Povos dos Altos Rios Doce, Jequitinhonha, Mucuri e São Mateus: paisagens de “perigos” e “pobreza”, transformações e processos identitários

Autores

  • Izabel Missagia de Mattos UFRRJ

DOI:

https://doi.org/10.14295/rbhcs.v10i20.495

Resumo

O trabalho busca recuperar, por meio de uma etnografia histórica - cujo eixo narrativo é centrado na categoria paisagem, na situação do meio ambiente e suas transformações -,  a história da ocupação de uma região de fronteira nos altos dos rios Doce, Mucuri, Jequitinhonha e São Mateus. A descrição visa a conferir protagonismo aos indígenas em suas relações com os adventícios, naquele contexto de transição para a República e de formação da nacionalidade brasileira. 

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Biografia do Autor

Izabel Missagia de Mattos, UFRRJ

Izabel Missagia de Mattos, professora associada de Antropologia na Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro, atua em cursos de graduação e Pós-graduação nas áreas de História e Ciências Sociais e é autora do livro Civilização e Revolta: os Botocudos e a catequese na Província de Minas (2004) -  trabalho premiado pela Associação Nacional de Pós-Graduação e Pesquisa em Ciências Sociais (ANPOCS, 2003) -,  fruto de pesquisa de doutorado realizada na Universidade Estadual de Campinas.   Atualmente vem investigando, com o auxílio da Fundação de Apoio à Pesquisa do Rio de Janeiro, processos referentes à memória social, paisagem e patrimônio cultural  de povos indígenas em Minas Gerais. 

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Publicado

2018-12-14

Como Citar

Mattos, I. M. de. (2018). Povos dos Altos Rios Doce, Jequitinhonha, Mucuri e São Mateus: paisagens de “perigos” e “pobreza”, transformações e processos identitários. Revista Brasileira De História & Ciências Sociais, 10(20), 107–135. https://doi.org/10.14295/rbhcs.v10i20.495