OLHAR INTERSECCIONAL PARA A INCLUSÃO DE UMA ALUNA NEGRA DIAGNOSTICADA COM TRANSTORNO DO ESPECTRO AUTISTA NA EDUCAÇÃO FÍSICA
DOI:
https://doi.org/10.14295/rdsis.v26i1.16634Resumo
A interseccionalidade surge como uma ferramenta valiosa para compreender e abordar os desafios de inclusão enfrentados na Educação Física. O presente trabalho tem como objetivo analisar as aulas de Educação Física para uma aluna negra diagnosticada com Transtorno do Espectro Autista de primeiro ano do ensino fundamental, relacionando com a vontade de uma Educação Física inclusiva. Trata-se de uma pesquisa qualitativa. Para realizar essa análise o presente trabalho se propôs a realizar entrevistas de caráter semi-estruturadas com os estagiários que atuaram com a aluna em questão, assim como o professor responsável pelo estágio e a professora de sala da turma da aluna. Os dados coletados foram então analisados, com a ferramenta de análise de conteúdo e organizado em três categorias: sentimentos em relação a aluna; planejamento das aulas; e relação autismo e pessoa negra. Foi utilizada a análise a partir da óptica interseccional a fim de identificar barreiras e facilitadores no processo de inclusão da aluna, assim como também suas necessidades específicas. Conclui-se que a inclusão deve ser um esforço coletivo e contínuo, envolvendo todos os atores da comunidade escolar e a implementação de políticas públicas que garantam a inclusão. A Educação Física pode ser uma ferramenta poderosa para a promoção da inclusão e da diferença na escola, desde que seja realizada com comprometimento.