RAP como Educação para a Resistência e (Re)existência
DOI:
https://doi.org/10.14295/remea.v0i0.10986Palavras-chave:
Rap, Arte-educação, ResistênciaResumo
Ao longo deste artigo, expomos algumas reflexões produzidas no contexto de um estágio voltado a pensar a relação entre Psicologia e Políticas Públicas. O propósito era refletir sobre modos alternativos de ocupação e experimentação do espaço público e de intervenção política tomando como referencial processos de educação não formais. Para isso, como recorte, tomamos como “objeto” o Rap nacional. A partir de uma análise sustentada nas abordagens foucaultiana e decolonial, buscamos compreender tanto a trajetória do Rap quanto as nuances que o compõem as suas letras e as intervenções de seus representantes (os rappers). O resultado nos conduziu para uma compreensão do Rap como importante instrumento de arte-educação que tem sido responsável por produzir dinâmicas formas de mobilização, conscientização e intervenção político-social.Downloads
Referências
ANZALDÚA, Gloria. Como domar uma língua selvagem. Cadernos de Letras da UFF, n. 39, p. 297-309, 2009.
ANZALDÚA, Gloria. Falando em línguas: uma carta para as mulheres escritoras do terceiro mundo. Revista Estudos Feministas, Florianópolis, v.8, n. 1.pp. 229-236, 2000.
AMARAL, Mônica do. O rap, o hip-hop e o funk: a “eróptica” da arte juvenil invade a cena das escolas públicas nas metrópoles brasileiras. Psicol. USP, São Paulo, v. 22,n. 3,p. 593-620, 2011.
BHABHA, Homi K. O local da cultura. Belo Horizonte: EdUFMG, 1998.
BERNARDES, Célia Regina Ody. Racismo de Estado: uma reflexão a partir da crítica da razão governamental de Michel Foucault. Curitiba: Juruá, 2013.
BECKER, Simone; OLIVEIRA, Esmael Alves de; MARTINS, Catia Paranhos. “Onde fala a bala, cala a fala”. Rede Humaniza SUS, 19 jun, 2016. Disponível em: http://redehumanizasus.net/94812-onde-fala-a-bala-cala-a-fala. Acesso em: 20 jun. 2019.
BRANDÃO, Carlos Rodrigues. O que é Educação. São Paulo: Brasiliense, 2007. [Coleção primeiros passos]
BUTLER, Judith. “Corpos que pesam: sobre os limites discursivos do ‘sexo’”. In: LOURO, Guacira Lopes (Org.). O corpo educado: pedagogias da sexualidade. Belo Horizonte: Autêntica, 1999. p. 151-172.
BUTLER, Judith. Quadros de guerra: Quando a vida é passível de luto? Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2015.
CARVALHO, Marco Antônio. 75% das vítimas de homicídio no País são negras, aponta Atlas da violência. Estadão. 05 jun. 2019. Disponível em: https://brasil.estadao.com.br/noticias/geral,75-das-vitimas-de-homicidio-no-pais-sao-negras-aponta-atlas-da-violencia,70002856665. Acesso em: 30 set. 2019.
COIMBRA, Cecilia Maria Bouças. 2001. Operação Rio: o mito das classes perigosas - um estudo sobrea violência urbana, a mídia impressa e os discursos de segurança pública. Niterói: Intertexto, 2001.
COLLINS, Patrícia Hill. Pensamento feminista negro: o poder da autodefinição. In: HOLLANDA, Heloisa Buarque. Pensamento Feminista: Conceitos Fundamentais. Rio de Janeiro: Bazar do Tempo, 2019. pp. 271-310.
DUQUE, Tiago; OLIVEIRA, Esmael Alves de; BECKER, Simone. Agência e interseccionalidade em quadra: inquietações sobre escolas e diferenças em Mato Grosso do Sul. Revista Interritórios, Caruaru, Pe., v. 6, n. 10 p. 225-242, 2020.
FREIRE, Paulo. Educação como prática da liberdade. 12 ed. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1981.
FOUCAULT, Michel. Aula de 17 de março de 1976. In: FOUCAULT, Michel. Em Defesa da Sociedade: Curso no Collège de France (1975-1976). 2ª. tiragem. São Paulo: Martins Fontes, 2016. pp. 201-222.
FOUCAULT, Michel. Aula de 14 de janeiro de 1976. In: FOUCAULT, Michel. Em Defesa da Sociedade: Curso no Collège de France (1975-1976). 2ª. tiragem. São Paulo: Martins Fontes, 2016. pp. 20-35.
FOUCAULT, Michel. Vigiar e punir: nascimento da prisão. 35.ed. Petrópolis: Vozes, 2008.
FOUCAULT, Michel. A Ordem do Discurso: aula inaugural no Collège de France,pronunciada em 2 de dezembro de 1970. 15 ed. São Paulo: Loyola, 2007.
FOUCAULT, Michel. O sujeito e o poder. In: RABINOW, Paul; DREYFUS, Hubert. Michel Foucault: uma trajetória filosófica. Rio de Janeiro: Forense Universitária, 1995. pp. 231-248.
HALL, Stuart. A identidade cultural na pós – modernidade. 11 ed. Rio de janeiro: DP&A, 2006.
HINKEL, Jaison; MAHEIRIE, Kátia. Rap-rimas afetivas da periferia: reflexões na perspectiva sócio-histórica. Psicologia & Sociedade, Porto Alegre, v. 19, n. spe2, p. 90-99, 2007.
MBEMBE, Achille. Necropolítica. Revista do PPGAV/EBA, Rio de Janeiro, UFRJ, n. 32, v. 1, p. 122-151, 2016.
PIOLI, Amanda. “O rap é a voz da denúncia”, diz Psycoprata sobre letras que retratam a sociedade. Portal G1, EPTV Ribeirão e Franca. 06 jun. 2019. Disponível em: https://g1.globo.com/sp/ribeirao-preto-franca/musica/joao-rock/2019/noticia/2019/06/06/o-rap-e-a-voz-da-denuncia-diz-psycoprata-sobre-letras-que-retratam-a-sociedade.ghtml. Acesso em: 16 jan. 2020.
ROSA, Waldemir. “Homem preto do gueto: Um estudo sobre a masculinidade no rap brasileiro”. Dissertação Mestrado em Antropologia, Programa de Pós-graduação em Antropologia Social, Universidade de Brasília, 2006.
SCHWARCZ, Lilian Moritz. Sobre o autoritarismo brasileiro. São Paulo: Companhia das letras, 2019.
SPIVAK, Gayatri Chakravorty. Pode o subalterno falar? Belo Horizonte: EdUFMG, 2010.
TAVARES, Breitner. Geração hip-hop e a construção do imaginário na periferia do Distrito Federal. Soc. estado, Brasília, v. 25,n. 2,p. 309-327, 2010.
VIANNA JÚNIOR, Hermano Paes. O Baile Funk Carioca: Festas e Estilos de Vida Metropolitanos. Dissertação de Mestrado. Universidade Federal do Rio de Janeiro/Museu Nacional. Rio de Janeiro: UFRJ, 1987.