"Os anjos não morrem e tu morreste duas vezes" (2023), de Marta Duque Vaz
Résumé
A obra Os anjos não morrem e tu morreste duas vezes (2023), de Marta Duque Vaz, é composto por doze histórias protagonizadas por mulheres de todas as idades, que se deparam com situações-chave que lhes afectam o quotidiano e marcam o seu percurso de vida e a sua forma de se relacionar com o Outro. São aqui focados os aspectos familiar, profissional, amoroso, intelectual, espiritual, artístico, presentes no dia a dia destas mulheres e que despoletam o impulso que leva à criação artística e à literatura como forma de arte: a ficção curta, em que cada texto é construído como um sketch de uma curta metragem cinematográfica e, quase sempre, em diálogo inter-textual com outras formas de expressão artística, como sendo a pintura, a escultura ou a música ou as artes performativas. As histórias são de clara inspiração modernista, onde a autora recorre à técnica de suspensão da acção, para deixar o leitor adivinhar ele próprio, o curso dos acontecimentos, para além do final aberto, marcado pela indefinição.