Formação de trabalhadores e a educação ambiental não-escolar: o caso do comitê das bacias hidrográficas dos rios Verde e Jacaré/Bahia

Autores

  • Cassiana Mendes dos Santos Almeida
  • Carlos Frederico Bernardo Loureiro

DOI:

https://doi.org/10.14295/remea.v0i0.4675

Palavras-chave:

Educação - Formação de Trabalhadores – Comitê de Bacia Hidrográfica.

Resumo

Este artigo reflete sobre a formação de trabalhadores atuantes nos colegiados ambientais, a exemplo dos Comitês de Bacias Hidrográficas (CBHs). Pensar quais fundamentos teóricos, que carregam determinadas finalidades políticas, e têm orientado as ações de formação dos membros de CBHs, é de suma relevância, haja vista que o papel desses sujeitos é essencial nas decisões acerca dos usos das águas, bem como na proposição de alternativas populares à problemática ambiental contemporânea. Neste texto, em termos de pesquisa empírica, são analisados os fundamentos do curso realizado entre março e abril de 2014 e ofertado aos membros do Comitê das Bacias Hidrográficas dos Rios Verde e Jacaré (CBHVJ). Para tanto, são analisados os processos formativos em CBHs e explicitado o cenário atual do CBHVJ, contextualizando o curso ofertado para os membros do referido comitê. Ao final demonstramos os nexos dessa proposta com uma educação reprodutora da ideologia dominante, estando distante de cumprir com sua finalidade de favorecer a emancipação humana e o controle social de políticas públicas.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Biografia do Autor

Cassiana Mendes dos Santos Almeida

Licenciada em Pedagogia – UNEB/Campus XVI. Especialista em Educação do Campo e Desenvolvimento Territorial do Semiárido Brasileiro – UFRB/CFP. Mestranda em Educação do Campo – UFRB/CFP. Bolsista pela FAPESB. Membro do CEPEHU/UNEB-UESC. E-mail: cmsa_cassiana@yahoo.com.br

Carlos Frederico Bernardo Loureiro

Doutor em Serviço Social/UFRJ. Professor dos Programas de Pós-Graduação em Educação e em Psicossociologia de Comunidades e Ecologia Social da UFRJ. Pesquisador CNPq. Líder do Laboratório de Investigações em Educação, Ambiente e Sociedade – LIEAS. E.mail: floureiro@openlinkcom.br

Referências

REFERÊNCIAS

ABRANTES, Â. A.; MARTINS, L. M. A produção do conhecimento científico: relação sujeito-objeto e desenvolvimento do pensamento. Interface- Comunic., Saúde, Educ., V. 11, N. 22, p. 313-325, maio/agosto 2007.

ALVES, A. E. S. Trabalho docente e proletarização. Revista HISTEDBR – on-line. Campinas, n. 36, p. 25-37, dez. 2009.

ANA. O Comitê de Bacia Hidrográfica: o que é e o que faz? Cadernos de capacitação em recursos hídricos - v.1 - Brasília: SAG, 2011a.

ANA. O Comitê de Bacia Hidrográfica: prática e procedimento. Cadernos de capacitação em recursos hídricos - v.2 - Brasília: SAG, 2011b.

ARROYO, M. Trabalho e educação nas disputas por projetos de campo. Trabalho e Educação, Belo Horizonte, v. 21, n. 3, set.-dez., p. 81-93, 2012.

ARROYO, M. Pedagogias e movimento – O que temos a aprender dos movimentos sociais? Currículo sem fronteiras, Porto Alegre, v. 3, n.1, p. 28-49, jan.-jun. 2003.

FRIGOTTO, G. Educação omnilateral. In: CALDART, R., PEREIRA, I. B., ALETEJANO, P., FRIGOTTO, G. (orgs). Dicionário de Educação do Campo. Rio de Janeiro, São Paulo: Escola Politécnica de Saúde Joaquim Venâncio, Expressão Popular, 2012, p. 267-274.

GADOTTI, M. A questão da educação formal/não-formal. Sion: Institut Internacional des Droits de 1º Enfant, 2005.

GOHN, M. da G. Educação não-formal na pedagogia social. Anais do I Congresso Internacional de Pedagogia Social, março 2006.

GONÇALVES, C. W. P. Os (des)caminhos do meio ambiente. São Paulo: Contexto, 2006.

HARVEY, D. Os enigmas do capital. São Paulo: Boitempo, 2011.

HARVEY, D. A produção capitalista do espaço. São Paulo: Annablume, 2005.

IASI, M. Ensaios sobre consciência e emancipação. São Paulo: Expressão Popular, 2007.

