Ninguém nasce Inês Brasil, torna-se Inês Brasil: artefato cultural, pânico moral e “ideologia de gênero” em Campo Grande (MS)

Autores

  • Tiago Duque Universidade Federal de Mato Grosso do Sul - UFMS. Campo Grande/MS, Brasil.

DOI:

https://doi.org/10.14295/momento.v27i3.7787

Palavras-chave:

ideologia de gênero, pânico moral, educação

Resumo

Este artigo problematiza algumas críticas feitas às contribuições científicas da teoria feminista para o campo da educação. O referencial teórico utilizado é o pós-estruturalista. Os argumentos são construídos a partir da análise do artefato cultural Inês Brasil, especialmente os memes que envolvem essa web-celebridade, assim como da experiência em torno da aprovação da Lei da Mordaça na cidade de Campo Grande (MS). Os resultados da análise apontam para a necessidade de compreensão da produção das diferenças como enfrentamento do pânico moral em torno do que vem sendo chamado de “ideologia de gênero”.

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Biografia do Autor

Tiago Duque, Universidade Federal de Mato Grosso do Sul - UFMS. Campo Grande/MS, Brasil.

Doutor em Ciências Sociais pela UNICAMP e Mestre em Sociologia pela UFSCar (2009). Bancarel e Licenciado em Ciências Socias pela PUC Campinas. É professor do Mestrado em Educação do Campus Pantanal da UFMS.

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Publicado

2019-01-29

Como Citar

Duque, T. (2019). Ninguém nasce Inês Brasil, torna-se Inês Brasil: artefato cultural, pânico moral e “ideologia de gênero” em Campo Grande (MS). Momento - Diálogos Em Educação, 27(3), 227–247. https://doi.org/10.14295/momento.v27i3.7787

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