A historiografia da infância na berlinda (?)

entre um fantasma e um trampolim

Autores/as

DOI:

https://doi.org/10.14295/rbhcs.v15i30.14989

Palabras clave:

Historiografia, Estudos da Infância, Interdisciplinaridade

Resumen

Problematiza-se a emergência da infância e da criança como objeto de investigação histórica. Indaga, do interior de um campo desenhado em um profícuo diálogo interdisciplinar, sobre o “como” e os “porquês” do modo de tratar certa imagem da criança e da infância associada com a violência e a marginalização. Apesar das diferenças mapeáveis entre algumas obras e autorias, continua-se a caracterizar a infância sob o signo de uma “minoridade”. Assim, este texto contribui tanto para um debate nos termos de uma epistemologia da história que auxilie (re) pensar temas como sujeito da história, estrutura/sujeito e agência, como também faz da crítica historiográfica um modo de pensar diferentemente. Ao olhar para a historiografia brasileira e estrangeira busca-se pluralizar as noções de infâncias e crianças, reconhecendo que a produção do discurso historiográfico se associa ou questiona algumas imagens e formas de inteligibilidade que incidem sobre a pesquisa, a escrita e a tessitura de um saber.

Descargas

Los datos de descargas todavía no están disponibles.

Citas

ABRAMOWICZ, Anete. A pesquisa com crianças em infâncias e a sociologia da infância. In. FARIA, Ana Lúcia Goulart & FINCO, Daniela. Sociologia da infância no Brasil. Campinas, SP: Autores Associados, 2011, pp. 17-36.

AGAMBEN, Giorgio. Infância e História. Destruição da experiência e origem da história. Tradução de Henrique Burigo. Belo Horizonte: Editora UFMG, 2005.

ARAÚJO, Valdei Lopes de. História da historiografia como analítica da historicidade. História da Historiografia, Ouro Preto, n. 12, agosto de 2013, pp. 34-44.

AREND, Sílvia Maria Fávero. De exposto a menor abandonado: uma trajetória jurídico-social. In. VENÂNCIO, Renato Pinto (Org.). Uma história social do abandono de crianças. De Portugal ao Brasil – séculos XVIII ao XX. São Paulo: Alameda/Editora PUC Minas, 2010, p. 339-359.

AREND, Sílvia Maria Fávero. Filhos de criação: uma história dos menores abandonados no Brasil (década de 1930). 447 f. Tese (Doutorado em História). Universidade Federal do Rio Grande do Sul, 2005.

AREND, Sílvia Maria Fávero. Histórias do Abandono: infância e justiça no Brasil (década de 1930). Florianópolis: Ed. Mulheres, 2011.

AREND, Silvia Maria Fávero; MOURA, Esmeralda Blanco Bolsonaro de; SOSENSKI, Susana. Infâncias e Juventudes no século XX: histórias latino-americanas. Ponta Grossa: Toda Palavra, 2018.

ARIÈS, Philippe. História social da criança e da família. Tradução de Dora Flaksman. Rio de Janeiro: LTC, 2006.

BANDERA, Vinícius. Ordenação social no Brasil: liberalismo, cientificismo e “menores abandonados e delinquentes”. Rio de Janeiro: Editora UFRJ, 2015.

BRITO, Eleonora Zicari Costa de. Justiça e gênero: uma história da Justiça de menores em Brasília (1960-1990). Brasília: Editora Universidade de Brasília; Finatec, 2007.

CERTEAU, Michel de. A operação historiográfica. In. A escrita da História. Tradução de Maria de Lourdes Menezes. 2ª ed. Rio de Janeiro: Petrópolis, 2000, pp. 65-119.

CORAZZA, Sandra Mara. Base Nacional Comum Curricular: apontamentos crítico-clínicos e um trampolim. Revista Educação, Porto Alegre, v. 39, v. esp. 2016.

CORAZZA, Sandra Mara. História da infância sem fim. 2ª ed. Ijuí: Ed. Unijuí, 2004.

CORRÊA, Mariza. A cidade de menores: uma utopia dos anos 30. In. FREITAS, Marcos Cezar de. História social da infância no Brasil. São Paulo: Cortez, 2007.

COSTA JÚNIOR, José dos Santos. Mal-estar na história da infância: a invenção do menor infrator no Brasil Contemporâneo. 504 f. Tese (Doutorado em História). Instituto de Filosofia e Ciências Humanas da Universidade Federal do Rio Grande do Sul. Porto Alegre, 2021.

DEL PRIORE, Mary. História da criança no Brasil. 4ª ed. São Paulo: Contexto, 1996.

FONSECA, Cláudia. Da circulação de crianças à adoção internacional: questões de pertencimento e posse. Cadernos Pagu [online]. 2006, n. 26, pp. 11-43.

GAGNEBIN, Jeanne Marie. Infância e pensamento. In. Sete aulas sobre linguagem, memória e história. Rio de Janeiro: Imago, 1997.

GOULART, Ana Lúcia de Faria & FINCO, Daniela (org.). Sociologia da Infância no Brasil. Campinas, SP: Autores Associados, 2011.

HECKERT, Ana Lúcia Coelho. Por uma infância menor. In. LOBO, Lília Ferreira & FRANCO, Débora Augusto (org.). Infâncias em devir: ensaios e pesquisas. 1ª ed. Rio de Janeiro: Garamond, 2018, pp. 325-340.

HERRERA, Martha Cecília & PALERMO, Yeimy Cárdenas. Tendencias analíticas em la historiografia de la infancia em la América Latina. ACHSC, Colombia, v. 40, n. 2, jul-dic., 2013.

