARVALHO, Luiz Marcelo. Pesquisas de Estado da Arte: fundamentos, características e percursos metodológicos. In: ESCHENHAGEN, Maria Luise; CUARTAS, Gabriel Vélez.; MALDONADO, Carlos. La Producción de Conocimiento en la Universidad: Metodologías y Políticas de Investigación. Medellin: Editora de la Universidad de Antioquia, 2018
PACE, Richard. Abuso científico do termo 'caboclo'? Dúvidas de representação e autoridade. Boletim do Museu Paraense Emílio Goeldi. Ciências Humanas, 2006, vol. 1, no 3, p. 79-92.
PACHECO, Tania; FAUSTINO, Cristiane. A iniludível e desumana prevalência do racismo ambiental nos conflitos do mapa. IN: Injustiça ambiental e saúde no Brasil: o mapa de conflitos. Rio de Janeiro: Editora Fiocruz, 2013.
RIBEIRO, Darcy. O Povo Brasileiro. Global Editora, 2014.
SAID, E. W. Orientalismo: o Oriente como invenção do Ocidente. [S.l]: Editora Companhia das Letras, 1990.
SAMPAIO, Teodoro. O tupi na geografia nacional. [S.l], Brasiliana, 1987.
Link do Banco de teses e dissertações do Earte Brasil: http://www.earte.net/teses/
Downloads
Publicado
Como Citar
Edição
Seção
Licença
Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution-NonCommercial-ShareAlike 4.0 International License.