Um olhar para dentro: A perspectiva identitária em a cor da ternura, de Geni Guimarães
DOI:
https://doi.org/10.14295/reis.v6i1.14701Palavras-chave:
Literatura infanto-juvenil, Literatura afro-brasileira, IdentidadeResumo
A trajetória da Literatura infanto-juvenil no Brasil é marcada por uma homogeneidade estética que pouco condiz com a diversidade e a plurietnicidade existente no país. Há, portanto, uma disparidade de produções que elencam em seus enredos temáticas como racismo, sexismo etc. O cenário apenas começa a se modificar, especialmente, a partir dos anos 1990 e após a promulgação de Leis, como as Leis Federais 10.639/2003, alterada para 11. 645/2008, ambas com o objetivo de disseminar a História e as Culturas africanas, afrodescendentes e indígenas na Educação Básica brasileira. Leis estas, que se constituíram após pressão dos movimentos negros. Os efeitos da luta democrática de inserção do segmento negro e feminino se dá também no mercado editorial que, por longo período, dificultou a publicação das escritas marginalizadas, sobretudo, no campo infanto-juvenil. Portanto, esse estudo visa analisar a obra mirim A cor da Ternura, de Geni Guimarães, mulher preta e pobre, que sobreviveu ao meio social racista e misógino, desenvolvendo um olhar para dentro de si mesma, que transborda em uma literatura sensível e lúdica. Através das perspectivas de autores como Hall (2002), hooks (2019), Kilomba (2019), entre outros, é que analisamos, sob a ótica da construção da identidade negra, a protagonista da obra, também denominada Geni.
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