Do latino-americanismo ao pan-americanismo: a política continental mexicana da Doutrina Carranza à Revolução como “herança” (1919-1941)

Mexican continental policy from the Carranza Doctrine to the Revolution as a “legacy” (1919-1941)

Resumo

O artigo aborda a política continental do México na primeira metade do século XX. Inicialmente, explicitamos o forte caráter latino-americanista que a caracterizou desde o período revolucionário, tendo sido institucionalizado pela Doutrina Carranza (1919) e perpassado as duas décadas seguintes. Em seguida, mostramos como no imediato pós-cardenismo operou-se uma profunda transformação, representada pela adoção do pan-americanismo. Com base na análise principalmente de discursos e publicações oficiais do país hispânico da América do Norte, o estudo permite questionar uma reconhecida perspectiva dos estudos de suas relações internacionais, ao mostrar que a adoção oficial do pan-americanismo pelo México ocorreu em 1941, portanto antes da consolidação do poder estadunidense em escala mundial – ao fim da Segunda Guerra Mundial, em 1945 –, o que é normalmente interpretado como um “óbvio” limitador da atuação externa mexicana, tendo em vista sua particular posição geográfica.