HEYWOOD, Colin. Uma História da Infância: da Idade Média à Época Contemporânea. Tradução de Roberto Cataldo Costa. Porto Alegre: Artmed, 2004.

LARROSA, Jorge. O enigma da infância. In: Pedagogia profana: danças, piruetas e mascaradas. Tradução de Alfredo Veiga-Neto. 3ª ed. Belo Horizonte: Autêntica, 2000, p. 183-198.

LONDOÑO, Fernando Torres. A origem do conceito Menor. In. DEL PRIORE, Mary (org.). História da criança no Brasil. São Paulo: Contexto, 1996, pp. 129-145.

MARCÍLIO, Maria Luiza. História Social da Criança Abandonada. 2ª. ed. São Paulo: HUCITEC, 2006.

MAYALL, Berry. The sociology of childhood in relation to children’s rights. The International Journal of Children’s Rights, n. 8, p. 243-259, 2000.

MENEZES, Mozart Vergetti de. Ordem e progresso, delinquência e menoridade. Saeculum (UFPB), João Pessoa, v. 3, p. 81-92, 1999.

MIGUEL, Antônio. Infâncias e pós-colonialismo. Educação & Sociedade, Campinas, v. 35, n. 128, p. 629-996, jul-set. 2014.

MOURA, Esmeralda Blanco B. de. Mulheres e menores no trabalho industrial: os fatores sexo e idade na dinâmica do capital. Petrópolis: Vozes, 1982.

OLIVEIRA, Maria da Glória de & GONTIJO, Rebeca. Sobre a história da historiografia brasileira – um panorama. Revista do Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro, Rio de Janeiro, jul./set. 2016.

PASSETTI, Edson. O Menor no Brasil Republicano. In. DEL PRIORE, Mary (org.). História da criança no Brasil. 4ª ed. São Paulo: Contexto, 1996, pp. 146-175.

PASSETTI, Edson. O que é menor. 3ª edição. São Paulo: Editora Brasiliense, 1999.

PEREIRA, André Ricardo. Criança x Menor: a origem de dois mitos da política brasileira. In. ROLLEMBERG, Denise (org.). Que história é essa? Novos Temas e Novos Problemas em História. Rio de Janeiro: Relume-Dumará, 1994, p. 104-105.

PERROT, Michelle. Os excluídos da História: operários, mulheres e prisioneiros. Tradução de Denise Bottmann. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1988.

PETRY, Josiane Rose. O problema do menor: uma abordagem jurídico-política. Dissertação (Mestrado em Direito). Universidade Federal de Santa Catarina, 1988.

POSTMAN, Neil. O desaparecimento da infância. Tradução de Suzana Menescal de Alencar Carvalho e José Laurenio de Melo. Rio de Janeiro: Graphia, 2011.

RAGO, Luzia Margareth. A preservação da infância. In. Do cabaré ao lar: a utopia da cidade disciplinar – Brasil (1890-1930). Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1985.

RAGO, Margareth. As marcas da pantera: Foucault para historiadores. Resgate, Campinas, 1993, pp. 22-32.

RAGO, Margareth. O efeito-Foucault na historiografia brasileira. Tempo Social, São Paulo, 1995, pp. 67-82.

RECCO, Clovis. Resenha de História social da criança e da família. Caminhos, Goiânia, v. 7, n. 2, p. 351-356, jul./dez. 2009, p. 354.

RIZZINI, Irene. O Século Perdido: Raízes Históricas das Políticas Públicas para a Infância no Brasil. São Paulo: Cortez, 2011.

RIZZINI, Irma. Meninos desvalidos e menores transviados. In. RIZZINI, Irene & PILOTTI, Francisco. (orgs.) A arte de governar crianças: a história das políticas sociais, da legislação e da assistência à infância no Brasil. 3ª ed. São Paulo: Cortez, 2011. p. 225-286.

RODRIGUES, Gutemberg Alexandrino. Os filhos do mundo: a face oculta da menoridade (1964-1985). São Paulo: IBCCRIM, 2001.

SODRÉ, Liana Gonçalves Pontes. A participação das crianças de movimentos sociais em projetos educacionais: um estudo de caso. In. VASCONCELOS, Vera Lúcia Ramos de & SARMENTO, Manuel Jacinto (org.). Infância (in) visível. Araquara, SP: Junqueira & Marin, 2007.

THOMPSON, Edward Palmer. A formação da classe operária inglesa: a maldição de Adão. Tradução de Renato Busatto Neto. Cláudia Rocha de Almeida. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1987.

TRINDADE, Judite Maria Barboza. Metamorfose: de criança a menor – Curitiba – início do século XX. 257 f. Tese (Doutorado em História). Programa de Pós-Graduação em História. Universidade Federal de Curitiba, 1998.

VIANNA, Adriana de Resende Barreto. O mal que se adivinha: polícia e menoridade no Rio de Janeiro (1910-1920). Rio de Janeiro: Arquivo Nacional, 1999.

WEINMANN, Amadeu de Oliveira. Infância: um dos nomes da não razão. 259 fls. Tese (Doutorado em Educação). Faculdade de Educação da Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Porto Alegre, 2008.

Publicado

2023-12-21

Cómo citar

Costa Júnior, J. dos S. (2023). A historiografia da infância na berlinda (?): entre um fantasma e um trampolim . Revista Brasileira De História & Ciências Sociais, 15(30), 158–204. https://doi.org/10.14295/rbhcs.v15i30.14989