Os diplomatas brasileiros: entre o exercício da função e as percepções pessoais dos contextos nacional e internacional
DOI:
https://doi.org/10.14295/rbhcs.v16i33.17866Palavras-chave:
Diplomacia; Itamaraty; Política Externa BrasileiraResumo
O texto traz considerações sobre a atuação dos diplomatas brasileiros, apresentando situações e contextos nos quais o exercício da função ocorreu em divergência com as ações orientadas pelo Ministério das Relações Exteriores (MRE). Avaliaremos, através das fontes diplomáticas e bibliográficas, casos em que os diplomatas, ao agirem de acordo com suas percepções políticas e ideológicas sobre o contexto nacional ou internacional, se colocaram em oposição às orientações oficiais, arcando com os riscos e prejuízos de suas escolhas. Nosso recorte cronológico é amplo, envolvendo diplomatas atuantes desde a década de 1930 até o tempo presente. O texto também pretende discutir os axiomas próprios da carreira diplomática e do MRE, como o do “espírito de corpo” e o da defesa do “interesse nacional”.
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