Temporalidades e deslocamentos na inclusão de sujeitos com cegueira em uma escola visuocentrada

Autores

DOI:

https://doi.org/10.14295/momento.v29i1.9262

Palavras-chave:

Inclusão, Cegos, Visuocentralidade

Resumo

A inclusão de pessoas com deficiência na escola regular vem se consolidando no Brasil contemporâneo, trazendo consigo mudanças significativas no cotidiano escolar. O objetivo deste artigo é problematizar – especificamente no campo de jovens com cegueira – esta inclusão, interrogando as formas como tem ocorrido, com quais objetivos e conexões, tentando compreender as diferentes subjetividades a que este grupo social é submetido. Isto não significa, entretanto, se opor à inclusão, mas situá-la dentro de um contexto de relações de poder e produções discursivas, de forma que nos permita perceber seus efeitos sobre a constituição dos sujeitos. A interpretação destes elementos leva a considerar que as políticas públicas atuais podem estar conduzindo os sujeitos a uma condição de autorregulação, normalização e competição, principalmente ao se vincular a preceitos visuocentrados.

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Biografia do Autor

Birgit Yara Frey Riffel, Centro Federal de Educação Tecnológica de Minas Gerais (CEFET-MG) Campus Araxá

Professora de Física do Centro Federal de Educação Tecnológica de Minas Gerais - Campus Araxá. Doutora em Educação na Área de Linguagem, Discurso e Práticas Educativas

Jackeline Rodrigues Mendes, Universidade Estadual de Campinas

Doutora e Mestre em Linguística Aplicada (Instituto de Estudos da Linguagem- IEL/Unicamp). Graduada em Matemática (Instituto de Matemática, Estatística e Ciências da Computação - IMECC/Unicamp). Professora do Programa de Pós-Graduação em Educação da Faculdade de Educação - FE, Universidade Estadual de Campinas - Unicamp. Líder do grupo de pesquisa: PHALA: Educação, Linguagem e Práticas Culturais.

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Publicado

2020-07-22

Como Citar

Frey Riffel, B. Y., & Mendes, J. R. (2020). Temporalidades e deslocamentos na inclusão de sujeitos com cegueira em uma escola visuocentrada. Momento - Diálogos Em Educação, 29(1), 222–238. https://doi.org/10.14295/momento.v29i1.9262

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