A História Natural e a divulgação pedagógica das classificações da quina no final do XVIII, como parte de um programa ilustrado de produção de conhecimento botânico na América espanhola.
DOI:
https://doi.org/10.14295/rbhcs.v14i28.13450Palavras-chave:
História Natural, Quina, ClassificaçãoResumo
Na América Hispânica do fim século XVIII, a história natural foi-se tornando um campo de saber acessível a um público que ia além de uns poucos botânicos e médicos, devido à presença de empreendimentos de comunicação como o periódico Mercurio Peruano, editado em Lima entre 1790 e 1795. Este artigo monstra que a história natural, como um campo de saber definido por um método fundamentado na observação, na experiência e na produção de nomenclaturas, encontrou em produtos nativos, como a quina, a oportunidade de produzir, a partir da América, descobertas, classificações, procedimentos de manipulação e mercadorias, destinadas a contribuir para a glória da Espanha bourbônica. Ao mesmo tempo, e com patriotismo precoce, os jovens do Mercurio Peruano colocavam o continente e os homens que aqui se dedicavam à ciência em pé de igualdade com seus colegas da Europa, projetando a possibilidade de um elo de conhecimento que vinculava a “montanha”, Lima e Madri.
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