O destino do lixo urbano
discussões em torno da construção de fornos de incineração em Manguinhos (RJ)
DOI :
https://doi.org/10.14295/rbhcs.v14i28.14145Mots-clés :
Lixo urbano. Fornos de Incineração. Higienismo.Résumé
O artigo apresenta o contexto que culminou no projeto e construção do primeiro complexo de fornos de incineração de lixo urbano no Rio de Janeiro, ainda no século XIX. O ponto de partida da análise são documentos históricos (relatórios, plantas e imagens) disponíveis no Arquivo Geral da Cidade do Rio de Janeiro, acrescido de notícias de jornais do período, reunidos para contextualizar o empreendimento como uma resposta ao cenário político-sanitário nacional de então. Discute-se as condições urbano-sanitárias da cidade do Rio de Janeiro e identifica-se a relevância do descarte de lixo nas intervenções de melhoramentos urbanos, no período compreendido entre o final do século XIX e início do XX. Apresenta-se detalhes do funcionamento do complexo de incineração de lixo urbano municipal em Manguinhos, reconstruídos digitalmente com base em pesquisas arqueológicas e fontes históricas. Por fim, reflete-se sobre o motivo do desmonte do complexo de incineração e o destino desse território.
Téléchargements
Références
AIZEN, Mário; PECHMAN, Robert. Memória da limpeza urbana no Rio de Janeiro. Fonte: São Paulo; COMLURB; 1985.
AMARAL, Alexandrino Freire do; SILVA, Ernesto dos Santos. Consolidação das Leis e Posturas Municipais: Segunda Parte – Legislação Distrital. Rio de Janeiro: 1906. v.2.
ARAGÃO, Henrique. Notícia Histórica sobre a Fundação do Instituto Oswaldo Cruz (Instituto de Manguinhos). Separata das Memórias do Instituto Oswaldo Cruz. Tomo 48, ano 1950. Rio de Janeiro: Serviço Gráfico do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, 1950.
BENCHIMOL, Jaime Larry (Coord.); SOARES, Sandra Branco; ROCHA, Oswaldo Porto; PEREIRA, Andrea Nunes; SANTOS, Fernando Sergio Dumas. Manguinhos: um retrato de corpo inteiro. Rio de Janeiro; Fundaçäo Oswaldo Cruz. Casa de Oswaldo Cruz; 1988. 677 p.
BENCHIMOL, Jaime Larry. Manguinhos do sonho à vida: a ciência da belle époque. RJ: COC/FIOCRUZ, 1990.
BENTES, Dorinethe dos Santos. Outras faces da história: Manaus de 1910-1940. 2008. Dissertação (Mestrado em História) - Universidade Federal do Amazonas, Manaus, 2008.
CLARK. John Finlay Mcdiarmid. ‘The incineration of refuse is beautiful’: Torquay and the introduction of municipal refuse destructors. Urban History, 34, 2 (2007), pp. 255-277.
CHIRICO, Vincent Di. Incineração de resíduos urbanos. 1996. Tradução: GONDOLLA, Mauro. 2013. Disponível em: <http://www5.ensp.fiocruz.br/biblioteca/dados/txt_349995799.pdf>. Acesso em: 03/01/2021
DIAS, Ezequiel. O Instituto Oswaldo Cruz: resumo histórico (1899-1918). Rio de Janeiro: Manguinhos, 1918.
EIGENHEER, Emílio Maciel. Lixo: A limpeza urbana através dos tempos. Porto Alegre: Pallotti, 2009.
GIERTH, Carlos Arno; LAVAGNINO, Lourenço Fieschi. [códice 31.02.15]. Fornos de incineração de lixo: proposta dos engenheiros Carlos Arno Gierth e Lourenço Fieschi Lavagnino para a construção de duas baterias de fornos. Rio de Janeiro: [s.n], 1891.
