Crianças “desvalidas” e o dever de trabalhar:
ensino profissional e assistência à infância pobre no século XIX em Fortaleza (CE)
DOI:
https://doi.org/10.14295/rbhcs.v13i25.11896Palavras-chave:
Ensino profissional. Infância pobre. Trabalho.Resumo
O artigo trata da implantação do ensino profissional para meninos e meninas órfãs e pobres na cidade de Fortaleza (CE) durante a segunda metade do século XIX. Foram analisadas duas instituições de recolhimento infantil voltadas ao trabalho: o Colégio de Educandos Artífices e o Colégio da Imaculada Conceição. Tais instituições foram criadas com o propósito de ordenar e qualificar o trabalho de crianças, estimulado no período e defendido como assistência aos “desvalidos”, além de propagado como prevenção à ociosidade e à criminalidade. Observou-se que o ensino profissional ofertado no século XIX estava ligado aos mecanismos de ajuste das crianças para atender demandas do crescimento econômico e espacial da cidade. O estudo tomou como fontes os regulamentos dos colégios, jornais do período e documentos oficiais da província.
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