CÂNCER DA PELE NÃO MELANOMA - ANÁLISE DE 293 CASOS DIAGNOSTICADOS EM UM HOSPITAL UNIVERSITÁRIO NO EXTREMO SUL DO BRASIL

Resumo

Para 2010, estimam-se aproximadamente 114 mil casos novos de câncer de pele não melanoma no Brasil. Os carcinomas basocelular e o escamocelular representam respectivamente 70% e 25% dos tipos de câncer da pele. Este estudo tem como objetivo descrever os carcinomas basocelular e escamocelular em suas variáveis epidemiológica e histopatológica. Para tal, realizou-se um estudo retrospectivo a partir de diagnósticos firmados pelo Laboratório de Anatomia Patológica - Universidade Federal do Rio Grande (LAP-FURG). Foram identificadas 196 lesões de carcinoma basocelular e 97 de carcinoma escamocelular, sendo que as medianas das idades foram respectivamente 65 e 70 anos. Com relação ao carcinoma basocelular notou-se maior prevalência no gênero masculino (59,2%) e em regiões anatômicas com exposição solar direta (84%), com destaque para a região facial (63,6%). O carcinoma escamocelular também teve uma maior prevalência nessas regiões (90,5%). Dentre as profissões, os trabalhadores da agricultura e da pecuária representaram 19,8% dos diagnósticos de carcinoma basocelular e 32,7% do carcinoma escamocelular. O tipo histopatológico ulcerado representou 54,2% das lesões de carcinoma basocelular e o bem diferenciado 66,2% para o carcinoma escamocelular. Os carcinomas basocelular e escamocelular apresentaram margens cirúrgicas livres em 72,3% e 68,7% das lesões, respectivamente. Observaram-se, para os dois tipos de câncer de pele, maior acometimento em indivíduos de cor de pele branca, idades de 70 a 79 anos, em regiões anatômicas de maior exposição solar e cujas profissões são desempenhadas em lugares desprotegidos do sol. Aproximadamente 30% das margens cirúrgicas encontraram-se comprometidas.