GIERTH, Carlos Arno; LAVAGNINO, Lourenço Fieschi. Relatório sobre o sistema de condução e incineração do lixo da cidade do Rio de Janeiro. [códice 31.02.15]. Rio de Janeiro: [s.n], 1887.
LIMA, Luiz Mário Queiroz. Tratamento de Lixo, São Paulo, 2ª edição Hemus Editora, 1991.
MARCÍLIO, M. L. Mortalidade e morbidade da cidade do Rio de Janeiro imperial. Revista de História, [S. l.], n. 127-128, p. 53-68, 1993. Disponível em: https://www.revistas.usp.br/revhistoria/article/view/18689. Acesso em: 14 fev. 2022.
MENEZES, Ricardo A. Amaral; GERLACH, José Luiz; MENEZES, Marco Antônio. Estágio
Atual da Incineração no Brasil. In: SEMINÁRIO NACIONAL DE RESÍDUOS SÓLIDOS E
LIMPEZA PÚBLICA, 7, 2000, Curitiba. Anais. Disponível em
:<http://www.resol.com.br/textos/Estado%20Atual%20da%20Incineracao%20no%20Brasil.ht
m>. Acesso em: 02 jan. 2021.
MEIRELLES, Vanessa Kerolin Araujo. Gestão e tratamento dos resíduos plásticos produzidos pelo polo industrial de Manaus: tecnologias e sustentabilidades. Dissertação (Mestrado em Ciências do Ambiente e Sustentabilidade na Amazônia) – Universidade Federal do Amazonas, Manaus, 2016.
Ministério do Império. Relatório da Junta de Hygiene. [códice 31.2.8]. Rio de Janeiro: [s.n], 1882.
MURTHA, Ney Albert; CASTRO, José Esteban; HELLER, Léo. “Uma perspectiva histórica das primeiras políticas públicas de saneamento e de recursos hídricos no Brasil”. Ambiente & Sociedade, São Paulo v. XVIII, n. 3, p. 193-210, jul.-set. 2015
OLIVEIRA, Benedito Tadeu de. (Coord.); COSTA, Renato da Gama-Rosa; PESSOA, Alexandre José de Souza. Um lugar para a ciência: a formação do campus de Manguinhos. RJ: Editora Fiocruz, 2003. (Coleção História e Saúde).
ORTIZ, Francisco. Patente nº 710. [Códice 31.2.20]. Rio de Janeiro: Inspetoria Geral de Hygiene, 1890.
Organização Mundial da Saúde (OMS). Guidelines on Sanitation and Health. Geneva: World Health Organization, 2018.
PRADO JR, Caio. História econômica do Brasil. São Paulo: Brasiliense, 1980.
PEREIRA, Damázio. Relatório dos Trabalhos executados na Fazenda Manguinhos: para a construção dos fornos de incineração, pelo engenheiro ajudante Damázio Pereira, fiscal de obras. [códice 31.2.45]. Rio de Janeiro: Inspetoria Geral de Hygiene, 1896.
Téléchargements
Publié-e
Comment citer
Numéro
Rubrique
Licence
(c) Tous droits réservés Inês Andrade, Éric Gallo 2022
Cette œuvre est sous licence Creative Commons Attribution 4.0 International.
Direitos Autorais
A submissão de originais para a Revista Brasileira de História & Ciências Sociais implica na transferência, pelos autores, dos direitos de publicação. Os direitos autorais para os artigos publicados nesta revista são do autor, com direitos da revista sobre a primeira publicação. Os autores somente poderão utilizar os mesmos resultados em outras publicações indicando claramente a Revista Brasileira de História & Ciências Sociais como o meio da publicação original.
Licença Creative Commons
Exceto onde especificado diferentemente, aplicam-se à matéria publicada neste periódico os termos de uma licença Creative Commons Atribuição 4.0 Internacional, que permite o uso irrestrito, a distribuição e a reprodução em qualquer meio desde que a publicação original seja corretamente citada.