ILLICH, I. Sociedade sem escolas. Petrópolis: Vozes, 1973.

KAPLAN, E.; LOUREIRO, C. F. B. Análise crítica do discurso do Programa Nacional de Formação de Educadoras(es) Ambientais – PROFEA: pela não desescolarização da educação ambiental. Educação em Revista, Belo Horizonte, v.27, n.02, p.177-196, ago. 2011.

KONDER, L. O marxismo na batalha das ideias. 2ª ed. São Paulo: Expressão Popular, 2009.

LOUREIRO, C.F.B. Sustentabilidade e Educação: um olhar da ecologia política. São Paulo: Cortez, 2012.

LOUREIRO, C. F. B. Crítica ao teoricismo e ao praticismo na educação ambiental. In: Neto, A. C.; Macedo Filho, F. D. e Batista, M. S. da S. (orgs.). Educação ambiental: caminhos traçados, debates políticos e práticas escolares. Brasília: Liber Livro Editora, 2010.

LOUREIRO, C. F. B. E TORRES, J. (orgs.). Educação ambiental: dialogando com Paulo Freire. São Paulo: Cortez, 2014.

LOUREIRO, C. F. B. E LAYRARGUES, P. P. Ecologia política, justiça e educação ambiental crítica: perspectivas de aliança contra-hegemônica. Trabalho, Educação e Saúde. Rio de Janeiro, v. 11, n. 1, p. 53-71, jan.-abril de 2013.

________; LIMA, M. J. G. S. A hegemonia do discurso empresarial de sustentabilidade nos projetos de educação ambiental no contexto escolar: nova estratégia do capital. Revista Contemporânea de Educação, Rio de Janeiro, nº 14, agosto-dezembro, 2012.

________; GOMES, G. Educação Ambiental na Gestão Pública das Águas: a luta social pelo direito às águas. Revista VeraCidade, Salvador, ano VIII, nº 12, setembro, 2012.

MACIEL, A. P. Limites impostos à gestão das águas nas bacias dos rios verde e Jacaré – centro-norte da Bahia. Monografia de Pós-graduação. Programa de Pós-graduação em Educação e meio ambiente. UNEB -Campus XVI, 2014.

MARX, K. O Capital. Livro I. São Paulo: Civilização Brasileira, 2003.

OGPNEA – ÓRGÃO GESTOR DA POLÍTICA NACIONAL DE EDUCAÇÃO AMBIENTAL. Programa Nacional de Formação de Educadoras (es) Ambientais. Brasília, 2006.

PETRAS, James. Neoliberalismo: América Latina, Estados Unidos e Europa. Blumenau: Furb, 1999. Col. Sociedade e ambiente, nº 3.

SANTOS, C. E. F. dos. Pedagogia histórico-crítica e movimentos sociais populares: para além das dicotomias entre práticas educativas escolares e não escolares. In. MARSIGLIA, A. C. G.; BATISTA, E. L. (orgs.) Pedagogia histórico-crítica: desafios e perspectivas para uma educação transformadora. Campinas - SP: Autores Associados, 2012, p. 181-205.

SANTOS, C. E. F. dos. O “aprender a aprender” na formação de professores do campo. Campinas, SP: Autores Associados; Vitória da Conquista, BA: Edições UESB, 2013.

SAVIANI, D. Pedagogia Histórico-Crítica: primeiras aproximações. Campinas – SP: Autores Associados, 2005.

SEMA. Política nacional e estadual dos recursos hídricos: relevância e aplicabilidades dos instrumentos de gestão das águas. Salvador – BA - Curso Gestão das Águas para membros de Comitês de Bacia Hidrográfica da Bahia - Módulo I, 2013a.

________. Gestão pública das águas: descentralização e participação dos membros de comitês de bacias. Salvador – BA - Curso Gestão das Águas para membros de Comitês de Bacia Hidrográfica da Bahia - Módulo II, 2013b.

________. Planejando o comitê: estratégias e planos de ação local. Salvador – BA - Curso Gestão das Águas para membros de Comitês de Bacia Hidrográfica da Bahia - Módulo III, 2013c.

VÁSQUEZ, A. S. Filosofia da práxis. Tradutora Maria Encarnación Moya, São Paulo: Expressão Popular, 2007.

Downloads

Publicado

2015-11-23

Como Citar

Almeida, C. M. dos S., & Loureiro, C. F. B. (2015). Formação de trabalhadores e a educação ambiental não-escolar: o caso do comitê das bacias hidrográficas dos rios Verde e Jacaré/Bahia. REMEA - Revista Eletrônica Do Mestrado Em Educação Ambiental, 164–183. https://doi.org/10.14295/remea.v0i0.4675