Simão Vergara e Maria Tereza da Cunha, o casal de pretos forros da tasca da Boa Vista: Africanidade, matrimônio e comunidade numa sociedade escravista (Pelotas, RS, século XIX)

Autores/as

  • Caiuá Cardoso Al-Alam UNIPAMPA
  • Natália Garcia Pinto UFRGS
  • Paulo Roberto Staudt Moreira UNISINOS

DOI:

https://doi.org/10.14295/rbhcs.v8i15.381

Palabras clave:

escravidão. Família. Comunidade. Africanidade. Pelotas.

Resumen

Através da trajetória de um casal de africanos forros abordaremos os arranjos familiares negros, visualizando também as estratégias de obtenção de alforria e de composição de alianças comunitárias. Pelos fragmentos biográficos que acessamos desse casal, podemos visibilizar aspectos das experiências de vida de alguns de seus iguais, assim como também desvendar particularidades de uma época, onde vigia uma sociedade escravista com grande presença de indivíduos africanos ainda escravizados e já forros.

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Biografía del autor/a

Caiuá Cardoso Al-Alam, UNIPAMPA

Professor da Universidade Federal do Pampa, campus Jaguarão. Doutor em História pela PUC/RS.

Natália Garcia Pinto, UFRGS

Bacharel em História pela FURG (2007). Especialista (2010) e mestre (2012) em História pela Unisinos. Doutoranda em História (UFRGS).

Paulo Roberto Staudt Moreira, UNISINOS

Professor da Unisinos, Doutor pela UFRGS.

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Publicado

2016-08-11

Cómo citar

Al-Alam, C. C., Pinto, N. G., & Moreira, P. R. S. (2016). Simão Vergara e Maria Tereza da Cunha, o casal de pretos forros da tasca da Boa Vista: Africanidade, matrimônio e comunidade numa sociedade escravista (Pelotas, RS, século XIX). Revista Brasileira De História & Ciências Sociais, 8(15), 125–153. https://doi.org/10.14295/rbhcs.v8i15.381