Um olhar para dentro: A perspectiva identitária em a cor da ternura, de Geni Guimarães

Autores/as

  • Emanuelle Valéria Gomes de Lima Universidade Estadual da Paraíba
  • Maria Simone Nogueira Marinho Universidade Estadual da Paraíba

DOI:

https://doi.org/10.14295/reis.v6i1.14701

Palabras clave:

Literatura infanto-juvenil, Literatura afro-brasileira, Identidade

Resumen

A trajetória da Literatura infanto-juvenil no Brasil é marcada por uma homogeneidade estética que pouco condiz com a diversidade e a plurietnicidade existente no país. Há, portanto, uma disparidade de produções que elencam em seus enredos temáticas como racismo, sexismo etc. O cenário apenas começa a se modificar, especialmente, a partir dos anos 1990 e após a promulgação de Leis, como as Leis Federais 10.639/2003, alterada para 11. 645/2008, ambas com o objetivo de disseminar a História e as Culturas africanas, afrodescendentes e indígenas na Educação Básica brasileira. Leis estas, que se constituíram após pressão dos movimentos negros. Os efeitos da luta democrática de inserção do segmento negro e feminino se dá também no mercado editorial que, por longo período, dificultou a publicação das escritas marginalizadas, sobretudo, no campo infanto-juvenil. Portanto, esse estudo visa analisar a obra mirim A cor da Ternura, de Geni Guimarães, mulher preta e pobre, que sobreviveu ao meio social racista e misógino, desenvolvendo um olhar para dentro de si mesma, que transborda em uma literatura sensível e lúdica. Através das perspectivas de autores como Hall (2002), hooks (2019), Kilomba (2019), entre outros, é que analisamos, sob a ótica da construção da identidade negra, a protagonista da obra, também denominada Geni.

 

 

Biografía del autor/a

Emanuelle Valéria Gomes de Lima, Universidade Estadual da Paraíba

Doutoranda do Programa de Pós-graduação em Literatura e Interculturalidade (PPGLI/UEPB).

Maria Simone Nogueira Marinho, Universidade Estadual da Paraíba

Professora Drª. do PPGLI (Programa de Pós-Graduação em Literatura e Interculturalidade) da Universidade Estadual da Paraíba.

Citas

BAUMAN, Zygmunt. Identidade: entrevista a Benedetto Vecchi. Tradução de Carlos Alberto Medeiros. Rio de Janeiro: Jorge Zahar Ed., 2005.

BRASIL. Lei 10.639, de 9 de janeiro de 2003. D.O.U. de 10/01/2003.

CASTELLS, Manuel. O Poder da Identidade. Volume II. Tradução: Klauss Brandini Gerhardt. São Paulo: Paz e Terra, 2008.

COELHO, Nelly Novaes. Literatura infantil: teoria, análise, didática. 1. ed. São Paulo: Moderna, 2000.

GUIMARÃES, Geni. A cor da ternura. São Paulo, FTD, 1998.

HALL, Stuart. A identidade cultural na pós-modernidade. Tradução de Tomaz Tadeu da Silva e Guacira Lopes Louro. 7. ed. Rio de Janeiro: DP&A, 2002.

HOOKS, bell. Olhares negros: raça e representação. Tradução de Stephanie Borges. São Paulo: Elefante, 2019.

KILOMBA, Grada. Memórias da Plantação: episódios de racismo cotidiano. 1. ed. Rio de Janeiro: Cobogó, 2019.

NOGUEIRA, Carlos Roberto F. O Diabo no imaginário cristão. 2 ed. São Paulo: EDUSC, 2002.

OLIVEIRA, Maria Anória de Jesus. Personagens negros na Literatura Infanto-Juvenil: há muito fazer-dizer, há muito de palavra-ação. In.: SILVIA, Márcia Tavares; RODRIGUES, Etiene Mendes. (Orgs). Caminhos da Leitura Literária: Propostas e Perspectivas de um Encontro. Campina Grande: Bagagem, 2009. P. 156-176

SOUZA, Neusa Santos. Tornar-se negro: as vicissitudes da identidade do negro brasileiro em ascensão social. Rio de Janeiro: Edições Graal, 1983.

ZILBERMAN, Regina. A literatura infantil na escola. São Paulo: Global, 2003.

Publicado

2023-10-02

Cómo citar

Gomes de Lima, E. V., & Nogueira Marinho, M. S. (2023). Um olhar para dentro: A perspectiva identitária em a cor da ternura, de Geni Guimarães. Revista Eletrônica Interações Sociais, 6(1), 46–61. https://doi.org/10.14295/reis.v6i1.14701