Demografia e Povos Indígenas no Rio de Janeiro Oitocentista
DOI:
https://doi.org/10.14295/rbhcs.v10i20.516Palabras clave:
Demografia. Discurso de Extinção. Povos Indígenas. Rio de Janeiro. Invisibilidade.Resumen
O presente artigo busca investigar o misterioso ‘sumiço’ (invisibilidade) da população indígena do Rio de Janeiro oitocentista, fomentado especialmente na segunda metade do século XIX. Para tanto, analisei os processos de recenseamento realizados (durante vários anos) na província fluminense. Dialogando com a documentação da época, as informações censitárias foram cotejadas com relatórios dos presidentes da província, as correspondências oficiais de juízes de órfãos e a própria legislação do Dezenove. Deste modo, percebeu-se que o discurso oficial do ‘desaparecimento’ indígena nesse estado foi engendrado e gradativamente posto em prática por autoridades e políticos – interessados nos patrimônios indígenas.Descargas
Citas
ANDERSON, Benedict. Comunidades imaginadas: reflexões sobre a origem e a difusão do nacionalismo. São Paulo: Companhia das Letras, 2008.
AZEVEDO, Marta. Censos demográficos e “os Índios”: dificuldades para reconhecer e contar. In: RICARDO, C. A. (Ed.) Povos indígenas no Brasil, 1986-2000. São Paulo: Instituto Socioambiental, p.79-82, 2000.
BESSA FREIRE, José R. Os viajantes e os índios do norte fluminense no século XIX. In: Anais da I Jornada de Trabalho, Campos dos Goytacazes, RJ, UENF, CCH. p. 43-46, 1997.
___________________. Rio Babel: a história das línguas no Amazonas. 2ª Ed. Rio de Janeiro: Atlântica, 2011.
BESSA FREIRE, José R. e MALHEIROS, Márcia. Aldeamentos Indígenas do Rio de Janeiro. 2ª ed. Rio de Janeiro, EdUERJ, 2009.
BRASIL. Lei nº16, de 12 de agosto de 1834. “Ato Adicional de 1834”. Rio de Janeiro: Typographia Nacional, 1866.
CAMPOS, Frederico C. de. Alguns apontamentos estatísticos sobre a primeira secção das Obras Publicas no anno de 1842. Rio de Janeiro: Typ. do Diario, 1842.
CARNEIRO DA CUNHA, Manuela. Legislação Indigenista no século XIX. São Paulo: Edusp, Comissão Pró-Índio de São Paulo, 1992.
COUTINHO, Aureliano de S. e O. Relatório de 1846. 2ª Ed. Nictheroy: Typographia de Amamral & Irmão, 1853.
FREYCINET, Louis C. D. Voyage autor du monde par ordre du Roi, sur les corvettes de sa Majesté l’Uranie et La Physicienne, pendant les années 1817-1820. Paris: Chez Pillet Aîné, Imprimeur-libraire, 1825. t. I.
FRANÇA, Manoel de S. Relatório de 1841. Nictheroy: Typ. de Amaral & Irmãos, 1841.
LIMA, Ivana Stolze. Cores, marcas e falas: sentidos da mestiçagem no Império do Brasil. Rio de Janeiro: Arquivo Nacional, 2003.
MATTOS, Ilmar R. O tempo Saquarema. São Paulo: HUCITEC, 1987.
MATTOS, Izabel M. de. Botocudos entre a catequese e a revolta. In: Revista do Arquivo Público Mineiro, Ano LI – Nº2 – Jul-Dez de 2015.
MOREIRA, Vânia. De índio a guarda nacional: cidadania e direitos indígenas no Império (Vila de Itaguaí, 1822-1836). Revista Topoi, v. 11, n. 21, jul.-dez. 2010, p. 127-142.
____________. Os índios na história política do Império: avanços, resistências e tropeços. Revista História Hoje, v. 1, nº 2, p. 269-274 – 2012.
NPHED. Publicação crítica do Recenseamento Geral do Império do Brasil de 1872. (Relatório Provisório). Belo Horizonte: NPHED/Cedeplar, 2012.
PACHECO DE OLIVEIRA, João. Mensurando alteridades, estabelecendo direitos: práticas e saberes governamentais na criação de fronteiras étnicas. DADOS – Revista de Ciências Sociais, Rio de Janeiro, vol. 55, nº 4, 2012, p. 1055-1088.
SENRA, Nelson. Estatísticas desejadas (1822-1889). Rio de Janeiro: IBGE, 2006.
SPOSITO, Fernanda. Nem cidadãos, nem brasileiros: indígenas na formação do Estado nacional brasileiro e conflitos na província de São Paulo (1822-1845). São Paulo: Alameda, 2012.
SILVA, Ana Paula da. O Rio de Janeiro continua índio: território do protagonismo e da diplomacia indígena no século XIX. Rio de Janeiro, UNIRIO – Centro de Ciências Humanas, 2016. Tese de doutorado em Memória Social.
SOUSA, Paulino Soares de. Relatório de 1836. Nictheroy: Typ. de Amaral & Irmãos,1836.
SOUZA E SILVA, Joaquim N. de. Memória histórica e documentada das aldeias de índios da província do Rio de Janeiro. In: Revista do Instituto histórico e geográfico do Brasil, t. XVII, 3ª série, n.14, 1854.
TORRES, Joaquim J. R.. Relatório de 1835. Nictheroy: Typ. de Amaral & Irmãos, 1850.
VIANA, Nicoláo L. Relatório de 1844. Rio de Janeiro: Typ. do Diario. de N. L. Vianna, 1844
XAVIER, Maicon Oliveira. “Cabôcollus são os brancos”: dinâmicas das relações sócio-culturais dos índios do Termo da Vila Viçosa Real – século XIX. Fortaleza: UFC, PPGHS, 2010. (Dissertação).
Descargas
Publicado
Cómo citar
Número
Sección
Licencia
Direitos Autorais
A submissão de originais para a Revista Brasileira de História & Ciências Sociais implica na transferência, pelos autores, dos direitos de publicação. Os direitos autorais para os artigos publicados nesta revista são do autor, com direitos da revista sobre a primeira publicação. Os autores somente poderão utilizar os mesmos resultados em outras publicações indicando claramente a Revista Brasileira de História & Ciências Sociais como o meio da publicação original.
Licença Creative Commons
Exceto onde especificado diferentemente, aplicam-se à matéria publicada neste periódico os termos de uma licença Creative Commons Atribuição 4.0 Internacional, que permite o uso irrestrito, a distribuição e a reprodução em qualquer meio desde que a publicação original seja corretamente citada.